OPINIÕES
As homenagens prestadas pela Câmara
São bastante comuns e às vezes exagerado o número de projetos de decreto legislativo, de autoria de vereadores, concedendo homenagens a pessoas, entidades, empresas, etc. Os mais importantes são os que premiam com o título de Cidadão Saltense (para os nascidos na cidade), de Cidadão Emérito (para pessoas que não nasceram em Salto) e a Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, que é entregue a quem prestou relevantes serviços à comunidade local. Existe uma limitação para a apresentação desses projetos, para não avacalhar a entrega, mas não se pode impedir que sejam propostos nomes que, a rigor, não merecem ser homenageados. Os demais vereadores, porém, costumeiramente não se posicionam contrariamente, pois sabem que quando forem eles a propor homenagens, poderão receber o troco.
Nessas décadas de acompanhamento dos trabalhos legislativos, apenas em duas ou três oportunidades houve votos contrários às concessões de títulos. Lembramo-nos que um deles ocorreu em 1974, quando o suplente de vereador, Genésio Migliori, assumindo em lugar do titular em virtude de afastamento, revoltado com o grande número de projetos concedendo títulos de cidadão votou contra um deles, mas sua atitude corajosa não prosperou nos anos seguintes. Numa outra ocasião, por motivos políticos, não se consumou a concessão do título a Benedito Prado de Almeida, rejeitado pela oposição por ser grande amigo e motorista do prefeito Jesuíno Ruy. Nesta semana tivemos mais uma rejeição, mas o motivo foi outro e talvez não se confirme (ver nota seguinte no Cá Entre Nós e na coluna Câmara).
Com relação a outra importante homenagem, a Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, ela foi criada em 2002, sendo os dois primeiros homenageados o assessor especial da Presidência da República, Vilmar Evangelista Faria, que havia falecido e por isso foi representado por sua esposa Regina Faria e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Walter Feldman. A homenagem a Vilmar foi das mais justas, porque ele conseguiu benefícios para o município, dentre eles a criação do Proep (investimento de 4 milhões de reais). O mesmo não se pode dizer da entrega ao presidente da Assembleia, que teve alguma participação na aprovação da criação da estância turística de Salto, mas que foi indicado pelo fato de que seria saltense, o que ele desmentiu quando da entrega do troféu, na festa dos Destaques do Taperá, em 2002. Ele teria confessado aos então vereadores Geraldo Garcia e Jades Martins de Mello que tinha nascido em Salto, mas isso não era verdade.
Outros dois que receberam a Medalha Moutonnée nos primeiros tempos foram o escritor Ettore Liberalesso e este colunista, em 2004, o que quer dizer que durante 2 anos a honraria não foi entregue. Depois, porém, as indicações aumentaram consideravelmente, premiando algumas pessoas não tão merecedoras da homenagem, o que, aliás, levou Ettore a um dia me propor que devolvêssemos a Medalha, com o que não concordei.
Tem havido, nos últimos tempos, entregas a pessoas nem sempre merecedoras, enquanto outras podem ser classificadas como justas, mas o que se nota é que não há um critério adequado, o que diminui a importância do gesto. Nada indica que a situação vai mudar no futuro, por isso vamos ter que aceitar as indicações, fazendo nosso próprio juízo, o que falta em algumas das proposições apresentadas.
CÁ ENTRE NÓS
Rejeição justificada
Se alguém informar que na sessão da Câmara desta semana foi rejeitada a concessão de um título de Cidadão Saltense, a surpresa de quem recebe a notícia será grande. Ainda mais se a pessoa indicada e não aceita for a professora Rita Leite Diniz, que é uma defensora intransigente dos direitos dos professores e em favor dos alunos das nossas escolas estaduais há anos. É bom explicar, no entanto, que a rejeição foi considerada justificada pelos que se manifestaram contra o projeto colocado em discussão e votação. Dentre eles estavam dois companheiros de longa data de Rita nas hostes do PT, Antonio Cordeiro e Divaldo Garotinho, mas tanto eles como os outros três que não aprovaram o projeto explicaram que nada têm contra Rita, cujo trabalho destacaram, mas contra o fato da votação ocorrer num período eleitoral, o que pode causar problemas se for considerado abuso político, como frisou um dos advogados da Câmara. Foi constatado, posteriormente, que a votação foi irregular, pois o presidente Lafaiete deveria ter votado, o que não aconteceu, uma vez que a exigência é de 2/3 dos votos. Felizmente existe a possibilidade dos danos (votos contra e falta do voto do presidente) serem corrigidos, pois a rejeição poderia causar interpretações dúbias no futuro.
Candidatos definidos
As convenções dos partidos que apoiam os 4 candidatos a prefeito de Salto foram concluídas nesta semana. Verificando-se os nomes, vamos constatar que podemos considerar que Salto será entregue em boas mãos com a eleição de qualquer um deles. Geraldo Garcia a gente já conhece e ele deu provas, tanto nos dois primeiros quatriênios (2005 a 2012) como no atual, que é um político realizador, tendo merecido a preferência do povo saltense em três pleitos. Laerte Sonsin, por sua vez, não é conhecido como ocupante de cargo político, mas sua atuação na advocacia e no magistério o capacita a realizar um bom trabalho, caso seja eleito. Os outros dois candidatos são os menos conhecidos dos quatro, mas quem já manteve contato com Sandro Garcia, pôde sentir que ele é um moço com boas ideias, com experiência no sindicalismo e que certamente não vai decepcionar se assumir a Prefeitura. Gislaine Silveira é um nome novo na disputa eleitoral, constituindo-se na 3ª mulher na história democrática de Salto a pleitear o cargo de prefeito. O vereador Natalino Silveira, tentou outros nomes, mas, pressionado pelos caciques do seu partido (Republicanos), que desejavam que Salto tivesse um concorrente ao Executivo, indicou sua esposa, que se destaca em nosso comércio e que pode fazer frente aos demais candidatos. É sempre bom ter o sexo feminino participando de uma disputa eleitoral, o que vai proporcionar opções diferenciadas para os eleitores.
Mais calor, menos água
Não é necessário fazer contas para chegar a uma equação lógica: mais calor, menos água, igual a dificuldades. A situação estava boa até há alguns meses, quando os reservatórios estavam cheios, em virtudes das intensas chuvas que caíram na região, mas hoje a situação dos municípios, inclusive Salto, é bastante preocupante. Se não chover bastante nos próximos dias, teremos problemas com o abastecimento, principalmente nos bairros mais distantes. Por isso é necessário economizar, pois a água que temos hoje poderá faltar num futuro bem próximo.
BOCA-DE-SIRI
Eleição perfumada
A mulher que trabalha com perfumes e essências, como é o caso da candidata a prefeito, Gislaine Silveira, certamente vai expandir a flagrância para todos os lados, inclusive e principalmente para os lados das urnas. Ela também promove cursos ensinando a fazer sabonetes e velas, por isso, se for eleita prefeita, poderá usar os sabonetes artesanais para lavar a sujeira da política, assim como a cara suja de certos políticos e acender velas quando for difícil conseguir verbas e obras para a cidade.