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CRONICANDO

Amigos de nossa vida



Outro dia foi comemorado o Dia do Amigo. Recebi algumas mensagens pelo WhatsApp interessantes e uma até emocionante, e me lembrei que durante toda minha vida amealhei muitos amigos. Alguns poucos seguiram pela minha trajetória toda, outros foram efêmeros, fizeram parte de uma etapa de minha existência e hoje só nos encontramos de vez em quando. Tem também os que partiram, deixando saudade, ou desapareceram completamente do meu convívio. Lembro-me de várias etapas da minha infância e juventude, período em que me relacionei com meninos e jovens que escolhia para executar brincadeiras e tarefas. Foi assim no tempo do Coleginho, quando não tive um “amigo exclusivo”, mas vários. Com um deles, com quem convivia quase diariamente, tive uma decepção: reencontrei-o anos depois, quando voltou a Salto para auxiliar num trabalho solicitado pelo Poder Público, e ele me esnobou quando fui cumprimentá-lo. Esse está riscado da minha relação, vou lembrar dele no Dia do Desafeto.

Quando estudava na Escola Anita também tinha vários amigos, assim como no tempo do Paula Santos e depois, quando estudei em Itu e em São Paulo. Fora do estudo, convivi com vários que tinham mais ou menos minha idade, com os quais ia ao cinema, aos jogos de futebol e principalmente na paquera dos sábados e domingos no foothing da praça.

A gente saía e andava junto muitas vezes na semana, circulando despreocupadamente pela cidade, conversando, rindo e até se tocando. Se acontecesse hoje, logo surgiriam as suspeitas, achando que um dos dois, ou ambos tinham tendências homossexuais. É que se tornou comum o grande número de casais do mesmo gênero, homem com homem, mulher com mulher. Sou do tempo em que a gente se escandalizava com cenas de duas pessoas do mesmo sexo fazendo demonstrações afetivas ao vivo, coisa que hoje acontece e com muito mais intensidade. O que nos leva a achar que isso é normal, mesmo porque, se não acharmos, seremos rotulados de retrógrados e até de homofóbicos.

Ríamos quando víamos fotos ou vídeos de homens andando de mãos dadas na Arábia Saudita ou na Índia, onde é costume, não significando que são gays, mas apenas amigos. Agora se tornou comum no mundo a aproximação íntima e até a união matrimonial de pessoas do mesmo sexo e a maioria aceita como se fosse natural. Rendo-me às mudanças, mas não aceito que se suspeite da amizade sincera entre pessoas do mesmo ou de sexos diferentes. Deus criou Adão e Eva, surgindo os dois sexos, mas com o tempo ambos se multiplicaram e hoje a sigla, de diferentes tipos de orientações sexuais, utiliza grande parte do abecedário. Ele certamente não esperava que a fuga dos armários, que Ele ainda não havia criado, fosse tão considerável.

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