OPINIÃO
Nova tentativa para trazer grandes empresas
O município sempre se preocupou em atrair empresas, principalmente as de médio ou de grande porte para proporcionar empregos à população. Fundada em 1698, só cerca de um ano e meio depois, Salto “despertava de sua letargia”, conforme relata Ettore Liberalesso em seu livro “Salto, História, Vida e Tradição”. Na segunda metade do século XIX a então freguesia contava com apenas uma pequena fábrica de velas de cera, alguns pequenos engenhos de cana e poucas casas comerciais, o que satisfazia as cerca de 100 famílias que aqui moravam. A chegada da ferrovia contribuiu para que a cidade começasse a se desenvolver, sendo instalada a primeira fábrica de tecidos, do ituano José Galvão de França Pacheco Júnior. Logo surgiu a segunda, do dr. Francisco Fernando de Barros Jr. e a fábrica de papel lançada por Antônio Melchert no Porto Góes, nos anos 1880.
Na primeira metade do século XX o já então município praticamente não recebeu grandes investimentos, mas houve melhoras na vida do cidadão, como a implantação da rede de água e esgoto, da energia elétrica, foi feito o arruamento, aumentou consideravelmente a quantidade de moradias, assim como o comércio, etc. Porém, apenas no início da década de 1950 a cidade cresceu na área industrial, com a vinda de 3 grandes indústrias: a Eucatex, Emas e Sivat, além de outras de menor porte. Contribuíram para isso os esforços dos prefeitos João Batista (Tita) Ferrari, que iniciou as tratativas e Vicente Scivittaro, que consolidou as instalações. Por alguns anos Salto ofereceu emprego a um grande número de pessoas, pois além dessas empresas, a Brasital era a principal empregadora do município, seguida pela Têxtil Assad Abdalla (atual York) e pelas novas empresas.
Outro considerável crescimento ocorreu cerca de 20 anos depois, no governo de Josias Costa Pinto, quando vieram a Tranquillo Giannini, Toyobo (2 das 6 fábricas prometidas), Prema e Novik, dentre outras. Para conseguir atraí-las, Josias exagerou na doação de terrenos comprados pela Prefeitura e até hoje algumas dessas empresas (como a Giannini, para só citar um exemplo) estão praticamente desativadas, mas ainda contam com uma área muito além de suas necessidades, que o município deveria tentar reaver.
Do governo seguinte ao de Josias foram atraídas algumas grandes empresas, mas com o crescimento da população, a necessidade de se oferecer um maior número de empregos fez com que elas não fossem suficientes para atender a demanda. Hoje Salto necessita preencher algumas milhares de vagas e por isso os anteriores e o atual prefeito sempre têm sido cobrados para incentivar a instalação, procurando aumentar os investimentos. Eles têm sido, em sua maior parte no ramo da alimentação (supermercados), tendo se instalado algumas fábricas de bom porte, mas não foram suficientes para resolver o problema.
Agora o prefeito Laerte Sonsin Jr. apresenta um novo projeto de incentivos fiscais com o Programa “Investe Salto”. Mais que oferecer esses incentivos, é necessário um trabalho de divulgação e de contatos mais frequentes com os empresários, mostrando-lhes as novas condições. Não se espere uma aprovação tranquila na Câmara, cujo presidente já declarou que “a lei vai engessar algumas coisas”, mas o que se deseja é que não sejam criados obstáculos intransponíveis, pois o Legislativo tem o dever de também se posicionar em favor dessa nova tentativa de atração empresarial. Os vereadores têm a incumbência de apresentar emendas visando melhorar o projeto, mas isso deve ser feito de comum acordo com a chefia do Executivo, para que não sejam criadas barreiras que só poderão prejudicar o objetivo principal da propositura.
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