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OPINIÃO

Os atrasos na marcação de consultas e exames


Não é de hoje que um grande problema atormenta a população saltense, o que deve estar acontecendo também em outros municípios: os constantes atrasos na marcação de consultas e de exames médicos. Vereadores inclusive afirmam nas sessões da Câmara que a demora, que já era grande na anterior administração, aumentou ainda mais na atual, sem que haja um desmentido enfático dessa situação por parte do Executivo saltense. Falam até em consultas marcadas para daqui a vários meses, o que pode causar, como consequência natural, o agravamento dos problemas de saúde em muitas pessoas que dependem do SUS ou das unidades de Saúde locais.

Infelizmente, são poucas hoje as pessoas que tem um plano de saúde, calculando-se que não atinja .... por cento da nossa população. Nacionalmente são 10 milhões de pessoas, um número muito baixo, levando-se em conta que o Brasil tem cerca de 220 milhões de habitantes. O cidadão tem, então, que recorrer ao SUS, que felizmente existe, mas que não tem condições de atender prontamente e com a necessária eficiente todos os que dele necessitam.

Os atrasos na marcação de consultas e exames têm um agravante: tomemos por exemplo o caso de uma pessoa que tem um problema preocupante de saúde, que sobrevive ao tempo de espera para realizar uma consulta e o médico que a atende marca uma cirurgia que às vezes deve ser feita com urgência. No entanto, quando vai marcar essa cirurgia verifica que a fila é enorme e ela vai ser atendida só depois de muito tempo, o que lhe causa o risco de não sobreviver. Esse é um fato que muitas vezes acontece, assim como um outro: a pessoa é atendida numa unidade de saúde (posto), é encaminhada para um médico especialista, mas por algum motivo não é atendida no dia marcado, tendo que ser feito um novo agendamento, que pode levar meses para acontecer.

Nos últimos dias foi divulgada a notícia de que o Governo do Estado vai realizar um Mutirão de Cirurgias para zerar a fila de mais de 538 mil cirurgias cadastradas. Para acabar com essa demanda reprimida, haverá cirurgias extras na rede estadual (certamente incluído o nosso AME), remuneração dobrada nos hospitais do SUS e a contratação de serviços privados.

Evidentemente, faltando 4 meses para as eleições, o objetivo não revelado, mas evidente, é político, ou seja, visa melhorar a imagem do governador Rodrigo Garcia, que é candidato à reeleição. Fora isso, é muito benéfica para aqueles que esperam atendimento há tempos, que finalmente poderão resolver ou pelo menos amainar seus problemas de saúde.

A notícia desse mutirão foi abordada pelo vereador Fábio Jorge, na sessão da Câmara da última terça-feira, quando ele pediu ao prefeito Laerte Sonsin Jr. que imite o governo estadual realizando também um mutirão da Saúde em Salto, atendendo os que esperam há meses uma consulta ou um exame. Provavelmente o chefe do Executivo saltense já pensou nessa hipótese, mas se não tem médicos e pessoal em número adequado para atender os necessitados no dia a dia, como ele poderá realizar esse mutirão? Pelo menos poderia realizar um “mini mutirão”, atingindo pelo menos uma parte dos que anseiam por serem atendidos, os que esperam há mais tempo, evidentemente.

A iniciativa de realizar um mutirão só poderá ser aventada quando ocorrer a contratação de mais médicos e outros profissionais da Saúde, mas isso não deve ocorrer a curto prazo, pois só agora foi encaminhado o projeto da reforma administrativa e está sendo providenciado também, a passos de tartaruga, o concurso público que também vai permitir as contratações. O jeito é esperar, torcendo para que Deus ajude os que estão esperando ser atendidos na realização de consultas e exames, número que, infelizmente, é expressivo.

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