OPINIÃO
As entrevistas do prefeito e do vice
Na semana passada e nesta entrevistamos, pela ordem, o vice-prefeito Edemilson dos Santos e o prefeito Laerte Sonsin Jr., depois de entrevistarmos anteriormente a maioria dos secretários municipais. Fizemos a eles muitas perguntas que as pessoas gostariam de fazer, inclusive os vereadores, que continuam com muitas dúvidas a respeito da atual administração municipal. Geralmente, em governos passados, costumávamos entrevistar apenas o prefeito, que era quem respondia pelo que de bom ou de ruim se fazia, mas neste o vice-prefeito tem uma participação maior e inédita, pois está sempre ao lado de Laerte, dividindo com ele as decisões mais importantes.
Edemilson foi um vereador que cobrou muito da administração passada, por isso tem sido alvo de críticas de atuais membros do Legislativo, que cobram dele a solução de problemas que ele considerava solúveis. Procurou explicar esse seu posicionamento, citando a falta de material para tornar realidade algumas obras, a pandemia que também contribuiu para isso e as exigências do Tribunal de Contas que impediram muitas ações. Relatou suas atividades em favor do município, trabalhando até 12 horas por dia e seu bom relacionamento com o prefeito Laerte. Cobrado pela falta de celeridade na atual administração, procurou justificar, afirmando que no caso da licitação do Hospital ela teve que se sujeitar às exigências do Tribunal de Contas; que no caso da merenda escolar tiveram que ser feitos vários levantamentos; que a falta de médicos tem acarretado demora na marcação das consultas e exames e se referiu à Zona Azul dizendo que não tem aparecido interessados em assumir o serviço. Lamentou que a Câmara tivesse estabelecido a tolerância de 15 minutos para o estacionamento dos veículos, o que é, realmente, um absurdo que os vereadores se negam a corrigir. Destacou a obtenção de 70 milhões para a Barragem do Piraí e as medidas visando aumentar a oferta do abastecimento de água à população. Citou ainda outras obras que devem ser iniciadas ou estão em fase de elaboração de projetos.
Tanto Edemilson como o prefeito Laerte destacaram o bom relacionamento com a Câmara, mas se sabe que, na prática, há controvérsias. Os vereadores costumam em praticamente todas as sessões criticar as medidas tomadas pelo Executivo, tendo inclusive rejeitado vários vetos. Em sua entrevista Laerte contesta, apresentando números: dos 28 projetos que encaminhou ao Legislativo, 25 foram aprovados. Sobre as críticas recebidas, Laerte considera que isso é normal e as aceita tranquilamente, só não aceitando as feitas de forma exagerada nas redes sociais e quando há ataques pessoais. Ele também explicou o que taxam de demora na volta da Zona Azul, dizendo que na administração passada a demora foi maior que na atual e nesta aconteceu porque houve demora na aprovação do respectivo projeto, que recebeu emendas dos vereadores, como os 15 minutos de tolerância, que ele tentou consertar num outro projeto, baixando para 5 minutos, mas sua sugestão não foi aceita.
O prefeito fez importantes declarações sobre o contrato com a Conasa, considerando que realmente o prazo de vigência terminou e que há grandes possibilidades de a Prefeitura vencer na Justiça. Lamentou o fechamento da Nardelli, mas explicou que não poderia ter iniciado o pagamento à empresa, aprovado na administração passada, pois correria o risco de ser responsabilizado por improbidade administrativa, que causaria a perda do seu mandato. Assim como Edemilson procurou justificar a demora na solução de alguns problemas, lamentando as exigências que o Tribunal de Contas passou a adotar, o que tem atrapalhado muitas ações que já deveriam estar concluídas.
O prefeito e o vice, além de tudo o que falaram, esclarecendo ou se justificando, demonstraram otimismo por dias melhores para Salto, com as medidas a serem tomadas. Por enquanto a avaliação de ambos não é das mais positivas, mas restam ainda 2 anos e 7 meses e ainda há tempo para melhorar a situação, o que, na gíria futebolística, costuma ser chamada de “virada”. Seria bom não só pra eles, mas para todos nós saltenses.
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