OPINIÕES
Geraldo: tudo igual a 2016
A história se repete. Está acontecendo o mesmo que em 2016, quando Geraldo Garcia se candidatou para um terceiro mandato, para o qual foi eleito, assumiu e chegou ao final dos seus 4 anos à frente da Prefeitura de Salto. Se nos perguntassem naquela época se isso iria ocorrer, responderíamos que não acreditávamos que terminasse sua gestão, mas ele se valeu de uma liminar do Tribunal de Justiça, que garantiu sua participação no pleito e teve seu recurso acatado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade de votos. Agora ele tenta repetir a dose, mas a situação pode estar mais complicada que há 4 anos atrás.
Em agosto de 2016 a mesma Promotoria Eleitoral que agora pede a impugnação do registro de Geraldo, agiu da mesma forma, inclusive se baseando na lei complementar hoje citada (a 64/90). A razão principal foi a mesma: compensação de créditos previdenciários no valor de 8 milhões e 983 mil, o que determinou a rejeição das suas contas. É preciso que se ressalte aos menos informados, que nesse processo que determinou essa rejeição, baseada em parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado, que Geraldo não agiu em proveito próprio, ou seja, não se enquadra como corrupto, como acontece com muitos outros políticos. No entanto, seu procedimento não está sendo aceito pela Justiça e ela pugna ainda para conseguir se safar dessa acusação, sem obter o êxito que pleiteia.
Além da compensação previdenciária, a Promotoria citava o fato de Geraldo ter contratado sem licitação um escritório de advocacia, a Nelson Williams, das mais reputadas do país, para orientá-lo a fazer referida compensação. Mas ele alegou na ocasião que não era obrigado a licitar porque se tratava de um caso de “notória especialidade”, quando não há necessidade do pleito licitatório.
Em 2016, a Justiça Eleitoral de Salto acatou o pedido da Promotoria e indeferiu o registro da candidatura de Geraldo e determinou a suspensão dos seus direitos políticos por 8 anos. A decisão foi igualzinha à que aconteceu nesta semana: pedido indeferido e 8 anos de suspensão dos direitos políticos. Também após o indeferimento, os advogados de Geraldo entraram com recurso em 2016, o que ocorreu também nos últimos dias. Ele não teve seu recurso acatado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tivesse considerado a votação de Geraldo na aba “candidatos com votação nula ou anulada”, acatou seu recurso e, “por goleada” (6 a 0), como publicou o Taperá 10 dias após a eleição, deferiu sua candidatura e ele pôde tomar posse.
A dúvida é se os fatos se repetirão neste ano. Mantemos a mesma opinião manifestada nesta coluna em 2016: Geraldo terá que repetir o “milagre” daquele ano e agora com mais dificuldades, pois recentemente teve dois dos seus recursos negados pelo Tribunal de Justiça do Estado. Ele se mostra confiante e tranquilo, achando que vai se repetir o ocorrido em 2016, tendo a “goleada” no TSE como referência. Uma coisa é certa: ele vai concorrer em 15 de novembro e, se vencer, a disputa judiciária deve prosseguir, mas não dá pra prever o final.
CÁ ENTRE NÓS
“Cidade” da Aliança
A criação de uma verdadeira “cidade” do movimento religioso Aliança da Misericórdia, é um investimento grandioso que só se tornará realidade se houver por parte do empresariado e da coletividade católica saltense e da região a necessária e inestimável colaboração. A Aliança já conta com uma área de 500 mil metros quadrados, na Estrada do Lajeado e espera tornar realidade seu projeto, que é dos mais ambiciosos, embora não conte ainda com a garantia de um ou mais grupos empresariais para lhe dar o devido suporte. Espera conseguir isso fazendo um apelo aos que têm condições de cerrar fileiras com a entidade, realizando reuniões, como a que ocorrerá no dia 27 de novembro, quando acongecerá uma reunião no Espaço Taperá, para expor o projeto e verificar a possibilidade de contar com o apoio imprescindível para levá-lo adiante. Não é um projeto para ser concluído a curto prazo, pois dependerá de muitas colaborações, mas a confiança é grande de que se tornará realidade como diversos outros projetos levados a cabo pela comunidade católica.
Peixes mortos
A ocorrência de grande número de peixes mortos, nos últimos dias, mostra que Salto continua sendo a principal latrina do Rio Tietê. Aqui despeja-se de tudo, desde os dejetos orgânicos até os poluentes tóxicos, passando pelos resíduos industriais e por uma série de outros materiais danosos à saúde, que nem nome tem. O rio nasce em Salesópolis e passa por Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba, antes de chegar em São Paulo, onde recebe a maior carga poluidora, que é “reforçada” em Osasco e Barueri, principalmente. Melhora um pouco até que chega a Pirapora do Bom Jesus, onde o espetáculo das espumas brancas mostra que o despejo industrial e residencial é considerável. Depois de passar por Cabreúva e Itu, fora da área urbana, chega ao centro de Salto com tudo o que recebeu de ruim em seu trajeto. As consequências são muitas: mau cheiro, despejo de toneladas de objetos, espuma fétida, peixes e espécies subaquáticas eliminadas, enfim muito mais do que se encontra numa simples latrina.
Problemas no Cartório
Há alguns meses este jornal foi procurado por várias pessoas ligadas ao ramo imobiliário e empreendedores, principalmente, além de engenheiros e outros profissionais, que reclamaram do atendimento (ou a falta de) no Cartório de Registro de Imóveis de Salto. Diziam que o responsável não atendia com a necessária presteza e era poucas vezes encontrado nesse local, pois atuava também no cartório de Cabreúva. Por isso muitos processos demoravam um tempo demasiado para serem concluídos, causando problemas aos que neles atuavam. Na semana passada este jornal questionou o Tribunal de Justiça de São Paulo, tendo em vista que as reclamações dos que necessitam de atendimento do Cartório continuam. A resposta foi dada pelo corregedor do Tribunal, que afirmou que não tem recebido essas reclamações, achando, portanto, que tudo está dentro dos conformes, embora não esteja. É inexplicável que desde 8 de fevereiro de 2018 o Cartório de Imóveis de Salto não conte com um titular e por isso o cargo continua vago, sendo ocupado por um interino que não está agradando aos que necessitam dos seus serviços. Não se pode responsabilizá-lo totalmente, pois ele tem maiores obrigações com o cartório de Cabreúva, embora se houvesse maior boa vontade de sua parte, muitos dos problemas poderiam ser solucionados. Os que reclamam também não podem fazer as denúncias ao Tribunal de Justiça, pois teriam que se identificar e com isso sofreriam retaliações e sendo ainda mais prejudicados. O Tribunal de Justiça informa que está organizando um concurso para ser nomeado o titular, mas não diz quando. Essa justificativa é sempre tomada também por outra secretaria estadual, a da Segurança Pública, prometendo um concurso que nunca acontece, não passando de conversa fiada. Isso nos leva a crer que a situação não vai ser normalizada a curto prazo. Resta-nos apenas fazer um apelo ao interino do cartório que venha mais assiduamente para Salto e dê maior celeridade aos serviços. É pedir muito?
BOCA-DE-SIRI
Ele tá voltando
Festejamos na semana passada a queda do número da Covid-19, de mais de 40 para cerca de 10. Chegamos a ter apenas 7 casos num dia, mas nos últimos dias houve um acréscimo de casos, que se aproximam perigosamente dos 30 diários. Talvez o feriado de 12 de outubro tenha contribuído ou então o desleixo de muitas pessoas que pensaram que o coronavírus tinha ido embora. Ele está de volta e até cantando a música do Chico Buarque, “Tô voltando”.
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