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OPINIÕES

Perspectiva de dificuldades com o Legislativo


Só o tempo dirá, mas pelo que se pôde assistir na primeira sessão ordinária da Câmara, realizada na última terça-feira, tudo indica que o prefeito Laerte Sonsin Jr. não vai ter “moleza” perante os vereadores eleitos em novembro do ano passado e que cumprem o mandato neste ano. Até mesmo vereadores da situação demonstraram que não vão facilitar a vida do chefe do Executivo. Inclusive o presidente Cícero Granjeiro Landim e o escolhido para ser o líder do prefeito na Câmara, Márcio Conrado, deram declarações que mostram sua disposição em atuar com uma certa independência. Cícero, por exemplo, declarou que a Câmara não será um “puxadinho” do Poder Executivo, como vinha acontecendo na legislatura passada e Márcio afirmou que vai adotar o mesmo procedimento dos 4 anos anteriores, fazendo as cobranças que julgar necessárias. Um outro vereador, também eleito pela facção de Laerte, Daniel Bertani, disse que será “pedra” nesta legislatura, atirando contra a “vidraça” do Executivo, através de cobrança e fiscalização. E os outros dois situacionistas, Alessandro da Silva e Henrique Balseiros também revelaram sua disposição em só aprovar os projetos que beneficiem a população.

Por outro lado, vereadores eleitos pela facção do ex-prefeito Geraldo Garcia, parecem dispostos a fazer críticas quando houver necessidade. Inclusive um deles (Fábio Jorge) já começou fazendo uma grave denúncia: a de que alguns dos novos secretários têm dívida referente ao IPTU e inclusive um deles deve 30 mil reais ao município. Benedito Macaia se ateve ao problema da água, Kiel Damasceno deu a entender que irá cobrar atitudes do vice-prefeito Edemilson dos Santos, enquanto Vinícius Saudino demonstrou uma leve tendência para um possível confronto, enquanto Edival Pereira foi também discreto em seus comentários. O único vereador que se elegeu fora das duas facções que se digladiaram pela Prefeitura nas eleições, Antonio Cordeiro, demonstrou que fará oposição, mas não se negará a aprovar projetos que beneficiem e população.

Esse panorama demonstra uma situação muito diferente do Legislativo em relação ao que aconteceu nos 4 anos anteriores, quando a grande maioria dos vereadores apoiava a administração e poucas vezes fez cobranças mais sérias, limitando-se a defender os interesses do prefeito. Por outro lado, a oposição fez o seu papel, cumprindo seu dever de fiscalizar, às vezes até exagerando, mas pelo menos mostrando que não havia unanimidade num poder que não deve ser apenas um ratificador das atitudes tomadas pelo Executivo, mesmo as que não merecem ser apoiadas.

Tudo indica que neste e nos próximos três anos teremos uma Câmara vigilante, que apontará os erros, mas também não deixará de dar seu apoio às boas iniciativas. É importante que não tenhamos uma oposição burra e nem uma situação preocupada em enaltecer todo tipo de atitude, exercendo a missão que é primordial para quem faz parte do Poder Legislativo.


CÁ ENTRE NÓS


Protestos

2021 começou com vários protestos na cidade, o principal deles relacionado à falta d’água, que se acentuou após a adoção de medidas que viriam melhorar o abastecimento e fez efeito contrário. Foi causado não só por interesses políticos, mas também pelo desespero de quem sofre com o problema e acaba apelando para uma ação que não deveria acontecer. Tivemos outros protestos nos últimos dias, como a de comerciantes, aflitos por não poderem continuar trabalhando honestamente para servir a população e para seu sustento; dos proprietários de vans escolares, que sofrem nesta época de pandemia e dos motoboys, que reivindicam o fim do pagamento na Zona Azul, prometidos pelo prefeito e vice. Desde que sejam pacíficos, todo protesto deve ser aceito e até aplaudido. O que não pode é ocorrerem fatos como o verificado na última segunda-feira, quando aconteceu uma inédita e condenável passagem pela residência do vice-prefeito Edemilson dos Santos, como forma de pressionar o ex-vereador que quando era vereador fazia críticas ao SAAE. Protestar, sim, mas partir para a ignorância não!


Secretários devedores

A oposição ao prefeito Laerte Sonsin Júnior começou a agir logo na primeira sessão do Legislativo local, realizada terça-feira. Segundo o vereador Fábio Jorge, o mais votado entre os 11 eleitos, “tem muito secretário devendo IPTU”, inclusive um que deve 30 mil reais. A reportagem do Taperá tomou conhecimento dos nomes dos 5 secretários devedores, mas não irá divulgá-los, pois seria expor de forma antiética a situação de pessoas tidas como respeitáveis e responsáveis, que devem ter seus motivos para não efetuar os devidos pagamentos. Não se pode responsabilizar também o prefeito Laerte Sonsin Júnior, pois evidentemente ele não poderia exigir que os escolhidos por ele para ocupar os cargos apresentassem uma relação dos seus débitos pessoais. Mas a denúncia do vereador deve servir de alerta para os secretários devedores, os quais precisam urgentemente resolver a situação, fazendo os devidos pagamentos, agora que têm um salário razoável, ou então, como todo inadimplente, fazer os devidos acordos com a administração.


Vereadores também

A reportagem do Taperá realizou um levantamento junto ao site da Prefeitura e constatou que além dos secretários municipais, vereadores que hoje ocupam cadeiras em nosso Legislativo, também são devedores de tributos ao município. Cada um tem seus próprios motivos, mas agora que estão sendo remunerados pelo Executivo, nada mais certo e necessário que sua situação seja regularizada. E que seja rápido!


Hospital: risco

A administração municipal decidiu que não renovará o contrato com o IBDAH, gestor do Hospital Monte Serrat, que vai abrir uma licitação e que, enquanto ela não apresentar o vencedor, contratará emergencialmente uma empresa. Vai correr o risco, não se podendo prever o que vai acontecer. Pode ser que a empresa contratada vá realizar um ótimo serviço, mas isso não lhe garantirá que poderá firmar um contrato mais longo com o município. Se não corresponder, poderá ser substituída ou então dar lugar à vencedora da licitação. O risco evidentemente existe, mas mesmo com uma bola de cristal (que nem sempre é confiável) vai se saber antecipadamente qual será a melhor solução.


4 ou 5 dias sem água

É muita coisa um período como esse pelo qual passaram os moradores do Jardim Santa Cruz e dos bairros próximos. 4 ou 5 dias sem água é muita coisa para uma família que fica privada de uma benesse da natureza tão importante para a sobrevivência humana. O problema já existia na administração anterior e se agravou no início da atual, o que está provocando muita revolta. Ele é técnico, pois envolve ligações com a bomba, com a tubulação, com reservatórios que ainda estão secos, etc. Se o SAAE tem dificuldades em resolver a questão, deve procurar o auxílio de quem entende, no caso empresas especializadas, mesmo que isso proporcione custos ao governo municipal. O que não pode é a situação perdurar.


BOCA-DE-SIRI

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