OPINIÕES
A realidade mostrada para os incrédulos
Desde que o coronavírus atacou a população brasileira, em fevereiro/março do ano passado, as autoridades médicas têm alertado a população para adotar medidas visando a não propagação de uma doença que mata: a Covid. Elas bradaram no deserto, pois muitos não acreditavam que um simples vírus poderia causar tantos danos a milhões de habitantes do nosso país. Aos poucos a Covid foi se espalhando, atingindo primeiramente todos os estados, depois todos os municípios, até se espalhar por todo o Brasil. Mesmo assim, no entanto, a quantidade de incrédulos, aqueles que não acreditavam na voracidade da doença e na sua facilidade de infecção, eram em grande número. Quem nunca topou com algum parente ou amigo sem máscara, dizendo que “tudo isso é besteira, o vírus só ataca quem o teme”. Até mesmo nosso presidente colocou-se ao lado dos que procuraram ignorar os alertas recebidos, chamando a doença de “gripezinha”, de “maricas” aqueles que a temiam, de “mi-mi-mi” e “frescura” a atitude daqueles que alertavam para o uso de máscaras, álcool gel e recomendavam evitar aglomerações. Santa ignorância!
A principal autoridade do país, aquele que deveria dar o exemplo e comandar um plano nacional de combate à doença, sempre se omitiu, sempre apareceu no contato com os apoiadores e subordinados sem máscara, usando-a em raríssimas ocasiões, como quando teve que comparecer ao Supremo Tribunal Federal, mas logo que chegava à porta de saída arrancava do rosto aquele acessório indesejável. Também fez questão de alardear que não iria tomar a vacina, fazendo chacota dos que defendiam a vacinação em massa. Ele não quis negociar a compra dos milhões de vacinas, que os outros países se preocupavam em adquirir. Compraram e já vacinaram milhões de pessoas, enquanto no Brasil a vacinação não passa de 4%. E não há perspectivas de chegada de milhões delas porque o estapafúrdio e incompetente ministro da Saúde a cada dia reduz o número das que serão compradas. Ele segue a cartilha do presidente e está indo para o buraco, assim como o ilustríssimo ignaro e incompetentíssimo chefe da Nação.
Em Salto também tínhamos os incrédulos, que achavam besteira usar máscaras e álcool gel e que continuavam frequentando festas, barzinhos e outros locais sem respeitar o distanciamento. Vários deles, assim como seus familiares, podem ser encontrados nas UTIs e nos hospitais da cidade, correndo risco de vida. Infelizmente são atingidos muitos jovens e pessoas com boas condições físicas, alguns até atletas, que passam por momentos de desespero e espalham o medo em suas famílias. Mas não pensem que todos os que agiam irresponsavelmente se convenceram que a doença é perigosa e mortal. A gente ainda vê aglomerações pela cidade, em menor número felizmente, o que ocorre praticamente em todo o país.
A situação não está para brincadeira ou para incentivar o desleixo e descrédito. É preciso tomar os devidos cuidados para não ser atingido pela Covid, por isso o momento é de responsabilidade consigo mesmo e com o próximo. Para quem ainda não se convenceu, pedimos pelo amor de Deus: levem a sério as recomendações... ou chorem pelos mortos!
CÁ ENTRE NÓS
Mais restrições
Nesta semana o Governo do Estado implantou novas restrições no combate à Covid, que se fazem mesmo necessárias, pois o número de novos casos e de mortes são assustadores, inclusive com pessoas falecendo por falta de leitos. Infelizmente, o comércio está sendo também vítima das medidas, o que volta a colocar muitos pequenos estabelecimentos numa situação que imaginavam nunca mais enfrentar. Nas últimas duas semanas alguns faziam de conta que estavam fechados, tal era o desespero, mas vários deles foram intimados a fechar as portas semiabertas, o que se explica. É que o prefeito foi intimado a fazer valer as normas estabelecidas, podendo ser punido se não o fizesse. É uma situação difícil pela qual Geraldo Garcia e agora Laerte Sonsin Jr. enfrentaram e enfrentam, mas não há como deixar de cumprir o que foi estabelecido.
Roubos e furtos
Os roubos e furtos de veículos constituem uma das ocorrências mais comuns dentre os crimes que sempre aconteceram na cidade. Salto sempre apresentou um número considerável delas, mas, surpreendentemente, no último mês de janeiro tivemos apenas 3 veículos levados pelos ladrões. Comparando com o mesmo mês do ano passado a redução foi incrível, pois nesse mês, em 2020, nada menos que 25 foram roubados ou furtados. Como explicar essa impressionante redução? Alguém poderá atribuir à pandemia, quando o número de veículos nas vias públicas foi reduzido. Pode ser uma das razões, mas entendemos que a principal foi a implantação de câmeras de monitoramento nas entradas da cidade. No ano passado tivemos a oportunidade de conhecer o local onde é feito o controle dessas câmeras, na nova Prefeitura e ficamos impressionados com a tecnologia, que permite que os veículos sejam identificados, através de suas placas e de outros detalhes na lataria ou vidros, além de revelados os horários e outras informações. Sabendo que em nossa cidade existe esse sistema em atividade, muitos ladrões acharam melhor “ir cantar em outra freguesia”.
Nova licitação
Realmente está demorando para sair a nova licitação para entregar a gestão do Hospital Monte Serrat em substituição ao IBDAH. O prefeito Laerte teria afirmado que não vai contratar um substituto emergencial, mas terá que fazê-lo, a não ser que tenha alguma carta na manga. Infelizmente, o IBDAH, teve alguns meses de trabalho reconhecido e aplaudido até certa altura, mas nos últimos tempos passou a apresentar inúmeras irregularidades que comprovam a necessidade de ser substituído com a máxima urgência. Será que isso será possível, levando-se em conta que o resultado de uma licitação costuma demorar a aparecer?
Motociclistas
Se tem uma categoria de trabalhadores que merece todo nosso respeito, essa é a dos motociclistas ou motoboys, como são mais conhecidos. Referimo-nos àqueles que prestam serviços a farmácias, restaurantes, lanchonetes e a diversos outros estabelecimentos que necessitam fazer a entrega nas residências. O serviço, conhecido como “delivery”, facilita a vida de muita gente, razão pela qual é considerado dos mais importantes. Como todos os trabalhadores, nesta época, eles reclamam das condições e da remuneração que recebem e por isso estão realizando alguns movimentos reivindicatórios na cidade. Tem-se que respeitar o direito que eles têm de fazê-los, mas num momento tão difícil como este para todos os estabelecimentos a palavra de ordem deveria ser: “paciência”. As reivindicações podem e devem ser feitas, mas não há necessidade de excessos e sim de compreensão, pois o outro lado do problema também conta com quem vive dias de agonia com as medidas restritivas impostas pelas autoridades.
BOCA-DE-SIRI
Roxo antecipado
Como é muito religioso, o governador João Doria achou melhor adotar o roxo, cor da Quaresma, em suas medidas contra a Covid. Ele não confirma a fase das últimas restrições baixadas nesta semana, mas está na cara que o que teremos a partir do dia 15 será a Fase Roxa, cor que vinha sendo anunciada. Além da Quaresma, essa cor é usada nas missas pelos mortos, sendo utilizada nos paramentos dos padres e na decoração das igrejas. Deixa a gente com saudade do tempo do Fernando Collor presidente, quando somente “aquilo” era roxo.
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