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OPINIÕES

Quem ganhou o debate do Taperá?

É comum, depois da realização de um debate, serem expressadas opiniões sobre quem se saiu melhor e até mesmo as pessoas se definem sobre quem teria sido o vencedor. Somos acusados às vezes por aqueles que não simpatizam com este jornal, de ficarmos “em cima do muro”, para não desagradar este ou aquele. Temos consciência que nossa opinião é respeitada por muitos leitores, tendo em vista nossa longa militância no jornalismo local e nossa participação direta nos contatos mais frequentes e até mais íntimos com o Executivo e Legislativo através dos anos. Quando parece que estamos “em cima do muro”, na realidade estamos sendo francos e criteriosos.

Antes de darmos nossa opinião sobre quem venceu o debate gravado quarta-feira e que será apresentado a partir de hoje em nossas redes sociais, façamos considerações sobre os 4 que disputam a Prefeitura de Salto, começando pelo atual prefeito Geraldo Garcia. Como já disseram os demais postulantes à chefia do Executivo local em suas entrevistas a este jornal, ele é uma pessoa respeitosa, que convive bem até mesmo com seus mais insultantes adversários políticos, deixando de responder a eles com o rigor que merecem. Durante os quase 12 anos em que ocupou o cargo de prefeito, realizou ou reivindicou conseguindo realizações marcantes, como a Ponte Estaiada, relacionadas ao turismo (do qual sempre foi árduo defensor), obras viárias importantes, enfim uma longa lista de benefícios ao município e aos munícipes. Cumpriu sua missão e poderia se aposentar com o dever cumprido, mas pretende mais 4 anos de governo, mesmo enfrentando decisões judiciais que podem (ou não) impedir o prosseguimento de sua carreira política.

Laerte Sonsin Júnior deu mostras nas últimas eleições, quando superou o então prefeito Juvenil Cirelli, que é bom de voto. Tudo indica que nos últimos 4 anos seu nome cresceu junto ao eleitorado e tem chances de vencer as eleições porque ele, por si só, inspira confiança e dá mostras de conhecimento dos problemas que Salto enfrenta e suas possíveis soluções. Não será surpresa se vencer o pleito, com ou sem Geraldo como concorrente.

Sandro Garcia é um nome novo e, pelo fato de integrar o Partido dos Trabalhadores, envolvido em casos de corrupção nas áreas federal e estadual, poderá ser prejudicado por isso. No entanto, não nos parece com o mesmo espírito belicoso e nem atingido pelo fanatismo, como a maioria dos petistas. Conhecemo-lo num bate-papo que com ele tivemos na redação deste jornal, quando ele mostrou ter personalidade e de estar bem informado sobre muitos assuntos, inclusive problemas que a cidade enfrenta e as possíveis soluções.

Gislaine Silveira é novata na política, pelo menos no que se refere à visibilidade, pois ela diz que atua nos bastidores há 17 anos. Não a conhecíamos, mas nos surpreendemos na entrevista que com ela fizemos pela sua desenvoltura e pelo conhecimento que tem dos muitos setores da vida do município, apresentando inclusive planos inovadores. Também terá dificuldades para vencer, mas não se pode afastar a possibilidade das mulheres surpreenderem e sufragarem seu nome.

Feita essa análise, voltamos à pergunta inicial: quem ganhou o debate? Correndo o risco de sermos acusados de ficarmos “em cima do muro”, podemos dizer que cada um dos quatro, a seu modo, mostrou suas qualidades e têm condições de assumir o comando do Poder Público municipal. A satisfação é estarmos bem servidos no que se refere às candidaturas a prefeito, mas o eleito só poderá cumprir sua missão com êxito se contar com uma equipe eficiente e entrosada e uma Câmara de Vereadores que, se não puderem ajudar, pelo menos que não o atrapalhe.

CÁ ENTRE NÓS

Exames atrasados

Uma coisa é certa: o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), do Governo do Estado, não vem cumprindo sua missão no que se refere à realização de exames. Segundo reconhece a própria Prefeitura de Salto, são aproximadamente 15 mil exames que ainda não aconteceram, o que está exigindo a intervenção do município, que vai aplicar inicialmente R$ 3,5 milhões para reduzir a enorme fila. Os vereadores da oposição têm feito críticas, com razão, à demora do município agir, pois só no início deste ano a Prefeitura abriu processos licitatórios para apontar empresas que poderiam realizar esses exames. Como é um caso que exige condições específicas, difíceis de encontrar, tivemos licitações “desertas”, ou seja, sem concorrentes, as quais tiveram que se repetir até recentemente quando duas se candidataram e estão para iniciar os exames. Será uma corrida contra o tempo, mas, enquanto isso, muitos foram prejudicados com a demora na realização dos exames, que causaram agravamento da saúde e até mortes. Culpa do Estado, mas o município também não agiu com a necessária presteza.

Emendas impositivas

Há 10 ou 20 anos quem iria imaginar que os vereadores teriam o poder de utilizar uma verba considerável de mais de 140 mil reais por ano, para destinar a obras, serviços e até de apoio a entidades beneficentes? Até dezembro de 2017, quando surgiu a lei das emendas impositivas, o vereador podia apenas indicar ao Executivo que agisse desta ou daquela forma, mas hoje, além das indicações, ele pode atuar com mais objetividade, indicando para qual setor vai destinar o dinheiro que a lei lhe possibilita administrar. A Saúde tem sido a grande beneficiada, mas é importante também que muitas entidades que passam por momentos difíceis, estão ou estarão sendo aquinhoadas com verbas que vão lhes ser muito úteis.

Mortes no trânsito

Num período de pandemia como este pelo qual passamos, seria mais lógico que o trânsito matasse menos na cidade, mas está acontecendo exatamente o contrário. Está morrendo 3 vezes mais gente que no mesmo período de 2019, o que é muito preocupante. Houve redução das vítimas feridas, mas a quantidade de óbitos só está aumentando, fruto da má conduta dos motoristas e motociclistas e também do aumento exagerado da quantidade de veículos, que se aproximam dos 100 mil na cidade.

Empregos

Na edição de sábado, Taperá mostrou que a situação de Salto, no que se refere ao desemprego, está muito melhor que a de Itu e Indaiatuba. Enquanto nossa cidade teve até agora um saldo negativo de 156 postos de trabalho até setembro deste ano, Itu atingiu 1.360 e Indaiatuba 981. Nos anos anteriores a posição de Salto era bem pior que a dos dois municípios vizinhos, mas mesmo com o coronavírus atingindo nossas indústrias, o comércio e outros setores da vida local, passamos por um momento que, se não é privilegiado, pelo menos não está tão ruim como outros do nosso Estado e até mesmo do país.

BOCA-DE-SIRI

Ajuda divina

Cada um dos 4 candidatos a prefeito e os mais de 200 a vereador têm cumprido seu dever, mantendo contatos com a população para pedir votos, distribuindo seus “santinhos”, alguns fazendo promessas que não poderão cumprir. Numa hora desta, eles poderão apelar a todos os santos e até a Jesus Cristo, mas os santos não podem ajudar porque não votam. E Jesus Cristo certamente vai punir os que fazem promessas enganosas.

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