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OPINIÕES

Pandemia: as boas e más notícias


A pandemia que atingiu milhões de brasileiros completou 1 ano neste mês de março. É o assunto principal em todas as conversas, em todos os noticiários da TV, nos jornais, nas emissoras de rádio e nas redes sociais. A notícia chega até a saturar os que não aguentam mais falar em aumento do número de casos, de mortes, da falta de vacinas e insumos, das famílias atingidas, das medidas adotadas pelos governantes ou da falta delas. Infelizmente, porém, não podemos ignorar essa que é a maior catástrofe da história do mundo nas últimas décadas e que parece não ter ano, mês, dia e hora para acabar.

Convivemos diariamente com as boas e más notícias em nossa cidade e região. Infelizmente, as indesejadas são em maior número, começando com a falta de conscientização de muitas pessoas, que ainda acham uma bobagem o uso de máscara e o distanciamento social. Esse número diminuiu, mas ainda existe e deve ser combatido pelos cidadãos de bom senso. Lamentável também é a constatação de que a quantidade de óbitos na cidade, assim como o de casos, tem aumentado consideravelmente, destruindo famílias que poderiam continuar estruturadas não fosse a Covid. O pior é que mais de mil aguardam pelo resultado dos exames, o que faz prever um crescimento ainda maior nos próximos dias.

Os leitos de UTI e clínicos estão mais lotados do que nunca e não há boas perspectivas de aumento, pois as dificuldades técnicas encontradas pelo governo municipal são muitas e a rede particular também sofre os efeitos. Com essa falta de leitos, há o risco de se morrer sem o necessário atendimento, não havendo mais a possibilidade de transferir o paciente para outra cidade, pois todas passam pelo mesmo problema.

Foi noticiado há dias que Salto está entre os 53 municípios tecnicamente em colapso do seu sistema de saúde, o que é uma colocação que nos envergonha e preocupa ainda mais, pois as perspectivas de melhora não são muitas. Para mudar a situação as pessoas deveriam evitar sair às ruas, para que a percentagem do isolamento social cresça, o que faria com que diminuíssem os casos e as mortes que acontecem, mas grande parte delas não parece disposta a aderir a essa ideia, pois não aguenta mais ficar em casa.

As boas notícias são poucas. A única e grande esperança é a vacinação, que está ocorrendo em nossa cidade, mas num ritmo ainda lento, assim como em todo o país, pois a quantidade de vacinas ainda é insuficiente para atender a todos. A administração municipal revela otimismo ao abrir o cadastramento para os maiores de 18 anos, mas é ilusório pensar que os menores de 60 anos serão vacinados a curto prazo. Até esta semana quase 13 mil pessoas (cerca de 10% da população) tinham sido vacinadas, embora ainda ocorram alguns desencontros na convocação das com idade superior a 70 anos, que nem sempre são avisadas com a devida antecedência. Aos poucos, porém, essa situação vai sendo resolvida e o que se espera é que com uma compra maior de vacinas por parte do governo federal, que só agora desperta para o problema, e com a produção intensificada do Instituto Butantã, principalmente, e da Fiocruz, haja vacinas suficientes para atender a todos os de maior risco e também os que também podem ser afetados pela doença, embora com menor idade.


CÁ ENTRE NÓS


AUTUAÇÕES NO COMÉRCIO

Nos últimos dias tem havido um grande número de autuações no comércio saltense em virtude do funcionamento nesta fase emergencial. Até quinta-feira eram cerca de 80, feitas pela Vigilância Sanitária, com o apoio da Guarda Civil Municipal, que inclusive agem à paisana, fotografando as lojas e outros estabelecimentos para comprovar que os mesmos estavam funcionando. Existem duas ou três lojas de comerciantes de fora, na Rua 9 de Julho, que são useiras e vezeiras em desrespeitar o Plano São Paulo e abrem suas portas descaradamente, mas as outras deixam as portas semiabertas, apenas para atender os pedidos ou fazer a entrega dos produtos solicitados. Estas mereceriam uma melhor compreensão por parte da administração, pois envolvem um pequeno número de pessoas, não se podendo dizer que causam aglomerações. Temos que levar em conta, porém, que o governo municipal precisa mostrar serviço para não ser responsabilizado pelo Ministério Público, que tem se mostrado rigoroso na exigência do cumprimento da lei e pode responsabilizá-lo. Na administração de Geraldo Garcia praticamente não houve autuações, principalmente porque vivíamos um período pré-eleitoral, época em que a Vigilância Sanitária e a GCM apenas notificavam verbalmente os comerciantes, mas situação hoje se alterou, causando revolta nos atingidos pela medida.


NOVA GESTORA

40 empresas retiraram o edital interessadas na gestão emergencial do Hospital Monte Serrat para um período de 6 meses. 5 apresentaram suas propostas, que foram analisadas por uma “comissão técnica” formada na Prefeitura e que contou com a participação do prefeito Laerte Sonsin Júnior, vice Edemilson dos Santos, secretário da Saúde e outros indicados pelo Executivo. Foram levados em conta, segundo o que foi divulgado, o preço apresentado, que será cerca de 700 mil reais inferior ao que está sendo pago ao IDBAH no contrato emergencial firmado pela administração municipal anterior, em torno de 5 milhões de reais, além das condições técnicas. Não pôde haver uma análise mais apurada, apenas se sabe que a nova gestora responde pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Itu. Apesar dela ter apresentado suas credenciais, não se pode dizer antecipadamente se tem ou não as condições necessárias para desempenhar um bom trabalho nos 180 dias que terá pela frente. Será, como nas licitações anteriores, “um tiro no escuro”. Evidentemente, a torcida será para que ela não venha a cometer os mesmos erros que o Instituto que responde pela administração do nosso Hospital está cometendo, depois de alguns meses de trabalho, se não satisfatório, pelo menos não tão catastróficos como o que está acontecendo.


PROTESTOS

Toda semana este jornal noticia a realização de protestos na cidade, envolvendo principalmente motoristas e motociclistas, além de comerciantes. Infelizmente, é preciso reconhecer, nenhum deles teve ou vai obter o sucesso que se espera. Os motociclistas e os motoristas protestam contra o preço dos combustíveis, o que revolta a todos aqueles que possuem veículos, mas a situação é nacional e não se prevê, a curto prazo, que haja uma redução determinada pela Petrobras, mesmo com a mudança de comando. Os motociclistas que trabalham como motoboys também reclamam das condições de trabalho e esta ação tem mais condições de obter sucesso, embora seus contratantes estejam passando por uma situação difícil nesta época de pandemia. Seja como for, obtendo êxito ou não, os protestos são válidos e garantidos pela democracia, que felizmente ainda impera no Brasil, apesar dos arranhões proporcionados pelos governantes e pela Justiça.


CÁ ENTRE NÓS


Devo, não nego...


Nesta época de pandemia o ditado preferido pelos munícipes que não pagam a tarifa de água é: “Devo, não nego, pago quando puder”. Numa outra época os cortes já teriam sido feitos, mas a Prefeitura tem se mostrado compreensiva, pois muitos perderam o emprego ou tiveram sua renda reduzida. A dívida com o SAAE é de R$ 12 milhões e pode aumentar nos próximos meses. O jeito é pedir para mandar a conta para o dona Covid, uma senhora que até hoje só faturou com a doença.

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