OPINIÕES
Críticas a médicos que não agem corretamente
Em sua manifestação no Tema Livre da sessão de terça-feira, o vereador-presidente Cícero Granjeiro Landim fez pesadas críticas aos médicos que são contratados pela Prefeitura para trabalhar nos postos de saúde e não cumprem os horários, além daqueles que atendem mal os pacientes. Esse não é um problema novo, pois existe desde que foram criados diversos postos em praticamente todas as regiões da cidade. Antes disso, existiam na cidade apenas duas unidades: o Posto de Puericultura, na esquina das ruas Prudente de Moraes e José Revel, e o Centro de Saúde, inicialmente na Rua Dr. Barros Jr., quase esquina com a Prudente de Moraes. O primeiro destinava-se a cuidar da saúde da criança, assumindo papel de destaque no acompanhamento do desenvolvimento e crescimento infantil. Médicos que fizeram história na cidade, como o dr. Angelo Ferraro, atendiam a população de maneira correta, dedicando todo seu tempo na solução dos problemas apresentados. A segunda, que hoje está localizada na Rua Rodrigues Alves, esquina com a Itapiru, contou também com médicos dedicados em sua história, como os drs. Euclides de Carvalho Nogueira e Adriano Randi.
Em sua manifestação, o vereador Cícero citou ação de um desses médicos, que é um exemplo inadmissível de comportamento de um profissional que jurou “aplicar os regimes para o bem do doente, segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”: um deles teria levado 37 segundos para atender um homem numa consulta. Isso levou o presidente do Legislativo a dizer que gostaria que os médicos atendessem as pessoas como os veterinários atendem os animais.
Apesar da aspereza das críticas do vereador, tem-se que reconhecer que elas são procedentes. Quando o secretário da Saúde esteve na Câmara, no início da atual legislatura e disse que iria tomar providências contra médicos que não cumprem satisfatoriamente sua tarefa, achamos que alguma atitude seria tomada, mas isso até agora não aconteceu. Cícero, então, tratou de lembrá-lo e de acentuar que medidas precisam ser adotadas, pois os médicos têm as garantias que o cargo lhes proporciona, recebem em dia e por isso devem corresponder e cumprir as tarefas que lhes são determinadas. É preciso não generalizar, pois não são todos os médicos que agem de maneira a merecer reparos. Existem os que cumprem suas missões com eficiência e o próprio vereador citou como exemplo três deles, mas o número é bem maior.
Espera-se que o prefeito atenda o pedido feito por Cícero e determine ao secretário da Saúde que haja imediatamente, pois uma situação como essa não pode perdurar para todo o sempre, como vem acontecendo. A população só vai aos postos de saúde quando necessita do atendimento médico e por isso os que são contratados pela Prefeitura têm a obrigação de cumprir o horário determinado e agir de forma que os problemas apresentados sejam resolvidos ou devidamente encaminhados.
CÁ ENTRE NÓS
ASSESSOR DE VEREADOR
Um comentário dúbio feito pelo vereador Daniel Bertani, na penúltima sessão do Legislativo local, sobre a possível contratação de assessores para os 11 vereadores, medida que ele disse ser necessária, mas que não tem a pretensão de apresentá-la, provocou manifestações na sessão desta semana. Ao contrário de Bertani, que nem sempre é suficientemente claro em suas manifestações, Antonio Cordeiro não ficou no meio termo e se definiu: é favorável à contratação, pois isso iria melhorar a atuação dos 11 membros da Casa. Na discussão foram citados como exemplo os deputados estaduais, que contam com mais de 20 assessores pagos pela Assembleia Legislativa. Isso acontece também na Câmara Federal, no Senado, nas prefeituras e câmaras de muitas cidades e até no Judiciário. É um verdadeiro cabidão de empregos pago por todos nós brasileiros. A Câmara de Salto conta com o número suficiente de funcionários, depois que foram realizados concursos para vários cargos e a contratação de 11 assessores, com média de 2 mil reais cada um, iria proporcionar uma despesa mensal de cerca de 264 mil reais por ano, o que não é um gasto tão elevado. Além de oferecer emprego para 11 pessoas, não exigiria suplementações financeiras, pois a Câmara nos últimos anos tem devolvido 1 ou 2 milhões para a Prefeitura no final do ano. É algo para ser discutido com todo cuidado, com a garantia de que os assessores não fariam como muitos que militam nas altas esferas do Poder Público, os quais só se preocupam em receber o holerite no final do mês, trabalhando “à distância”, mesmo em época não pandêmica.
LIBERDADE DE IMPRENSA
Convidado pelo Rotary Club de Salto este colunista proferiu uma palestra na reunião da última segunda feira, Dia Mundial da Liberdade da Imprensa. O tema foi abordado em seus vários aspectos, sendo ressaltada a necessidade de se permitir que os órgãos de imprensa possam fazer seus comentários com imparcialidade, sem ameaças e sem o uso da violência. Foi citada também a liberdade de expressão, que é utilizada pelos que acham que podem dizer o que querem nas redes sociais. Infelizmente isso ainda não foi tipificado como crime, mas está a merecer a apreciação do STF, ameaçado até com fogos de artifício. As derrapadas do Superior Tribunal merecem críticas, mas não se pode partir para a ignorância. A imprensa nacional, de maneira geral, cumpre sua missão, embora haja os que se posicionam a favor dos presidenciáveis Bolsonaro, Lula e dos demais. Um exemplo disso é a Jovem Pan, que ouvimos sempre e que já foi uma emissora confiável e hoje tem comentaristas que advogam em favor do presidente Bolsonaro descaradamente. Outros exageram nas críticas ao mandatário máximo do país, cabendo à população brasileira tirar suas conclusões, sem levar em conta as manifestações apaixonadas daqueles que não justificam a liberdade que a imprensa lhes dá.
MAIS EMPREGOS
Foi-se o tempo em que as empresas saltenses contavam com mais de 1.000 trabalhadores, hoje a gente festeja quando uma de Indaiatuba se transfere para Salto, criando 60 vagas e de uma outra, da cidade, que vai gerar mais 18 empregos. Enquanto isso, como este jornal publicou sábado, atingimos um recorde nos primeiros 3 meses do ano: saldo negativo de 362 desempregados, perdendo feio para Indaiatuba (saldo positivo de impressionantes 2.309), Itu (861 a mais) e Porto Feliz (mais 554). Nossa reportagem ouviu dois especialistas do ramo imobiliário e empresarial que apontaram a causa de Salto ficar sempre pra trás: falta de estrutura básica para estimular seu crescimento industrial. Eles acham que não adianta a cidade estar numa boa posição geográfica, ter mão de obra qualificada, oferecer incentivos fiscais, se não tem o básico: água, energia elétrica, rede de esgoto mais completa e internet. Esses problemas podem ser resolvidos pela administração municipal, esperando-se que o prefeito Laerte Sonsin Jr. leve em consideração esses comentários de quem entende do assunto e se empenhe nestes seus 4 anos, dando prioridade a setores básicos de nossa economia.
BOCA-DE-SIRI
Consulta relâmpago
Segundo o vereador Cícero Granjeiro Landim, um médico levou 37 segundos para atender um paciente numa consulta, o que levou-o a pedir que os médicos atendam como os veterinários atendem os animais. Deve ter sido a consulta mais rápida registrada pelo Livro dos Recordes. O recorde anterior deve ter sido do paciente que abriu a porta e ouviu o médico dizer: “Bom dia, até amanhã!”.
Comments