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OPINIÕES

O eterno problema da falta d’água


Já escrevemos mais de uma vez nesta coluna que existem pelo menos dois problemas eternos e praticamente insolúveis nos municípios brasileiros: falta d’água e atendimento na Saúde Pública. O tema da vez é a falta d’água, que mais uma vez se repete nesta época em que as chuvas rareiam e o consumo continua alto. Estamos numa estiagem que promete ser tão danosa como a de 2014, quando Salto ficou alguns meses tendo que fazer racionamento. Ainda não chegamos a tanto, mas os cortes diários em determinados horários já estão acontecendo e a previsão é que ele, o racionamento, venha a ocorrer, caso o consumo não diminua e não chova o necessário para aumentar a vazão dos nossos rios, ribeirão e córregos.

Como poderemos evitar que o problema se agrave ainda mais? De parte das autoridades municipais pouco se pode esperar a curto prazo. A nova administração cumpre seus primeiros meses de mandato e o prefeito Laerte Sonsin Jr. não tem uma varinha mágica que possa utilizar para impedir que a água continue sendo insuficiente para atender a população. Ele vai ter que enfrentar a natureza (falta de chuvas) e essa batalha ele certamente vai perder. Já com relação à atitude de muitos cidadãos irresponsáveis, que não estão nem aí no sentido de economizar o consumo, esta sim ele poderá encarar, estabelecendo uma fiscalização mais eficaz, fixando multas e realizando campanhas de conscientização. Mas mesmo para essas medidas mais simples existem obstáculos: falta pessoal para fiscalizar, multas causam perda de prestígio e campanhas de conscientização não são capazes de produzir efeitos imediatos.

Os vereadores têm afirmado que o problema da falta d’água ocorre porque as anteriores administrações não tomaram providências eficazes ou tomaram algumas que só agravaram a situação. Realmente, foram poucas as que aconteceram, mas pode-se citar algumas que ajudaram a tornar as coisas menos graves, como a realizada no governo de Juvenil Cirelli (2013-2016), quando a capacidade de reservação da barragem do Piraí foi aumentada de 5 mil metros cúbicos para 23 mil, com a ajuda da MRV (parceria); no final do mesmo governo foram iniciadas as tratativas para o aproveitamento das águas do Jundiaí, com a reclassificação desse rio no governo Geraldo Garcia (2017-2020), que pode representar algo muito positivo quando houver o aproveitamento desse importante curso d’água. Houve outras, como o aumento ocorrido na ETA do João Jabour (Córrego do Buru) aumentado em 1/3, também com a colaboração da MRV, no último governo de Geraldo. Mesmo com poucos meses à frente do Executivo, Laerte Sonsin Jr. já tomou uma atitude que beneficiou o tratamento da água servida à população, com o aproveitamento de um tanque que por estar rachado não era utilizado desde o último ano do 2º mandato de Geraldo, passando pelos 4 anos de Juvenil, até o final do 3º mandato de Geraldo.

O que se espera é que neste e nos próximos governos outras atitudes de grande alcance visando a melhoria no abastecimento dos saltenses venham a ocorrer, pois a água é a fonte de vida para todos os seres vivos. Quem sabe um dia ela não venha a ser mais um problema crônico em nossa cidade e no mundo.


CÁ ENTRE NÓS


LOTEAMENTOS E CONDOMÍNIOS

Muito se tem falado ultimamente sobre o fato de ter sido liberada uma quantidade considerável de novos loteamentos e autorizada a construção de edifícios em vários pontos da cidade, o que agravaria o problema do abastecimento de água na cidade. Realmente, quanto mais loteamentos, quanto mais edifícios o consumo tende a aumentar. Há leis que exigem a implantação de reservatórios nos loteamentos e nos edifícios, mas o problema é como a água vai chegar até eles. A maioria precisa atender a exigência legal, mas há casos específicos de locais ainda não abastecidos pela rede d’água, cujos reservatórios aguardam referida ligação e a justificativa é que outros loteamentos estão se instalando na região e a obrigação deve ser dividida entre eles. Existe um loteamento, por exemplo, que está sendo abastecido por caminhões-pipa porque não está ainda ligado à rede e já conta com muitos moradores. Por tudo isso há necessidade de uma ampla revisão das leis existentes, que definam obrigações e direitos e que os loteamentos e condomínios existentes e os que virão a ser aprovados se enquadrem de forma que eles contribuam para o crescimento da cidade, mas que não haja prejuízos para a população já instalada.


OUTRA COMISSÃO

Nesta semana foi criada mais uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Vereadores para investigar supostas negligências médicas em alguns casos na área da saúde no município. Isso ocorreu porque têm sido feitas denúncias de mau atendimento praticados por parte de alguns médicos em postos de saúde da cidade. O problema a ser focalizado é antigo e até hoje não se tomou nenhuma atitude mais séria e eficaz para sanar a irregularidade, que prejudica principalmente as pessoas carentes, que não possuem plano de saúde e que necessitam do atendimento proporcionado pelo município. Não será uma tarefa fácil, pois é grande o número de postos e não se poderá fiscalizar cada um deles em todos os dias e horários de funcionamento. Que pelo menos sirva para alertar os que não agem com correção e passem a atender melhor a população, pois não fazem isso de graça. Eles são pagos pelo povo.


MÉDICOS

Se existe uma profissão que merece o aplauso e o reconhecimento da população, essa é a dos médicos, que se dedicam a atender os que necessitam dos seus serviços, a maioria deles cumprindo sua missão de maneira a merecer os melhores e maiores elogios. Ultimamente tem partido do Legislativo local muitas críticas a médicos que não estariam atendendo bem os cidadãos saltenses, mas é preciso que se ressalte que se trata de uma parcela ínfima desses profissionais. A maioria procura atender nos horários estabelecidos e de forma cordial em seu trabalho estafante e até diuturno nas repartições, nos hospitais e em seus consultórios. Nem sempre podem se colocar à disposição para cumprir com responsabilidade suas obrigações, pois surgem casos inesperados que eles não podem deixar de atender. Por isso, no caso deles, deve haver uma certa compreensão de quem precisa ser atendido e serem criadas condições para quando o médico atrasar ou não puder comparecer, as pessoas que necessitam deles não sejam prejudicadas, pois o trabalho que executam é por demais relevante.

BOCA-DE-SIRI


Sem tatuagens e piercings


Os vereadores aprovaram um projeto que proíbe tatuagens e piercings em animais domésticos e silvestres. A madame e o velhote que levam seu cachorrinho dar uma volta e fazer xixi na porta dos vizinhos pode, mas o cachorrinho e também o gatinho não poderão mais exibir sua tatuagem ou seu piercing. O tatuador e o fura-orelhas que colocava o adorno não gostaram, pois surgia nova e numerosa freguesia que sofria, mas não reclamava, nem das dores, nem do preço e nem da maldade do seu dono.

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