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OPINIÕES

Conceição: água tem, mas não vem


Quando um governante ou alguém interessado não tem argumentos para rebater uma notícia verdadeira, apela para taxá-la como fake news. Foi o que fez o chefe de gabinete do SAAE com relação à notícia que publicamos sábado sobre o lago na Fazenda Conceição, cheio d’água. O que se imaginava, até a semana passada, é que referido lago estava seco (“um deserto”, como imaginou o vereador Fábio Jorge ao abordar o assunto na Câmara), pois o vereador afastado, Márcio Conrado, quando líder do governo, afirmou mais de uma vez na Câmara que não vinha “uma gota d’água da Conceição, em virtude da estiagem”. Este colunista tinha a mesma impressão do lago seco e se surpreendeu quando recebeu um e-mail do vereador Antonio Cordeiro mostrando o lago cheio e a água sendo descartada. Era notícia para ser dada em destaque e foi o que fizemos, publicando-a na 1ª página da edição de sábado. Fizemos o que sempre fazemos: consultamos o SAAE, que prestou seus esclarecimentos. Imediatamente aconteceu a apelação: não tendo como rebatê-la, o representante do SAAE postou na internet uma mensagem acusando Taperá de praticar a fake-news, coisa que nunca fizemos. Procurou desmentir o que as fotos publicadas mostraram: numa delas o lago cheio d’água, na outra a água vazando, praticando ele próprio fake-news.

Uma coisa é inegável: água existe no lago da Conceição, o problema é por que não é aproveitada num período de estiagem como este. O SAAE procura se justificar, alegando que a tubulação não aguentaria ser utilizada para mandar a água para abastecer os 8% da população, que é sua capacidade. Como então abasteceu até recentemente? Mesmo que aja perda em virtude dos canos furados, que foi também o que se alegou, seria melhor receber uma pequena quantidade do líquido do que nada.

Na segunda-feira pela manhã, sem avisar, a ouvidora e o chefe do gabinete do SAAE estiveram em nossa redação e recebi-os com a mesma cortesia que dispenso a quem vem contestar uma notícia ou prestar algum esclarecimento. Não sabia que o chefe de gabinete, falando em nome do SAAE, tinha postado uma mensagem mentirosa na internet, acusando Taperá de praticar o fake-news na matéria sobre a Conceição. Justifiquei a ambos a publicação e me dispus a publicar suas explicações para o não aproveitamento das águas do manancial em nosso site. Depois da saída dos dois, ao tomar conhecimento da referida mensagem, liguei para a ouvidora e avisei-a que o procedimento do jornal seria outro: não publicaria as explicações enquanto o chefe de gabinete não se desculpasse do que divulgou na internet. Como não o fez, a decisão que tomei está sendo mantida.

O chefe de gabinete abre sua mensagem na internet escrevendo: “com Laerte Sonsin Jr. e outras 16 pessoas”. Ou seja, o prefeito tinha pleno conhecimento do procedimento vergonhoso de um seu funcionário (o SAAE é um órgão do Executivo) e até participou dela. Não tomou nenhuma providência, nem entrou em contato com o jornal. Também tenho conhecimento que um seu secretário repassou a ele a informação de que a direção do Taperá se sentiu ofendida com a mentira publicada, o que também não adiantou: Laerte continuou calado. O superintendente do SAAE também se omitiu, achando que o seu chefe de gabinete agiu como pessoa física e não poderia fazer nada, ignorando que ele usou o nome da autarquia e a defendeu. O superintendente teria, inclusive, pedido ao chefe de gabinete que retirasse a publicação da internet e não foi atendido. Ou seja: ele tem poder de mando e deveria determinar e não pedir, pois a autarquia foi envolvida, mas não o fez. Isso demonstra que tanto Laerte como seu superintendente não demonstraram nesse episódio responsabilidade e a autoridade que deveriam ter quando se trata de um caso tão importante como esse, que envolve o próprio Poder Público e um órgão de imprensa com tradição na cidade, que mereceria mais respeito.


CÁ ENTRE NÓS


DOIS FAKE-NEWS

Desde que se passou a utilizar o termo fake-news para se referir a notícia falsa, Taperá foi duas vezes vítima de uma acusação como essa. A primeira foi feita pelo ex-prefeito Geraldo Garcia, que acusou este jornal de praticá-la, ao anteciparmos que os preços a serem cobrados pela empresa que assumia o estacionamento pago na cidade seria de R$ 2,00 para uma hora e de R$ 4,00 para duas horas. Ele desmentiu a notícia, taxando-a de fake-news, mas o jornal comprovou que esses eram os valores a serem estabelecidos e realmente o foram, mostrando que Taperá não divulgou a notícia falsa. Agora, com relação à água da Conceição, a história se repete. Acusado de praticar a fake-news por um chefe de gabinete que teve a cara de pau de fazer a acusação infundada e de vir até a redação prestar esclarecimentos, este órgão de imprensa não precisou aguardar o decorrer dos fatos: a própria notícia, mostrando o lago cheio e a água sendo descartada, era a prova cabal da verdade da divulgação. Muita gente viu isso (foi impressionante o número de acessos ao nosso site com a notícia verdadeira), só o próprio chefe de gabinete ignorou.


DENÚNCIA INFUNDADA

Às vezes algum vereador menos cuidadoso faz acusações que não se sustentam e depois, quando a verdade dos fatos é revelada, eles têm que voltar atrás. Isso acontecia muito na legislatura passada e se repetiu nesta: na sessão do dia 8 último, o vereador Cícero Granjeiro Landim, presidente da Câmara fez uma acusação que se mostrou inverídica, como ele próprio reconheceu na sessão seguinte. Disse que a situação dos funcionários da concessionária do transporte público, a Auto Ônibus Nardelli, “é calamitosa”: pagamentos atrasados, não pagamento do Fundo de Garantia, Vale Refeição não pago há 3 meses, pedindo providências da Prefeitura. Nesta semana a empresa entregou ao presidente do Legislativo todas as certidões negativas que se exige de uma empresa: pagamento em dia, recolhimento do FGTS, impostos municipais, estaduais e federais em dia, situação junto à Justiça e ao Sindicato da categoria, etc. O vereador Cícero, reconheceu o erro e chegou a pedir desculpas, mas o que deveria ter feito (e alguns vereadores não o fazem) é primeiro verificar se a denúncia que recebeu era procedente para depois veiculá-la, podendo causar prejuízos irremediáveis a uma empresa que sempre pautou sua conduta pela correção e honestidade.

PROBLEMAS NA VACINAÇÃO

Apesar da mudança de secretário na pasta da Saúde, continuam os problemas no que se refere à vacinação em Salto. Como foi denunciado na Câmara, ela continua atrasada em relação a outros municípios e também a quantidade de vacinados não é a desejada (Salto está na 482ª colocação, perdendo feio para Indaiatuba e Itu). A escolha do Ginásio Municipal de Esportes para local único também foi equivocada, pois é fechado, há aglomeração nas filas e quem depende do transporte coletivo tem que descer longe daquela praça de esportes. Está sendo bom apenas para quem tem veículos, pois há mais vagas para estacionar, mas os que não têm condução própria e têm dificuldades de locomoção estão sendo prejudicados. Em comparação com o CEC a situação piorou.


BOCA-DE-SIRI


É água ou miragem?

Um funcionário do SAAE, procurando defender a autarquia, rebateu a notícia publicada pelo Taperá sábado, mostrando o lago da Fazenda Conceição, que abastece Salto, cheio d’água, dizendo que foi fake-news. Pra contestar a publicação só faltou ele alegar que aquela era uma miragem vista por 3 vereadores, ou que houve truque fotográfico para transformar o lago seco em cheio d’água. Pelo jeito, ele está em lugar errado: ao invés do SAAE ele ganharia mais fazendo o papel de ilusionista.

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