OPINIÕES
Nossa economia é forte
O saltense é, por essência, um pessimista arretado, como se diz no nordeste brasileiro. Está sempre citando que nas cidades vizinhas tudo é melhor, principalmente em Indaiatuba, que era uma cidadezinha bem menor que Salto até a década de 1970 e se transformou num exemplo de progresso em vários setores, dentre eles o industrial, que serviu de alavanca para seu crescimento extraordinário. Também aparece sempre entre os 10 mais destacados municípios do país, por sua eficiência nas áreas do desenvolvimento econômico, educacional, fiscal e administrativo. Sua população também cresceu muito e hoje é praticamente o dobro da de Salto, proporcionando um nível de vida invejável à maioria dos seus habitantes. Lembramo-nos da época em que Indaiatuba era dependente de nosso município em diversos setores. Por exemplo: até a década de 1970 ou 1980, não contava com uma agência do INSS e os muitos que desejavam apresentar suas reivindicações, fazer perícia médica, etc., tinham que vir até Salto para serem atendidos.
Itu já não teve o mesmo desenvolvimento de Indaiatuba, ainda é considerado à frente de Salto em diversos segmentos, mas foi ultrapassado em outros. Tivemos sempre uma dependência da chamada “Terra da Convenção”, da qual fazíamos parte como uma espécie de bairro longínquo da sede, tanto que éramos chamados de “Salto de Itu”, demonstrando que ainda não tínhamos a independência que só foi adquirida em 1917, quando o “de Itu” foi definitivamente eliminado. Hoje nosso município se sobrepõe ao vizinho bem próximo e serve até de exemplo para ituanos que nos citam quando ocorre aqui alguma melhoria que a vizinha cidade não recebe. Foi o que aconteceu, por exemplo, quando inauguramos nosso teatro, a Sala Palma de Ouro.
Essa abertura que fazemos para nosso comentário é para lembrar que a situação por nós vivenciada na maior parte da nossa existência não é a mesma que se verifica nos dias atuais. Salto está atrás das duas cidades próximas, que sempre servem de balizamento para nos situarmos, mas a situação que vivenciamos é muito melhor que a de 30, 40 ou 50 anos atrás. Num dos setores mais importantes, a da economia, estamos muito bem. E não somos nós que dizemos, mas gente de fora, como os dirigentes do Supermercado Roldão, inaugurado na semana passada, que destacaram a força da nossa economia e a projeção que nos próximos cinco anos a cidade terá, pois continuará crescendo muito. O empresário Ricardo Roldão, que fez essa afirmação à reportagem não utilizou o “achismo”, mas dados concretos, pois mandou fazer estudos que apontaram Salto entre as 40 cidades paulistas mais promissoras para o crescimento de sua rede.
Não foi nenhum político interessado em demonstrar sua eficiência ou sua qualidade administrativa, mas um empresário acostumado ao trato diário da situação econômica de sua empresa, conhecedor da situação do Estado e do País, que fez essa afirmação, contrariando aqueles que veem com pessimismo o futuro de nosso município. Que isso sirva de incentivo, mas também de alerta, pois a situação em que nos encontramos precisa ser mantida e até melhorada, o que dependerá não somente de nossas autoridades, do empresariado, mas até mesmo da população em geral.
CÁ ENTRE NÓS
CÂMARA: 6 MESES
A assessoria da Câmara divulgou um balanço dos trabalhos realizados no 1º semestre, evidentemente ressaltando que realizou “intensa atividade parlamentar”, citando o grande número de projetos apresentados, votados e aprovados, os requerimentos e indicações. Já tivemos a oportunidade de nos manifestar sobre a diferença entre a atual e a anterior legislatura, e mantemos nosso ponto de vista segundo o qual esta é mais crítica e independente, não se resumindo a chancelar tudo o que o Executivo deseja. A maioria dos eleitos com o prefeito Laerte demonstra que ajuda mais apontando os erros, aprovando o que entendem necessário e não adotando o elogio fácil, que nada resolve. A oposição, como na legislatura passada, às vezes exagera, mas também tem demonstrado responsabilidade, esperando-se que a situação perdure nos próximos 7 semestres.
GRAVE DENÚNCIA
Uma real prova de independência foi dada pelo vereador Cícero Granjeiro Landim na sessão de 3ª feira, na denúncia que fez sobre negligência no atendimento de uma senhora no Hospital Municipal. Evidentemente, a culpabilidade maior é da direção do Hospital Monte Serrat, mas ele não eximiu o prefeito e o secretário da Saúde de responsabilidade, dizendo que apesar da amizade e da afinidade política que com eles mantém, tinha a obrigação de citá-los e exigir providências. Que sua denúncia sirva para deixar os profissionais da Saúde que se veem às voltas com casos como o da senhora que veio a óbito, assim como a gestão do Hospital que deve ficar mais atenta, para que fatos como esse não venham a se repetir.
PREFEITO E SECRETÁRIO
Afinal podem o prefeito e seu secretário da Saúde serem responsabilizados pelo mau atendimento prestado no Hospital Municipal, se existe um gestor que deve exigir que tudo ocorra dentro dos conformes? A princípio não, pois se eles delegam a direção e o controle da casa de saúde a uma empresa considerada especializada, não têm a obrigação de acompanhar o dia a dia dos acontecimentos nesse e em outros locais para os quais também confiaram a administração. Por outro lado, também o prefeito e seu secretário não podem ser excluídos da responsabilidade, pois coube a um deles a escolha da empresa executora do serviço e ao outro o contato permanente para que suas determinações sejam cumpridas a contento. Quando a cobrança é feita através do Legislativo, da imprensa e até de gente do povo, ambos devem levá-la em conta e se preocupar em resolver a questão, que é o que se espera que sempre aconteça. Afinal, o Hospital trata com vidas e elas são mais importantes do que tudo.
ZONA AZUL
Está para ser feita uma nova licitação para conceder o serviço de estacionamento rotativo na região central, esperando-se que aconteçam algumas correções do que foi estabelecido com a empresa que era responsável, cujo contrato foi suspenso. Pelo menos duas medidas não devem deixar de ser estabelecidas: a isenção de cobrança pelo estacionamento das motos (mas com um controle para que não haja abusos, como o estacionamento durante horas no local a elas reservado) e uma tolerância de no máximo 3 minutos para os veículos que fazem entregas rápidas, por exemplo. Os vereadores estão defendendo um prazo maior (10 minutos), mas isso iria proporcionar muita confusão, sendo praticamente impossível o controle, “prendendo” os encarregados da cobrança indevidamente por um bom tempo e propiciando abusos daqueles que vão “até ali e já volto” e se demoram mais que os minutos estabelecidos, ocupando lugar de outros que desejam estacionar. A Zona Azul deve voltar logo, pois hoje está praticamente impossível estacionar no centro da cidade.
BOCA-DE-SIRI
“Pode escoiê”
A princípio todos eram ser vacinados com a Coronavac, mas alguns se negavam a aceitá-la por ser chinesa. Depois que surgiram outras vacinas, alguns se acharam no direito de escolher a que vão tomar e isso não está sendo aceito por muitos municípios, que consideram que todas as vacinas são eficientes. Os que preferem esta ou aquela agem como se estivessem numa loja e escolhessem a marca do tênis ou da roupa. Ou na barraca de laranja do “Jacaré”, que sempre repete para o freguês: “Pode escoiê”.
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