OPINIÕES
A denúncia contra o prefeito
Ao contrário do que ocorria em anteriores legislaturas, nesta não está sendo obedecido o princípio que vigorou durante muitos anos de o vereador que foi eleito por um determinado grupo defender os interesses de quem dele faz parte, principalmente em se tratando do Executivo, atacando ou realizando ações contra os adversários políticos e não contra os próprios companheiros de partido. Rompimento de prefeitos tivemos vários na história da política saltense a partir de 1948, quando da redemocratização do país, podendo-se citar as ocorridas entre Vicente Scivittaro (“Chinchino”) e dois sucessores aos quais apoiou: Hélio Steffen e Joseano Costa Pinto. Tivemos ainda o rompimento entre Jesuíno Ruy e seu indicado Pilzio Nunciatto Di Lelli e mais recentemente entre Geraldo Garcia e Juvenil Cirelli.
Na Câmara houve algumas mudanças de partidos de vereadores que romperam com prefeitos ou se juntaram a eles para auferir os benefícios do fato de “serem governo”, conseguindo tornar realidade muitas de suas reivindicações. No primeiro caso tivemos um exemplo de mudança da situação para oposição na legislatura passada, quando os chamados “Três Mosqueteiros” (Edemilson dos Santos, Cícero Landim e Márcio Conrado), se voltaram contra Geraldo Garcia, de cujo grupo faziam parte.
Na atual Câmara de Vereadores esse princípio da fidelidade não mais existe, pois vereadores que poderiam ser considerados da situação têm atacado o prefeito em várias oportunidades e até mesmo fazem denúncia contra ele, como aconteceu nos últimos dias, quando Henrique Balseiros responsabilizou o chefe do Executivo por conceder gratificação SUS de 30% a funcionários que não poderiam recebê-la. Essa denúncia pode acarretar até perda do mandato, embora essa hipótese seja remota. Mas houve por parte do vereador a deliberada intenção de punir o prefeito, se for comprovada sua denúncia. Mas o que é estranhável nessa denúncia é que Balseiros foi um tanto cuidadoso ou não quis correr riscos, pois utiliza as expressões “possivelmente servidores públicos foram colocados como se estivessem atuando na Secretaria da Saúde”; “possivelmente verificando o Portal da Transparência”, “talvez eles nunca estiveram na Saúde”, “talvez sem consentimento do ato”; “servidores também provavelmente sofreram as mesmas alterações” e “funcionário pode estar permanecendo até os dias atuais”.
Geralmente uma denúncia deve apontar dados concretos para facilitar a ação do Ministério Público, mas este, evidentemente, vai ouvir o prefeito Laerte, questionar se procedem as afirmações do denunciante (embora vagas) e verificar se aceita ou não a delação. Analisando os fatos, verifica-se que se realmente for provado que Laerte transferiu funcionários para a Saúde apenas para que eles recebessem a gratificação SUS de 30%, pois continuaram exercendo a mesma atividade na secretaria em que estavam lotados, poderá ser enquadrado como infrator, o que pode causar até a sua destituição do cargo. O vereador Fábio Jorge levantou a hipótese de mesmo que venha a ser comprovada a prestação de serviços do funcionário na Secretaria da Saúde, transferido de sua secretaria de origem, isso seria ilegal, pois necessitaria de uma lei autorizando.
Seja como for, o que se constata é que passados apenas 6 meses do seu governo, Laerte se vê às voltas com uma denúncia que deve estar lhe causando dores de cabeça. O irônico é que essa denúncia não parte de um oposicionista, mas de um vereador que foi eleito com ele no pleito do ano passado. Isso comprova o que temos abordado em nossos comentários: os vereadores que poderiam ser considerados da situação, com raras exceções, acham-se no direito de confrontar a administração, numa demonstração clara de independência. O silêncio ou até o alheamento do prefeito Laerte, que não se preocupou em ter uma convivência próxima com os vereadores, do seu partido principalmente e também da oposição, deve ter contribuído para isso. Há tempo para rever esse posicionamento, se é que ele ache isso necessário, pois até agora não achou.
CÁ ENTRE NÓS
NOTA ZERO
Em publicação anterior demos Nota 10 para a vacinação no Ginásio Municipal de Esportes João Sebastião Ferraro, pois realmente o serviço estava muito bem organizado e os profissionais da Saúde desempenhavam sua função com muita eficiência. Ainda com relação à vacinação no referido Ginásio, hoje estamos dando Nota zero, não para a organização interna, que continua sendo bem feita, mas para as aglomerações que estão acontecendo em frente e nas proximidades do Ginásio. Na última quarta-feira quem passou pelo local, por volta das 11 horas, verificou que havia um grande número de pessoas aglomeradas em frente ao portão de entrada e na Rua Henrique Viscardi uma enorme fila que ia quase até o prédio do jornal Taperá, na esquina com a Rua Itapiru. Nessa fila ninguém também respeitava o distanciamento e isso certamente tem colaborado para que aumente em nossa cidade o número de casos e de mortes, ao contrário do que ocorre no Estado. A Secretaria da Saúde poderia designar um funcionário para orientar as pessoas que esperam a vacinação, para que não se aglomerem, mas isso não tem sido feito, o que justifica a Nota zero.
RACIONAMENTO
Se as chuvas fossem regulares e não houvesse uma estiagem como essa que está castigando praticamente toda a região sudeste do Estado de São Paulo, Salto não teria problemas com o abastecimento de água. O Piraí e o Buru, com a ajuda eventual da Barragem da Conceição, teriam água suficiente para atender a população de 120 mil habitantes. No entanto, não se deve pensar apenas no presente, mas também no futuro e por isso se faz necessário buscar novas opções de provimento, mas além do Piraí, Buru e Conceição, não temos outros cursos d’água a serem aproveitados. Uma primeira medida e mais urgente, seria tornar a Conceição uma abastecedora costumeira, como foi durante muitos anos, pois os custos são baixos, pois a água chega por gravidade para nosso município, não havendo gastos com energia elétrica, por exemplo. Isso, porém, não parece estar nos planos do Executivo, o que é lamentável.
RIO JUNDIAÍ: SOLUÇÃO
Na administração passada considerou-se que em virtude da falta de uma fonte de abastecimento de grande porte para o município, o Rio Jundiaí poderia ser uma solução. Inclusive foi negociado um empréstimo de 26 milhões para a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA), aproveitando-se a água desse rio. Não é segredo pra ninguém que o Jundiaí ainda sofre com a poluição, apesar de ter melhorado de fase nos últimos anos. Indaiatuba, por exemplo, tem a opção de utilizar sua água, mas sabe-se que o custo de tratamento é muito maior e isso só ocorre em último caso. Como não temos alternativa, a atual administração, apesar das opiniões contrárias, deveria seguir adiante com a implantação da ETA do Jundiaí, pois a qualidade da água pode melhorar com as ações desenvolvidas por municípios ribeirinhos e, quando isso ocorrer, estaremos em condições de nos tornarmos usuários, o que não ocorrerá se houver uma desistência.
BOCA-DE-SIRI
Pipódromo
O vereador Benedito Macaia defende a ideia de ser criado em Salto um pipódromo. O que é isso? Segundo o Google é um local para soltar pipas, ou “papagaios”. Não só crianças, mas muitos marmanjos praticam essa atividade, mas em locais perigosos, correndo o risco de receber uma descarga elétrica, caso a linha esbarre nos fios de alta tensão. Para muitos, o legal é usar cerol ou a linha chinesa pra cortar a linha dos outros que soltam pipas. .......................................
Comments