OPINIÕES
A polêmica da volta às aulas
Apesar da Prefeitura ter decidido que a volta às aulas nas escolas da Rede Municipal de Ensino acontecerá a partir do próximo dia 26, segunda-feira, ainda existem resistências a essa medida, partindo principalmente do Sindicato dos Servidores. A alegação principal para não aceitar essa determinação é que tanto os professores como os demais ocupantes de cargos na Educação, inclusive as ADIs que trabalham nas creches, correrão perigo, assim como os alunos. A presidente do Sindicato, assim como seu advogado e a representante da Apeoesp, estiveram na Câmara numa reunião marcada para discutir o assunto, com a presença da secretária da municipal da Educação. Ela defendeu a volta às aulas, argumentando que todas as medidas preventivas estão sendo tomadas; que as crianças têm os mesmos direitos que os adultos; que em outros países a volta às aulas já aconteceu; que muitos pais voltaram a trabalhar e perguntam onde deixarão seus filhos; que as crianças podem ser afetadas por problemas emocionais, continuando em casa, como já estaria acontecendo, dentre outras coisas.
A secretária teve a oportunidade de dizer que nenhum professor e ADI, além, de outros profissionais da Educação e os próprios alunos não serão obrigados a voltar às aulas presenciais, pois a família tem o direito de escolha. Ela e sua chefe de gabinete foram questionadas pela presidente do Sindicato dos Servidores, advogado e pela representante da Apeoesp sobre o fato de professores, uma ADI e outros professores, num total de 10, não terem tomado nenhuma dose e 161 ainda aguardam a segunda dose, o que colocaria os alunos em risco, havendo necessidade de se preservar a vida deles. Consideram que só depois de todos vacinados é que se poderia voltar às aulas, pois hoje ainda ocorrem muitas mortes, novos casos, grande número de internações, inclusive com fila de espera. Também ressaltaram a necessidade de se realizar testes antes da volta, o que até agora não aconteceu, tendo a secretária e sua chefe de gabinete informado que estão sendo comprados esses testes. Citaram ainda a falta de condições de algumas escolas receberem os alunos por problemas estruturais, o que foi confirmado pelas duas representantes da Educação municipal, que disseram que as providências para resolver os problemas estão sendo tomadas.
Especialistas em Educação do Brasil e do mundo têm se manifestado pela retomada das aulas presenciais, lamentando que essa providência está demorando para ser tomada, mas nem todos são favoráveis e ainda existem, em Salto e no mundo todo, os que avaliam o risco que professores e alunos correrão. Nos parece inevitável essa volta, inclusive em nossa cidade, na qual a Secretaria da Educação, apoiada pelo governo municipal, não pretende voltar atrás. As consequências são imprevisíveis: poderão ocorrer óbitos, surtos e outros problemas relacionados à medida, mas isso acontece em todos os locais frequentados por pessoas. Já que a decisão foi tomada, sem possibilidade de reversão, o que se pede é que todas as medidas preventivas sejam respeitadas (vacinação e testes, principalmente), para que o retorno se dê de forma cuidadosa. E principalmente se ofereça aos pais e aos alunos poder de decisão, sem que sejam obrigados a aceitar imposições.
CÁ ENTRE NÓS
RETORNO ATROPELADO
Alguns vereadores se manifestaram a favor da volta às aulas, outros contra na reunião realizada nesta semana na Câmara com a secretária da Educação, sendo que o presidente do Legislativo foi mais enfático, dizendo que “se houver um único óbito em função desse retorno atropelado, vocês (a Secretaria da Educação) serão responsáveis por isso”. Não consideramos que o retorno está sendo atropelado. Aliás, o Brasil é um dos últimos países a adotar a medida e não é de hoje que a Secretaria Municipal da Educação está cogitando reabrir as escolas para os que desejarem frequentá-las. Não está havendo exigência para a aceitação e isso exime referida Secretaria de responsabilidade, caso haja contágio ou até mortes, a não ser que ela seja negligente.
OUTRO VETO
Estão virando rotina as manifestações contrárias a posicionamentos do prefeito Laerte Sonsin Jr. por parte dos vereadores de nossa Câmara. Nesta semana mais um veto seu foi rejeitado e por unanimidade de votos, o que pode levar o chefe do Executivo a recorrer à Justiça para fazer valer sua decisão. Ele considerou inconstitucional o projeto que exige a divulgação dos nomes dos médicos de plantão no Hospital Monte Serrat, mas os vereadores não aceitaram. Curiosamente, quem o apresentou foi o atual secretário da Saúde, Márcio Conrado, que agora teria condições de implantar a medida sem necessidade de lei autorizando. Ele fica numa sinuca de bico: fica ao lado do prefeito, considerando a determinação ilegal ou obedece a lei que será sancionada e promulgada pelo Legislativo?
SÓ 1 MÉDICO
Contribuiu para que o veto não fosse aceito o fato registrado por alguns vereadores, que foram ao Hospital Monte Serrat e constataram que havia apenas um médico de plantão, atendendo a ala da Covid e a que atende outras enfermidades ao mesmo tempo. Se houvesse a divulgação da relação dos médicos, que Márcio propôs, haveria a prova de que aquela casa de saúde está funcionando com um mínimo de profissionais para atender no Pronto Socorro. Isso seria até interessante para o Executivo que teria condições de agir, exigindo que a população fosse melhor atendida.
SEMÁFOROS
O que acontece na esquina da Avenida D. Pedro II com a Rua Albuquerque Lins, onde tem se verificado congestionamentos principalmente em horários de pico, como este jornal publico, causados pelo funcionamento irregular dos semáforos, ocorre também em outros pontos da cidade. Faz-se necessário que o Departamento de Trânsito realize uma revisão completa de todos os cruzamentos onde existe esse aparelho de sinalização urbana. Existem alguns onde a espera de um dos lados é exagerada, formando-se longas filas, como é o caso do citado, permitindo a passagem apenas de 3 ou 4 veículos. Isso acontece, por exemplo, nos cruzamentos com a 9 de Julho, principal via da cidade, que deve ter preferência, mas em alguns horários os semáforos nela localizados não permitem o fluxo rápido dos veículos de um dos lados. Na administração passada cansamos de apontar a demora para quem vem da General Glicério e quer ingressar ou transpor a 9 de Julho, mas nenhuma medida foi tomada. Espera-se que isso ocorra não só nesse cruzamento mas em diversos outros, contribuindo para um melhor escoamento do nosso trânsito.
BOCA-DE-SIRI
RODÍZIO AGUADO
Antes da pandemia a gente ia a uma churrascaria para degustar um rodízio de carnes, mas assim que o sr. Coronavírus apareceu essa delícia acabou. Agora tem outro rodízio, o de água, que o SAAE está implantando na cidade, conhecido também como racionamento. Todos estão tendo que consumir esse rodízio, que é muito diferente: às vezes ele some do espeto, em outras está muito aguado. O pior é que o valor da conta não cai e a gente lembra com saudade do tempo que gastava uma nota na churrascaria, mas pelo menos saíamos de lá arrotando. Agora o rodízio nos causa sede.
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