OPINIÕES
Violência contra o Lar Frederico Ozanam
O saltense não pode se calar e aceitar indiferentemente a intervenção do Conselho Nacional da Sociedade São Vicente de Paulo, com sede no Rio de Janeiro na Sociedade São Vicente de Paulo, mantenedora do Lar Frederico Ozanam. Como já tivemos a oportunidade de expressar na edição do último sábado, essa intervenção ridícula, vergonhosa, inadmissível, violenta, descabida e até sórdida, com objetivos que podem não ser aqueles tão nobres de que seus autores procuram se revester, não se explica. Os motivos que a determinaram não foram os desvios de verba, de finalidade ou outro correlato, como infelizmente acontece em algumas entidades que não fazem jus ao crédito e à importância que se lhes dá. Simplesmente aconteceu porque a Sociedade São Vicente decidiu levar seus velhinhos, há meses presos nas suas dependências, até um restaurante localizado numa fazenda do município, a Vesúvio. Eles não foram levados para um hotel-fazenda, como foi justificado, pois Salto não tem, mas para um simples restaurante, sem que as providências visando sua saúde e bem-estar tivessem deixado de serem tomadas, utilizando máscaras, álcool gel e evitando as aglomerações.
Essa intervenção não deve persistir, sob pena até de causar o encerramento das atividades da Sociedade São Vicente de Paulo, pois as autoridades, as empresas e os saltenses em geral, diante de medida tão brutal, hedionda, horrenda e devastadora, certamente deixarão de prestar a colaboração que têm prestado durante décadas. Não será aceita de forma alguma essa ação dos que praticaram a intervenção, mas talvez o objetivo dos que agiram dessa forma deva ser outros, esperando-se que não sejam os inconfessáveis, como alguns estão suspeitando e que só o futuro dirá se têm procedência.
A Sociedade já conta com o apoio de todos que a tem em grande conta, pelo trabalho que executa e que tantos elogios têm merecido em todo esse tempo de atuação. No entanto, terá não só que procurar conter na Justiça essa medida atroz, mas também agir de forma célere e objetiva para fazer com que a verdade seja estabelecida e defender o direito que tem de se defender. Ela já foi reconhecida nacionalmente quando recebeu o prêmio “Bem Eficiente”, numa solenidade realizada no Teatro Alfa, na capital, quando foi considerada uma das 50 melhores instituições do Brasil pela Kanitz & Associados, patrocinada pela agência de publicidade DM9, Lojas Americanas e Natura. Também foi premiada em diversas outras ocasiões, inclusive por este jornal em duas vezes dentre os Destaques do Ano. Recebeu ainda o “Selo Social”, concedido pelo Instituto Abaçaí às empresas e órgãos públicos que se destacam em ações de promoção humana e compromisso social, com base nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos pela ONU. A Câmara Municipal de Salto também distinguiu o Lar com seu principal prêmio, a Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, além de diversas outras homenagens e reconhecimentos durante os anos de sua existência.
Agora surge um Conselho Nacional, cujos membros desconhecem o trabalho, a seriedade, honestidade e a conduta sempre reta da nossa São Vicente para aplicar-lhe uma punição descabida que não merece prosperar. Falam em influência por parte de uma sociedade com os mesmos objetivos, de Indaiatuba, mas não queremos crer que nossos vizinhos tão próximos estejam por trás dessa ação ignóbil, indecorosa e infame. Se estão, como está sendo cogitado por alguns, certamente vão merecer a ação firme daqueles que não aceitam passivamente um ato tão danoso e desrespeitoso como esse que está sendo praticado.
CÁ ENTRE NÓS
LODO TÓXICO
A poluição que o Tietê nos manda de vez em quando tem variações: às vezes é o lixo de superfície, as garrafas pet, isopores, objetos dos mais diversos, etc.; em outras vezes o lodo tóxico que chegou a Salto procedente da barragem de Pirapora do Bom Jesus. Este é muito mais danoso, pois afeta com mais intensidade a fauna dos peixes, que praticamente desaparecem por algum tempo e depois reaparecem sabe-se lá por qual milagre que a natureza nos proporciona. Os responsáveis tanto de um tipo de poluição como de outro são muito conhecidos: os que têm mandato eletivo (governadores e secretários de estado), as empresas que despejam todo o material inservível no rio, os municípios que despejam seu esgoto nas águas e o cidadão que joga todo tipo de lixo, inclusive os não degradáveis, como plásticos, ao longo das centenas de quilômetros do maior curso d’água do Estado e um dos maiores do país. Nossos governantes, os legisladores, as entidades, a imprensa, os munícipes, enfim todo mundo protesta. As reclamações são ouvidas, mas ninguém soluciona o problema, mesmo que parcialmente. A qualidade da água do Tietê está cada vez pior e, infelizmente, não se vislumbra melhora a curto prazo.
PIRAÍ SECOU
O Ribeirão Piraí desde que passou a abastecer a população saltense, na década de 1960, nunca falhou com Salto. Mesmo nas ocasiões de estiagem, que ocorrem praticamente todos os anos, ele não deixou de proporcionar a quantidade de água que beneficia cerca de 80% dos saltenses, 24 horas por dia, quase todos os 365 dias do ano. A estiagem deste ano, porém, foi muito forte, ultrapassou os limites e o Piraí praticamente secou. Está-se buscando outras águas em locais jamais cogitados, como as cavas surgidas graças à retirada de terra ou areia. Enquanto isso, a situação piora no mundo todo com as mudanças climáticas causadas pela falta de medidas por parte dos países mais poderosos. A tendência é ficar pior do que está, infelizmente.
VARIANTE DELTA
A variante Delta chegou a Salto, mas nem todos estão preocupados com ela. Ouvimos até uma pessoa dizer: “Só tem um caso, isso é motivo de preocupação?”. É sim, se tem um caso é porque ela está entre nós e pode se expandir atingindo outras pessoas, por isso faz-se necessário adotar todos os cuidados. Segundo a revista Época, o número de casos provocados por essa variante cresceu 86% numa semana e nesta semana aconteceu a primeira morte causada por ela. A Covid começou assim, lembram-se? Primeiro 1, depois centenas, milhares, até chegar às 580 mil mortes atuais.
SITIANTE SUSPEITO
Um sitiante é suspeito de ter provocado uma queimada na cidade que proporcionou grandes danos numa enorme área. O que vai acontecer com ele? Nada. O Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, foi atingido por uma outra queimada na semana passada, causada por um balão. O que vai acontecer com o(os) balconista(s)? Nada. Infelizmente, em nosso país os que praticam esse tipo de crime ficam rindo dos que o(s) criticam. Pelo menos se fossem multados já seria alguma coisa, mas infelizmente tem gente que acha que a multa é uma violência, conforme ouvimos de vereadores na semana passada na Câmara. Tem que multar, sim e exigir o pagamento, pois essa gente só aprende mexendo nos seus bolsos.
BOCA-DE-SIRI
QUE COR VOCÊS QUEREM?
O pessoal da Grande São Paulo e das cidades ribeirinhas ao Tietê são muito gentis com a gente. Mandam garrafas pet, isopores, até sofás e bolas de futebol. Agora estão variando, mandando água preta, mas como nem todos os saltenses são corintianos, tem gente protestando. Vamos reivindicar ao governador João Doria que varie as cores, mandando de vez em quando água verde pra agradar os palmeirenses e até vermelha pra alegrar o pessoal do PT.
Comments