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OPINIÕES

Somos bem servidos em matéria de poluição


Salto está muito bem servido em matéria de poluição. Pense nos tipos de agressão ao meio ambiente num curso d’água e verá que nosso município conta com todos eles e numa quantidade impressionante. A terra fundada por Antonio Vieira Tavares há 323 anos, quando o Tietê era um rio limpo, piscoso e que despertava elogios pela sua beleza, manteve essa situação até meados do século passado, quando houve a intervenção humana, com barragens, túneis, desvios, etc.

Esgoto Salto sempre recebeu, pois os municípios ribeirinhos faziam o despejo numa época em que nem se pensava em tratamento (até meados do século passado). No entanto, como a quantidade de água era expressiva, sem barreiras para impedir seu percurso, além das populações localizadas em suas margens não serem muito significativas, a não ser a da capital, praticamente não se sentia o odor fétido. Isso começou a acontecer a partir da década de 1960, quando afetou inclusive o funcionamento do Restaurante do Salto, às margens do Tietê, que era atingido pelo mau cheiro proveniente do rio.

Não se podia ir até as proximidades da cascata, pois além do cheiro de esgoto, existia um outro, que perdura até os dias atuais, causado por produtos tóxicos. Nesse caso a culpa é das indústrias, muitas das quais continuam despejando seus detritos no rio, na maior parte das vezes sorrateiramente. Ultimamente esse material tem sido trazido pela lama, como a da semana passada, que matou milhares de peixes, inclusive alguns de bom porte. A recuperação certamente vai levar anos.

Um tipo de poluição a que já estamos acostumados a receber, sem que nenhuma providência efetiva seja adotada é a do chamado “lixo de superfície”, aquele que traz os objetos mais variados, predominando as garrafas pet, isopores e outros que a população joga no Tietê sem medir as consequências. Salto é o receptáculo desse material, despejado às toneladas, e que o município é obrigado a recolher e levar para seu aterro sanitário, na maior parte das vezes sem que seja possível seu aproveitamento como reciclável. As autoridades estaduais são cobradas, mas costumeiramente se fazem de surdas e não assumem a responsabilidade, cabendo os custos, que não são baixos, ao município.

Pergunta-se: até quando nossa cidade sofrerá as consequências do desleixo das que estão localizadas a jusante, a maioria das quais não trata seus esgotos, não se preocupa em exigir das indústrias que não joguem no rio objetos que levam anos para se degradar, como os plásticos e procuram explicações idiotas para a lama tóxica?

O maior responsável é o Governo do Estado, pois no correr dos anos o que ele tem feito são apenas promessas, jamais cumpridas. Está mais preocupado com o Rio Pinheiros ou com o trecho do Tietê na Grande São Paulo, o interior que se ferre. A Cetesb de Jundiaí, responsável pelo que ocorre em nosso meio ambiente, também pouco faz, tendo em vista suas limitações. Não tem condições de proibir e as punições que aplica não fazem cócegas nos infratores. Por isso, como já foi sugerido, poderíamos estudar medidas extremas, como, por exemplo, encher um caminhão de detritos dos mais variados que recebemos e jogá-los em frente do Palácio dos Bandeirantes. Haveria repercussão na mídia e talvez surtisse algum efeito, embora não se possa garantir que isso poderá acontecer.


CÁ ENTRE NÓS


INEVAT X EMAE

Toda briga é condenável, mas essa entre o Inevat e o Emae é boa para os interesses dos saltenses, que há muito tempo almejam uma melhora das condições das águas do Rio Tietê. Infelizmente, o Inevat está praticamente sozinho nessa briga, pois tanto o Poder Executivo como o Legislativo certamente não aceitam o despejo da poluição no espaço ocupado pelo rio em nosso município, mas não adotam uma atitude mais incisiva. Protestar na tribuna da Câmara, mandar ofícios, apresentar votos de repúdio e outras “cozitas mas” não vão fazer com que mude o panorama. O povo também não pode apenas olhar, precisa se sensibilizar e realizar movimentos, passeatas e agir com mais intensidade. As autoridades estaduais têm mais medo da voz do povo do que da dos políticos.


ACESSO À SANTA

Infelizmente, na apresentação dos projetos turísticos a serem implantados com a verba do DADE para este ano, não foi incluída a avenida de acesso à Imagem da Padroeira, nas Lavras. Hoje esse acesso é uma vergonha, pois os ônibus têm que passar por ruas estreitas, não asfaltadas, mas apenas pavimentadas com paralelepípedos, Na administração passada foi elaborado um projeto que inclusive começou a ser implantado com a desapropriação de um imóvel na Avenida Hilário Ferrari, mas nesta administração não houve a necessária sequência. Conversamos recentemente com o comerciante Roberto Valdimir Ferrari, um dos proprietários da área ao lado do monumento, que se mostrou acessível a um entendimento com a Prefeitura, mas não houve, pelo menos até agora a devida receptividade. Isso se faz necessário, não é porque a obra foi projetada pelo anterior governo que deverá ser colocada de lado, pois é importantíssima para nosso turismo.

FILAS NOS BANCOS

O problema filas nos bancos continua cada vez mais grave. O que se tem visto nos últimos dias é o agravamento da situação. Já dissemos e o vereador Cícero Granjeiro Landim voltou a enfatizar nesta semana, que o prefeito Laerte Sonsin Jr. precisa agir com mais rigor junto aos estabelecimentos bancários, que visam apenas o lucro, demitindo funcionários, fechando agências e deixando de proporcionar benefícios aos que neles confiam, aplicando ou guardando seu dinheirinho em suas agências. Uma atitude mais drástica precisa ser tomada e já passou da hora!


CASOS DE COVID

Pra muita gente a Covid acabou. Em muitos municípios o número de casos caiu drasticamente, mas esse não é, especificamente, o caso de Salto, pois ainda é considerável o surgimento de mais pessoas atingidas pela doença. Tivemos 1.427 casos em julho, 1.454 em agosto e nos primeiros dias deste mês de setembro os números praticamente se mantém, pois apesar de ter sido constatado apenas 1 caso da variante Delta, é possível que outras pessoas tenham sido atingidas por ela. Por isso é preciso continuar usando máscara (coisa que muitos deixaram de fazer), evitar aglomerações (as festinhas, inclusive em clubes e entidades, para as quais as autoridades fecham os olhos continuam acontecendo), em bares e em muitos outros locais. Felizmente o número de óbitos tem caído, mas 39 mortes num mês em virtude da Covid não é pra deixar ninguém sossegado.


BOCA-DE-SIRI


BARREIRA SEM ECO


Até que foi uma boa ideia implantar uma eco-barreira para segurar o lixo que chega a Salto pelo Tietê. Só que na primeira chuvinha os objetos, tendo à frente o Capitão das Garrafas Pet, levou a barreira embora. Não teve nem eco, foi tudo muito silencioso. O fato demonstra que não há barreiras que segurem a poluição. Só quem pode nos salvar é Moisés, aquele da Bíblia, que separou as águas do Rio Vermelho e que poderia fazer o mesmo com nosso “Rio Preto”.

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