OPINIÕES
Agora sai a Barragem do Piraí?
Tudo começou no dia 12 de junho de 2003 (governo do prefeito Pilzio Nunciatto Di Lelli – 2001 a 2004), com a instalação solene do Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí (Conirpi), integrado por 4 municípios: Salto, Itu, Indaiatuba e Cabreúva, que são por ele banhados. O órgão desde o princípio tinha como finalidade planejar, adotar e executar planos, programas e projetos destinados a acelerar o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da região e principalmente a enfrentar o problema da falta d’água, que naquele ano já era sério.
Na administração seguinte, do prefeito Geraldo Garcia, o Consórcio foi alavancado por um trabalho que reuniu os chefes de Executivo das 4 cidades, que passaram a reivindicar, em conjunto, que o Consórcio se tornasse realidade, ocupando cada um deles o cargo de presidente, começando com o prefeito de Salto. No inicio de sua segunda gestão à frente da Prefeitura de Salto (2009 a 2012), Geraldo intensificou as providências, contando com o apoio importantíssimo da deputada federal Aline Correia, que fazia parte do governo da então presidente Dilma Roussef, que conseguiu inicialmente uma verba no valor de R$ 57 milhões, através do Ministério das Cidades (Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 2). Naquele ano de 2010 Salto recebeu um total de R$ 64,7 milhões para o abastecimento de água e saneamento básico, dinheiro que foi usado na ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Bela Vista e em outras obras. Ocorreram, na época, muitas viagens a Brasília dos prefeitos das 4 cidades, os quais eram recebidos por ministros, como Eliseu Padilha, visando a liberação dos R$ 57 milhões, que acabaram sendo destinados para a obra.
Além de Geraldo, os outros prefeitos que ocuparam o cargo em Salto, assim como os sucessores das outras 3 cidades, se revezaram na presidência do Consórcio e também colaboraram para que o projeto de implantação da barragem ocorresse. Houve e ainda há alguns problemas relacionados que tiveram que ser enfrentados. A licença ambiental, por exemplo, só foi obtida junto à Cetesb em 2017, devendo-se a demora a alguns questionamentos ambientais relacionados à preservação da Fazenda Piraí, principalmente. Outro problema foi referente à desapropriação de terras na área a ser ocupada, sendo que algumas negociações levaram meses e outras ainda não foram concluídas.
O Consórcio teve algumas despesas, mas ainda sobram alguns milhões que irão se somar aos 70 milhões que o Governo do Estado aprovou para a obra, com a assinatura pelo governador em exercício Rodrigo Garcia. Somados com o que o Consórcio tem em caixa deve apressar a realização da obra, o que poderá beneficiar as populações dos 4 municípios. Tudo indica que agora ela sairá. Fica, porém, a dúvida, pois se a estiagem for muito intensa como a deste ano, até ela sentirá os efeitos, que têm sido devastadores e não poderá cumprir o papel que todos esperamos que cumpra.
CÁ ENTRE NÓS
Dívida com Aline
Nunca um deputado, federal ou estadual, conseguiu tanto para Salto como a deputada federal Aline Correia. Na época em que ela exercia o mandato (final da década de 2000 até o início da década de 2010, nos governos de Geraldo Garcia), nossa cidade foi aquinhoada com verbas substanciais do Governo Federal, que atingiram cerca de 100 milhões de reais, sendo que 57 milhões foram destinadas para a Barragem do Piraí, uma obra que agora se prevê vai ser tornada realidade, com mais 70 milhões liberados. Na opinião de um jornalista que atuava na época, sem paixão partidária, Salto deveria colocar uma estátua de Aline em praça pública, pelo muito que ela fez em favor de nossa cidade. Infelizmente, seu pai, que também era deputado federal, esteve envolvido em corrupção, sendo inclusive condenado e ela abandonou a política. Com isso Salto deixou de ter uma representante que realmente trabalhava em seu favor.
Taperá colaborou
O jornalismo que prima pela qualidade e credibilidade e que realmente trabalha em prol de sua coletividade, muitas vezes contribui para mudanças que são feitas em benefício do povo. No caso do Ribeirão Piraí, a ação do Taperá nos anos finais da década de 1990, denunciando as ameaças que rondavam a Serra do Japi, onde o Piraí nasce e cuja bacia hidrográfica está localizada, contribuiu para a sua preservação. O ex-prefeito Geraldo Garcia e o ambientalista Chico Moschini, foram partícipes das denúncias feitas por Taperá quando se corria o risco de se “lotear” toda a área da Serra do Japi, sem garantias efetivas para a preservação do ribeirão. Este jornal também denunciou a insuficiência da cidade de Cabreúva de captar e tratar todo o esgoto gerado, tornando o curso d’água bastante poluído. Um dos casos emblemáticos envolvia um abatedouro de frango cujos dejetos chegavam ao Piraí. Taperá foi o primeiro a denunciar – e o fez repetidas vezes – sobre o surgimento de uma ocupação ao lado do Ribeirão, perto das margens da Rodovia Dom Gabriel Paulino Couto. As insuficiências da Sabesp para projetar e fazer obras suficientes também ocuparam páginas deste periódico e tudo isso contribuiu para que políticos e ambientalistas articulassem a criação do Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí. Nossas reportagens foram base essencial para que o então deputado estadual Hamilton Pereira (PT) aprovasse na Assembleia Legislativa lei que transforma a bacia do Piraí em área de preservação permanente e, com isso, criou-se mecanismos mais efetivos para a sua proteção. Nossa participação precisa ser reconhecida e ressaltada.
ZONA AZUL
Sem o estacionamento rotativo nas vias públicas de Salto, a dificuldade é enorme para os motoristas estacionarem próximo aos locais onde pretendem fazer suas compras ou realizar alguma outra tarefa, pois as vagas estão quase todas ocupadas durante a maior parte do dia. O Executivo e o Legislativo brigaram para serem os “pais da criança”, ou seja, aquele que iria determinar a forma de funcionamento da Zona Azul, divergindo principalmente sobre o tempo de permanência na vaga antes de começar a contar o período do estacionamento pago. Os vereadores insistiram e acabaram impondo 15 minutos de tolerância, o prefeito resistiu, acabou propondo 5 minutos, mas sua sugestão não foi aceita. 15 minutos é muito tempo e até inviável, pois o funcionário da empresa teria que aguardar até que seja definido se o motorista vai precisar mesmo estacionar ou se esse tempo foi suficiente para ele fazer o que programou. Também vai contrariar o conceito do estacionamento ser rotativo, pois se muita gente parar durante 15 minutos num determinado lugar, vai impedir que outros estacionem. Com essa alteração, vai ser muito difícil aparecer uma empresa na licitação que deve ser feita e, se aparecer, podem aguardar muitas divergências envolvendo ela própria, os motoristas e o Poder Público. Ou seja: a Zona Azul vai continuar sendo motivo para muito bate-boca.
BOCA-DE-SIRI
Minhoca na cabeça
Segundo o senhor Google, a pessoa que tem ideias absurdas, muito burras e que faz muitas besteiras, tem minhoca na cabeça. Um bom exemplo de uma pessoa assim é o presidente Jair Bolsonaro, aquele que é contra a vacina, contra o álcool gel e a favor das aglomerações. Depois de falar tanta coisa sem cabimento, a última dele é que as vacinas podem causar AIDs. Só se causarem AIDs nas minhocas que ocupam um bom espaço do seu cérebro.
Comments