OPINIÕES
Médicos e profissionais do Hospital: empregos de alto risco
Trabalhar como médico ou profissional da Saúde no Hospital Monte Serrat tem sido funções de alto risco, pois os regulamentos, horários e as ordens têm que ser cumpridas, mas no fim do contrato o calote é certo. É o que aconteceu com os dois últimos gestores dessa casa de saúde, o IBDHA e o Caminho de Damasco, que não cumpriram seus compromissos junto àqueles que com dedicação ímpar prestaram os serviços necessários durante os 180 dias destinados a cada um. O Poder Executivo tem sua culpa também no caso, não é ele o devedor, mas não criou condições suficientes para que os prestadores de serviços recebessem o tratamento devido por ocasião do fim dos contratos. Demorou mais de 6 meses para elaborar um edital para a licitação, o qual foi contestado pelo Tribunal de Contas, que não o aceitou. Teve que fazer novo contrato emergencial às pressas.
Os profissionais da Saúde estão tendo que se valer dos seus sindicatos e os médicos se aglutinaram para reivindicar o que lhes é direito e não está sendo cumprido. Eles programaram para a última segunda-feira uma paralisação parcial, propondo-se a atender apenas os casos de urgência e recorreram a este jornal para obter o devido apoio, o que não lhes foi negado. Nossa intenção não é atingir o Executivo, que não é diretamente responsável pelo problema criado, mas sim defender aqueles que se valem da imprescindível colaboração, inclusive da imprensa, para reivindicar o justo e necessário.
Fomos mal interpretados pelo prefeito Laerte Sonsin Jr., que considerou a manchete que publicamos como “sensacionalista” e baseada em fake news. O atual chefe do Executivo segue a cartilha dos seus antecessores, que também atribuíram à imprensa a culpa pelos erros que cometem ou pela falta de medidas efetivas para resolver os problemas. Com antecessores de Laerte isso também aconteceu, inclusive na anterior administração do prefeito Geraldo Garcia. Ele acusou certa feita o Taperá de utilizar fake news quando divulgamos os preços que seriam cobrados na Zona Azul, cuja instalação estava ainda em discussão e quando as negociações foram encerradas o que aconteceu? Este jornal estava certo, pois os preços foram aqueles que divulgamos. Acertamos porque nos baseamos sempre na verdade, que é um paradigma para tudo o que fazemos desde o longínquo 1964 e em nossos mais de 57 anos de existência.
O prefeito Laerte questionou a manchete que publicamos na edição do último sábado, mas ela não foi divulgada “pra vender jornal”, como ele disse, pois não precisamos disso. Também afirmou que o Taperá ouviu apenas 3 ou 4 médicos e eles são mais de 60. O que ele queria, que consultássemos os 60 profissionais? Quando o caso envolve uma atividade ou entidade deve-se ouvir os líderes e não todos os que delas fazem parte, o que não é possível. Fizemos questão de destacar a notícia da possível paralisação para alertar a população que nossa principal casa de saúde poderia não funcionar da forma como sempre ocorre, podendo ser tomadas algumas providências pelos pacientes ou simplesmente tomarem conhecimento do que poderia ocorrer.
Não temos nada a retificar do que publicamos, apenas lamentar que o prefeito Laerte Sonsin Jr., ao invés de reconhecer a situação criada e trabalhar para resolvê-la antes de chegar ao limite que chegou, preferiu culpar este jornal, que mais uma vez esteve do lado certo.
CÁ ENTRE NÓS
LAERTE PRESENTE
Embora não admita, o prefeito Laerte tinha ciência que haveria a paralisação de médicos do Hospital Monte Serrat segunda-feira. Se não acreditasse não teria se dirigido cedinho ao local, negociando diretamente com 3 ou 4 médicos que lideravam o movimento e com os quais acertou uma trégua. Isso prova que a manchete do Taperá foi correta. O que não é correto é o Caminho de Damasco pretender pagar o débito com os médicos em 30 meses, que poderá ser reduzido para 6 parcelas. Também é muito, mas pra não perder tudo os profissionais podem ser obrigados a aceitar.
PROBLEMA RESOLVIDO?
Autoridades e grande parte das populações das 4 cidades a serem beneficiadas com a Barragem do Piraí evidentemente ficaram muito contentes com a destinação, por parte do Governo do Estado, de 70 milhões de reais destinadas à obra. O dinheiro, porém, não resolverá todos os problemas que não são apenas financeiros. Para que os trabalhos possam ser iniciados, será necessário resolver alguns deles, como, por exemplo, a desapropriação de algumas propriedades. Um dos casos envolveria uma fazenda cujo proprietário não estaria disposto a aceitar o que lhe foi proposto, pois ela conta com construções e outros melhoramentos e o Consórcio integrado pelas 4 cidades se dispõe a pagar apenas pela terra, mesmo porque tudo o que foi construído ficará sob as águas, pois em alguns locais a barragem terá 80 metros de profundidade. As licitações podem ser outro empecilho, pois os prazos são longos, podem existir recursos das empresas que não forem escolhidas, além de outros problemas que serão conhecidos com o tempo. A Barragem do Piraí vai sair, só não se pode garantir quando.
MUITAS CRÍTICAS
Tem sido comum na atual administração vereadores, inclusive teoricamente da situação, fazerem críticas à atual administração, sendo citado não só o prefeito Laerte Sonsin Jr., mas também o vice Edemilson dos Santos, no caso deste lembradas as críticas que ele fazia como vereador sobre casos não solucionados no atual governo. Na última sessão a quantidade de críticas foi enorme e elas partiram tanto de vereadores considerados da situação como da oposição. Aliás, é difícil separar hoje quem é situacionista e quem é oposicionista, pois não existe um posicionamento fixo como o que acontecia em legislaturas passadas. Isso pode ser ruim para o prefeito, mas é bom para a democracia, demonstrando que os vereadores agem com independência e agem como o que diz sua consciência.
ÔNIBUS LOTADO
Lamentável a imagem divulgada nos últimos dias, mostrando crianças amontoadas em ônibus escolar municipal, sem a devida proteção do cinto de segurança e sequer sem lugar para sentar. Coisas como essa não podem acontecer e providências urgentes precisam ser tomadas para que não se repitam, pois uma tragédia pode ocorrer e daí os responsáveis vão procurar se eximir, como sempre acontece.
ENFEITES DE NATAL
Quando foi anunciado que seria implantado neste ano o concurso “Natal Vida”, para premiar as melhores ornamentações natalinas, todos aceitaram a ideia do secretário de Desenvolvimento Urbano e de Turismo, Wanderley Rigolin, muito bem. Ele até conseguiu material para enfeitar vias da cidade, mas quem foi encarregado de elaborar o respectivo projeto estragou tudo. Segundo os vereadores, é tão ruim que não deu pra aceitar. Eles se eximem, dizendo que gostariam de aprovar a ideia, mas a execução de quem colocou a proposta do secretário no papel estragou tudo.
BOCA-DE-SIRI
Deixaram $audade
Tanto os médicos como os demais profissionais da Saúde do Hospital Monte Serrat estão se especializando em despedidas. Primeiro disseram adeusinho para o IBDHA, gestor do Hospital, que foi embora deixando uma bela lembrança: pagamento em atra$o de alguns meses. Depois voltaram a fazer despedida na saída de mais um gestor, o Caminho de Damasco, que também deixou ra$tros. Será que alguém vai querer que os médicos ou profissionais da Saúde devam encarar a situação rindo muito, pois ela é realmente “impagável”? Só se for de lágrimas de sangue.
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