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OPINIÕES


O secretariado do prefeito eleito


Sem mais delongas o prefeito eleito Laerte Sonsin Júnior apresentou seu secretariado na última quarta-feira. As 15 secretarias foram mantidas e indicados os seus ocupantes e de todos eles apenas um (Amilton Arruda Sampaio, dos Negócios Jurídicos) exerceu o cargo de secretário e dois ou três que já trabalharam na Prefeitura. Dos 15, todos eles saltenses, dois passaram pela redação do Taperá, por isso conhecemos muito bem o que podem fazer em benefício do novo governo: Valdir Líbero, que foi editor de Esportes deste jornal durante 26 anos e Oséas Singh Júnior, que foi nosso colaborador em dois períodos nos 56 anos deste órgão de imprensa. Valdir, aliás, incluiu a passagem pelo Taperá em seu currículo, apresentado quarta-feira, Oséas não. Talvez queira apagar de sua trajetória como jornalista as fases em que se comportava como crítico insaciável das administrações que se sucederam, principalmente quando elas tinham como titular o atual prefeito Geraldo Garcia, pelo qual tem uma ojeriza extrema, o que pode ter contribuído para sua escolha pelo novo prefeito. Aliás, exerceu esse insaciável posicionamento crítico inclusive em críticas a este jornal, que sempre que solicitado lhe deu guarida, jamais censurando seus comentários radicais.

Sobre os demais futuros secretários pouco podemos dizer, mas conhecemos o trabalho de Mércia Falcini, principalmente o executado na área educacional, na qual apresentou trabalhos dignos de nota, que enriquecem seu longo currículo. Consideramos excelente a escolha de Wanderley Rigolin para a de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, pois ele já se destacou numa dessas áreas, a do Turismo, nos governos de João Conti (durante o qual foi um dos principais responsáveis por Salto ter conseguido o título de Estância Turística) e nos primeiros 8 anos de Geraldo Garcia. Não entendemos, aliás, o porquê do seu não aproveitamento na atual administração, pois condições para ocupar a secretaria que trata do Turismo não lhe faltam. Um outro que já deu mostras de sua capacidade em sua já longa e vitoriosa carreira profissional é o arquiteto Nivaldo Panossian, com construções dos primeiros edifícios na cidade, além de inúmeros outros trabalhos, destacando-se a coautoria do projeto original do Hospital Municipal.

Dos demais não citados neste nosso comentário, conhecemos Francisco José Procópio, que ocupará um cargo importantíssimo, o de titular da Secretaria de Governo, no qual poderá aplicar o conhecimento que adquiriu em sua passagem por cargos na Prefeitura. Também sabemos que a nova secretária da Educação, Ana Christina Noronha Fávero já deu mostras de sua capacidade em cargos no município e na direção de uma escola estadual, mas dos outros indicados infelizmente não temos conhecimento do que já fizeram e do que podem fazer, mesmo porque a maioria não tem experiência na administração pública. Seus currículos são respeitáveis, por isso e por assumirem funções que a maioria desconhece, poderão ou não cumprir a missão que Laerte vai lhes confiar. Vamos torcer para que cumpram. De todos eles temos uma observação a fazer sobre apenas um: Oswaldo Antonio Dalla Vecchia, que há algum tempo fez críticas contundentes e ofensivas a este jornal nas redes sociais (que inclusive respondemos uma vez nesta coluna, sem citar seu nome). Aceitamos críticas por mais severas que sejam e até agradecemos quando apontam nossos erros, o que nos ajuda a corrigi-los, mas não podemos aceitar ofensas como a feita por esse futuro secretário do Meio Ambiente. Ele, que já foi atirador de pedras contra o Taperá, agora é vidraça. Estaremos de olho, assim como nos demais secretários, mantendo, evidentemente, nossa costumeira imparcialidade.


CÁ ENTRE NÓS


Gente nova

O resultado da eleição do último dia 15 para o Legislativo saltense apontou uma redução na média de idade, com o ingresso de 4 eleitos que ainda não atingiram os 30 anos: o atual vereador Vinicius Saudino com 28, Fábio Jorge com 27, Henrique Balseiros com 23 e Daniel Bertani com 29. A média na eleição de 2016 para a Câmara era de 45 anos, com idades que iam de 24 anos (Vinicius Saudino) a 63 (Luiz Carlos Batista). Neste ano a média caiu para 41 anos, que poderia ser menor, não fosse pela eleição de Edival Pereira Rosa (62 anos) e pela reeleição de Cícero Landim (54 anos), José Benedito Macaia (56 anos) e Antonio Cordeiro (51 anos). O ponto positivo é que no pleito de 2016 apenas um vereador tinha menos que 30 anos (Saudino) e neste ano foram 4 (Saudino, Fábio, Henrique e Daniel). É a juventude ocupando cargos que antes eram dominados por pessoas com mais idade, renovando um poder que precisa de gente jovem e preparada (o que parece ser o caso em Salto) para atuar com mais eficiência.

Pesquisas falharam

Na entrevista que concedeu a este jornal na semana passada, quando apontou os prováveis motivos de sua derrota, o prefeito Geraldo Garcia nos mostrou 3 pesquisas eleitorais: duas realizadas por uma empresa de Campinas que geralmente acerta na previsão, feitas nos dias 7 e 14 de novembro, que apresentava Geraldo à frente de Laerte Sonsin Jr. com porcentagens que atingiam 6% e uma terceira de uma empresa de Piracicaba, contratada por uma empresa de Salto, na qual Geraldo aparecia com 8% a mais que Laerte. Isso trouxe muita confiança ao chefe do Executivo e a sua equipe, mas o resultado das urnas contrariou as previsões. Os 3 motivos citados por Geraldo (grande inadimplência, acusação de “ficha suja” e a pandemia) podem ter contribuído para o insucesso, mas é preciso levar em conta que a pesquisa é apenas uma previsão do que pode ou não acontecer. Podemos dizer com um certo ufanismo que as pesquisas ou as enquetes que Taperá realizava davam sempre certo, mas nem por isso deixamos de correr sérios riscos, pois a previsão poderia ou não acontecer, como aconteceu neste ano.


5 mulheres em 73 anos

Salto contou na eleição do último dia 15 com 51% de eleitores do sexo feminino e 49% do masculino. Obviamente, esperava-se que a maioria de mulheres votantes iria representar pelo menos a eleição de metade das 11 vagas na Câmara, mas pela segunda vez seguida só homens comporão o Legislativo local. Nos 73 anos contados a partir da redemocratização do país, em 1947, apenas 5 mulheres se elegeram para ocupar cadeiras na Câmara da cidade: Rosi Mari Aparecida Ferrari, Marilena Matiuzzi, Célia Coa, Rosana Costa Pinto e Luzia Vidal. Para a Prefeitura nenhuma mulher foi eleita e houve apenas 2 candidatas ao cargo: Marilena Matiuzzi e Rita Leite Diniz, que não foram eleitas. Os partidos são obrigados a indicar 30% de mulheres em suas chapas de candidatas a vereador, mas nem todos cumprem. E, quando cumprem, são obrigados a destinar uma verba para elas aceitarem ser candidatas, pois só assim conseguem convencê-las. Merece um estudo detalhado esse desinteresse pela candidatura por parte de pessoas do sexo feminino, assim como o comportamento das eleitoras, que embora sejam maioria no total de votantes, preferem sempre dar seus votos aos do sexo masculino.

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