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OPINIÕES

Uma reunião muito produtiva


Ao contrário dos ex-prefeitos, que faziam questão de manter sua base política na Câmara, inclusive aumentando-a, com a adesão de outros vereadores, o atual, Laerte Sonsin Júnior, tem adotado uma tática diferente. Raramente se reúne com os vereadores, poucas vezes se encontrou com eles para explicar projetos e não demonstra nenhuma reação quando sofre derrotas seguidas no Legislativo, como as constantes rejeições de seus vetos. A história da política saltense já demonstrou que prefeito que não tem maioria na Câmara sofre as consequências e muitas ações que poderia ou deveria promover não acontecem. Com isso, não somente ele, mas a população toda é prejudicada. São muitos os exemplos e podemos citar pelo menos dois que ocorreram numa época em que o prefeito Jesuíno Ruy ocupava a chefia do Executivo: a oposição ao seu governo impediu que a Brasital implantasse um loteamento na saída para Itu, o que faria com que a margem esquerda do Rio Jundiaí se urbanizasse, coisa que até hoje não aconteceu. Na mesma época os oposicionistas foram contra a construção da chamada inicialmente “Ponte do Palma”, que só foi concluída muitos anos depois, no governo de Geraldo Garcia, passando a chamar-se “Ponte dos Pescadores”.

Há alguns dias parece que o prefeito Laerte se tocou e reconheceu que se não houver um contato com os vereadores dificilmente seria aprovado o projeto de lei que o autoriza a contrair empréstimo de R$ 21 milhões, dos quais 21 milhões para asfaltar 11 mil quilômetros de vias públicas da cidade. Geralmente os vereadores são contra empréstimos, pois consideram que o município não tem condições de contrair dívidas consideráveis. Já tivemos várias rejeições de proposituras nesse sentido nos últimos anos, constituindo-se em exceção a que autorizou empréstimo de R$ 24 milhões para melhorar o abastecimento de água da cidade, que ocorreu na administração anterior. Antes do prefeito Laerte enviar o projeto de empréstimo à Câmara, já tivemos manifestações contrárias de vereadores, inclusive de sua “base” (ela existe?), mas depois da visita nesta semana do chefe do Executivo à Câmara parece que alguns podem pensar melhor e talvez mudem de opinião. Frise-se, porém, que não há garantias de que o projeto vai ser aprovado, mas valeu a tentativa.

Esse “papo” de Laerte com os vereadores é importante e isso foi demonstrado na reunião de quarta-feira, embora apenas 8 deles estivessem presentes (somente um, Fábio Jorge, justificou sua ausência). Foi a oportunidade não só de Laerte expor o que ele considera vantagens se o projeto for aprovado, mas também de esclarecer alguns outros assuntos e anunciar medidas que pretende tomar.

Sem dúvida, a questão maior será aprovar ou não o empréstimo de 21 milhões de reais. Os que são contra argumentam que existem outras prioridades, mas deve-se levar em conta que, como no caso do empréstimo aprovado na administração passada junto ao Governo Federal, o Governo Estadual libera esse dinheiro apenas para obras de infraestrutura, que Laerte privilegiou o asfalto como a principal delas. Não poderá ser usado, por exemplo, para melhorar o abastecimento d’água e nem para ser aplicado no setor da Saúde. Fica a dúvida se vale a pena o município contrair um empréstimo tão vultoso, cabendo agora os vereadores decidirem, mas devem fazê-lo pesando os prós e os contra e não agindo politicamente.


CÁ ENTRE NÓS


Uso político

Vereadores contrários ao projeto de empréstimo dos 21 milhões estão achando que o prefeito está pretendendo fazer uso político do asfaltamento das vias públicas. Pavimentação de ruas e praças já foi instrumento utilizado por prefeitos para angariar a simpatia de moradores das vias beneficiadas, mas hoje essa vantagem é muito relativa. Na década de 1950, o então prefeito Vicente Scivittaro pavimentou ruas do centro com paralelepípedos e isso contribuiu para que fosse eleito duas vezes e fizesse dois dos seus sucessores. Jesuíno Ruy também aplicou o asfalto em vários pontos da cidade e isso contribuiu para ganhar pontos (e votos) junto aos proprietários dos imóveis. Pilzio, Geraldo Garcia e Juvenil também asfaltaram e mais recentemente, na administração passada, Geraldo utilizou verba do DADE para pavimentar com asfalto vias que nada tinham com o turismo, mas hoje uma providência como essa já não rende votos. Se rendesse, Geraldo não teria a votação que teve. Se Laerte está achando que os 11 mil quilômetros de asfalto vão pesar na balança se for candidato à reeleição ou se apoiar algum candidato, pode “tirar o cavalinho da chuva”. Hoje a população entende que é dever do governo municipal asfaltar e critica se esse serviço não for executado.


SEM ENERGIA

Nos tempos da Light e da Eletropaulo era só o céu ficar nublado que aconteciam os cortes de energia elétrica. Agora que o progresso tecnológico atingiu a CPFL, atual concessionária de energia elétrica em Salto e região, a situação melhorou, mas não se pode afirmar categoricamente que não corremos mais risco de suspensão no fornecimento durante longas horas. Aconteceu recentemente na cidade, num dia em que praticamente não se ouviu o barulho de trovões causados por raios, apenas choveu intensamente. A empresa alega que o corte de energia foi causado pelas chuvas, uma desculpa um tanto esfarrapada, pois então, se chover, corremos o risco de ficarmos sem energia elétrica durante horas e talvez dias? Dá pra descobrir o motivo verdadeiro e impedir que isso continue acontecendo?


CARNAVAL

Não vamos ter carnaval de rua em Salto pelo segundo ano seguido. Tivemos em 2020, quando havia ainda a suspeita de pandemia e a contaminação se alastrou. Neste 2021 nem se cogitou em promover carnaval, nas ruas e clubes, pois o número de casos e de mortes assustava, mas imaginava-se que em 2022 a festa popular voltasse a acontecer. Felizmente o bom senso imperou e não teremos desfiles no próximo ano, pois existe o perigo de uma 4ª .............. da pandemia, o que já ocorre em países que não foram tão responsáveis como o Brasil, que já vacinou entre 60 e 70% de sua população, mas teme pela vinda de turistas e pelo desleixo dos que acham que a pandemia acabou.


EQUIPE CIRÚRGICA

A nova gestora do Hospital Municipal não deve levar em conta o surrado ditado que diz que “o barato sai caro”. Pra economizar, ela trocou a equipe cirúrgica, tendo sido dispensados ou não aceitaram as condições impostas, profissionais da medicina que durante décadas prestam bons serviços à população saltense naquela casa de saúde. É o caso dos médicos Renato Cassani e Cláudio Terasaka, que ocupavam cargos de direção e sempre foram dedicados ao trabalho, defendendo os interesses do gestor, mas principalmente das pessoas atendidas, que nunca deixaram de reconhecer o atendimento humano que recebiam. Espera-se que o “barato” adotado pela gestora não saia muito caro para a população, pois estão em jogo muitas vidas.


BOCA-DE-SIRI


“Botão do Pânico” pra tudo


O prefeito pretende implantar o “Botão do Pânico” para mulheres usarem quando forem agredidas, mas ele poderá ser usado pra tudo: quando for cortada a energia elétrica, nas horas em que o vizinho fizer barulho, pra fugir de um ataque de escorpiões, quando as chuvas derrubarem o barraco, quando o prefeito fizer alguma besteira e os vereadores “pisarem na bola”, ao faltar comida pra dar para os filhos, na hora que der uma vontade louca de tomar uma cerveja e não ter dinheiro, enfim só não servirá para quando faltar água. Nesse momento não haverá botão que aguente ser apertado.

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