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OPINIÕES

Empréstimo está em perigo e tem obstrução inédita


Na Câmara, Senado e até nas Assembleias Legislativas é comum a obstrução da votação, feita principalmente por parlamentares oposicionistas, que às vezes se utilizam do pedido de vista e em outras fazem discursos demorados que tomam todo o tempo e faz com que a votação seja adiada. Em Salto o Regimento Interno permite a obstrução, que é feita quando no momento da votação há falta de quórum, ou seja, do número mínimo de vereadores presentes. Isso aconteceu na sessão de terça-feira, quando Daniel Bertani solicitou aos vereadores que colocavam obstáculos para a aprovação do empréstimo de 21 milhões de reais que deixassem o plenário, impedindo que a votação ocorresse. Ele promete que o fato poderá se repetir se não houver maiores explicações por parte do prefeito Laerte Sonsin Jr., dizendo até que pode votar a favor, desde que elas sejam feitas.

Devemos lembrar que não se pode acusar, nesse episódio, da falta de comunicação do chefe do Executivo com os membros do Legislativo, pois ele esteve na Câmara na semana passada e respondeu às perguntas que lhe foram formuladas. Infelizmente, só 8 vereadores compareceram e os que faltaram não podem agora fazer questionamentos e até acusar Laerte de não dar maiores explicações.

Como se pode notar na matéria publicada nesta edição, enfocando o que ocorre na Câmara, os argumentos dos vereadores que relutam em aprovar o projeto são vários, alguns deles plausíveis, outros justificáveis. Um deles é sobre as vias públicas que serão asfaltadas, pois o prefeito se mostrou disposto a deixar que os vereadores façam a escolha, mas estes acham que é uma “pegadinha”, pois moradores de outras vias não beneficiadas irão culpá-los pelo fato de não serem beneficiados, enquanto o prefeito se exime de culpa. Outro é sobre a dívida que a atual administração deixará para as próximas. É o risco que se corre quando se faz um empréstimo vultoso, pois o pagamento das parcelas são a perder de vista. O pagamento dos 500 mil reais mensais, cobrados a partir da primeira parcela também foi contestado, opinando alguns vereadores que esse dinheiro poderia ser usado para ir asfaltando aos poucos a cidade, sem a necessidade de se fazer o empréstimo. Poderia ainda ser utilizado para outras prioridades, que são mais necessárias que asfaltamento. Esse dinheiro ainda poderia ser usado para zerar a fila dos exames de mamografia, reduzir a do SUS, para contratar médicos cujas especialidades desfalcam o hospital e para a implantação do “Corujão da Saúde”, prometido por Laerte e até agora “dormindo” em alguma gaveta. Também houve questionamento sobre quanto a Prefeitura irá pagar de juros, pois até agora não se falou qual a porcentagem a ser cobrada. Se for pela taxa Celic, haveria a possibilidade do pagamento dos juros ultrapassar as previsões.

Em resumo são essas algumas questões levantadas pelos 6 dos 11 vereadores, que poderão ter ainda o “reforço” do presidente Cícero, que não se mostrou muito simpático quanto à forma de como o empréstimo poderá ser feito. Esses vereadores fizeram questão de afirmar que não são contra o asfaltamento de vias, mas impõem condições: questionam se vale a pena assumir a dívida; não querem ser responsabilizados por ruas não asfaltadas; querem saber detalhes da taxa de juros e da importância a ser cobrada e também não estão certos se valerá a pena contrair uma nova dívida, com pagamento a longo prazo. Quando tiverem essas respostas, devem deixar de lado eventuais interesses políticos e colocar o interesse do município acima de tudo.


CÁ ENTRE NÓS


PAPEL DO LÍDER

Desde a anterior administração tínhamos na Câmara líderes do governo que não exerciam a função de dar as devidas explicações a respeito dos mais variados assuntos e até de defender as ações do prefeito que os nomeou. Isso vinha acontecendo também na atual administração, que praticamente não tinha líder de governo até que Gideon Tavares assumiu em lugar de Márcio Conrado, que se licenciou para ocupar a Secretaria da Saúde. Ele tem demonstrado fidelidade à administração de Laerte Sonsin Jr., inclusive melhorando sua atuação, como aconteceu na defesa que ele fez 3ª feira do projeto do empréstimo, conduta que foi até mesmo elogiada por Fábio Jorge, que considerou que agora Laerte tem mesmo um líder no Legislativo. Ele já chegou a votar com a oposição, mas na maioria das vezes presta os esclarecimentos a respeito dos assuntos debatidos e isso é importante, pois quem assiste e até mesmo quem discute as proposituras ou a conduta do prefeito precisa ouvir a versão da parte contrária.


“COMPRADOS”

Não agiu corretamente, e ele mesmo reconheceu, o vereador Vinicius Saudino, que acusou de “comprados” numa rede social vereadores que se manifestaram a favor do projeto de empréstimo, enviado pelo prefeito à Câmara. “Baixou” em Saudino o “espírito” de pessoas que pensam que por ter um canal na internet à sua disposição, pode falar o que quiser, fazer as acusações que desejar, sem ter que responder por isso. Ele, que tem sido um vereador atuante, principalmente um crítico do atual governo, caiu na real e se espera que a partir de agora ele pense duas vezes antes de fazer uma acusação sobre as quais não possui as provas necessárias.


REIVINDICAÇÕES

O vereador Fábio Jorge esteve há alguns dias em Brasília e manteve contatos com deputados e com os senadores José Anibal e Rodrigo Pacheco, tendo feito diversas reivindicações. Ele e também o vereador Daniel Bertani ressaltaram a necessidade de os vereadores entrarem em contato com deputados estaduais, federais e até com senadores, para conseguir benefícios para a cidade. Nessa antevéspera do pleito de 2022 é uma ótima ocasião para fazer as reivindicações, pois os parlamentares, com o “orçamento secreto” e emendas discutíveis que os beneficiam, podem destinar verbas para quem fizer o pedido. Antonio Cordeiro, também abordando o assunto, inclusive citou que a “é preciso correr atrás”, como aconteceu com a empresa MRV que construiu 470 apartamentos em Salto e nada menos que 3.000 em Indaiatuba.


NOVA ETA

Uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) poderá surgir no Residencial Barnabé, próximo do Ribeirão Piraí, a qual irá inclusive melhorar o abastecimento da água que vem da Fazenda Conceição e que no momento não está sendo utilizada para abastecer nosso município. O Residencial está em fase de implantação e é importante que não venha a sobrecarregar ainda mais a ETA do Bela Vista e a do Buru, que já não suportam mais abastecer sem problemas os cerca de 120 mil moradores do município.


EDITAL

Será que havia necessidade da Prefeitura contratar uma empresa especializada para elaborar o edital para a licitação que vai indicar o novo gestor do Hospital Monte Serrat? Salvo engano, isso nunca aconteceu anteriormente, o que mostra que não temos no atual governo pessoas em condições de elaborar o documento. A contratação é a confissão da falta de capacidade ou isso é sinal dos tempos? Para não correr o risco de rejeição do edital por parte do Tribunal de Contas do Estado, o município foi obrigado a apelar para a iniciativa privada. Será que vai dar certo?


BOCA-DE-SIRI

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