OPINIÕES
A visita secreta do ministro
Um ministro esteve em Salto e apenas alguns privilegiados tomaram conhecimento antes e depois. Embora se tratasse de um evento promovido pelo Ministério da Educação, que não deu publicidade do acontecimento, não se pode deixar de lamentar a omissão também da administração municipal. Esta considerou que a visita de um ministro a Salto para inaugurar o novo prédio de uma das principais escolas locais, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) não representaria absolutamente nada para nosso município. É o que se pode deduzir. A imprensa local e, por extensão, a população saltense, não ficou sabendo nem da vinda e nem da inauguração do prédio, que aconteceu sábado, segundo se apurou depois do ato ter sido realizado, nos dias seguintes.
O prefeito Laerte, o vice Edemilson e outros integrantes do atual governo se justificam, alegando que o evento foi organizado pelo Governo Federal, não lhes cabendo nenhuma responsabilidade. Muito diferente de quando o primeiro prédio do Instituto, construído em frente ao Terminal Rodoviário, inaugurado pelo então presidente Luiz Ignácio Lula da Silva. A repercussão prévia da inauguração de uma escola profissionalizante na cidade e, evidentemente, a presença do chefe da Nação, foi muito grande na época, a imprensa foi convidada, tomou conhecimento, compareceu, registrou o acontecimento com destaque e grande parte da população ficou sabendo que os jovens saltenses teriam um estabelecimento muito importante na cidade, que poderia lhes garantir um futuro brilhante, caso se interessem em nele ingressar. Com a inauguração em segredo do novo prédio, poucos ficaram ou ficarão sabendo, porque a imprensa, não só em sinal de protesto, mas também porque não sabe como a inauguração aconteceu, não irá dedicar o espaço que o fato mereceria, caso ela tivesse sido avisada antecipadamente. Não era só obrigação do Governo Federal, mas também do municipal, que se exime de culpa, embora seja corresponsável pela ocultação do fato. O chefe do Executivo apenas falou sobre a inauguração, de relance, na entrevista que concedeu ao Consórcio da Imprensa, sem entrar em maiores detalhes e não informando a presença do ministro.
Não se pode deixar de reconhecer que mais uma vez a administração municipal se alheou de um acontecimento que exigia sua participação. Não custava ter dado um telefonema para os principais órgãos de imprensa da cidade, talvez por que isso seria “estafante” e certamente tomaria muitas horas dedicadas a outros assuntos “mais importantes”. Teria que fazer o anúncio com alarde, pois se tratava de uma ocorrência rara, importantíssima para a cidade. A direção do Instituto também falhou, pois não cumpriu seu papel, que seria de se unir à Prefeitura e expedir os convites para o ato. Pode ser que alguns desses convites foram expedidos, mas os escolhidos devem ter sido muito poucos. A escola, sempre que necessita, se vale dos jornais locais para divulgar seus cursos e outras notícias do seu interesse, mas para divulgar uma notícia tão importante, que seria a inauguração do novo prédio, se omitiu.
Fica também uma dúvida: será que não houve por parte dos responsáveis pela realização do evento o cuidado de esconder algo muito grave, como é o fato de o prédio ter sido inaugurado apesar de não estar ainda completamente pronto? Uma visita da imprensa nesta semana ao local e a utilização pela nossa reportagem de um drone para mostrar em detalhes como ele se encontra, demonstrou que falta muita coisa por fazer. Houve o interesse de esconder tudo isso? Esperamos que não. O que se pode garantir é que tanto a Prefeitura e o Instituto Federal falharam. O lado positivo disso tudo é que Salto passa a contar com um prédio em condições de atender melhor os alunos e oferecer os estudos que podem torná-los profissionais de valor. É o consolo que resta.
CÁ ENTRE NÓS
ABSOLVIÇÃO
O ex-prefeito Geraldo Garcia sempre alegou inocência no caso da contratação sem licitação de um escritório de advocacia para defender os interesses de Salto na redução de valores cobrados pelo INSS. O fato serviu para que suas contas tivessem parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado e fossem rejeitadas pela Câmara de Salto, fazendo perigar sua candidatura a prefeito e a suspensão de seus direitos políticos. Ele perdeu na Justiça local e em instâncias superiores, parecendo que nada reverteria as decisões tomadas, mas o Superior Tribunal de Justiça entendeu que a contratação do escritório de advocacia não teria obrigatoriamente que ser feita através de licitação, em virtude da notória especialidade do escritório e da falta de pessoas capacitadas no quadro da administração local. O “The End” para o ex-prefeito ainda não comporta comemorações, mas sem dúvida foi importante não só para sua vida particular, mas também para a sua carreira política.
QUASE PERDEU
Salto quase perdeu os 26 milhões de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, destinados à implantação de uma estação de tratamento de água no Rio Jundiaí. Obtido na administração passada, parecia não ter a aprovação do atual governo municipal, que não se preocupou em apressar a votação de um projeto, ainda neste ano, para que ele não perdesse seus efeitos. O prefeito Laerte teria feito algumas objeções à forma como o empréstimo ocorreria e por isso não se empenhou. Foi necessária a intervenção de representantes da Caixa Federal, que foram à Câmara pedir que o projeto que alterava a forma de pagamento do empréstimo fosse votado com urgência. O Legislativo atendeu de pronto, o projeto foi votado e aprovado e, felizmente, Salto não deve perder um dinheiro que será importante para que uma nova alternativa de abastecimento de água possa ser utilizada no futuro, quando melhorarem as condições do Rio Jundiaí.
BARRAGEM
Desde que se cogitou construir uma barragem no Piraí para abastecer as cidades banhadas pelo ribeirão – Salto, Itu, Indaiatuba e Cabreúva – houve quem se posicionou contra. Vários saltenses, por exemplo, acharam que Salto não teria muitas vantagens pois a quantidade de água que lhe seria destinada seria insuficiente e menor que de outros municípios que têm outras fontes de abastecimento. Na reportagem publicada sábado neste jornal, de autoria dos jornalistas integrantes do Consórcio de Imprensa, tivemos também restrições à barragem, inclusive em um dos comentários o autor expressou dúvidas sobre se ela vai resolver o problema da falta d’água nos municípios. Para ele a obra serve para interesses políticos, sabendo-se que essa alternativa foi cogitada ainda na década de 1980, quando três municípios (Salto, Itu e Indaiatuba) disputavam o aproveitamento das águas do Piraí. Pode-se discutir se a melhor saída é mesmo a Barragem do Piraí, mas a dúvida é: existem outras? No governo passado optou-se por recorrer ao Rio Jundiaí e foi conseguido inclusive um empréstimo para que a captação e o tratamento do líquido possam ser feitos. Tanto a barragem como a opção pelo Jundiaí demandarão tempo, ou seja, muitos anos. Em nosso entender, respeitando as opiniões contrárias, que visam principalmente encontrar um desfecho que seja benéfico para todos, como já existe a maior parte da verba para a barragem e um empréstimo em boas condições para o Jundiaí, as providências devem prosseguir, pois representam os únicos caminhos a serem seguidos.
BOCA-DE-SIRI
O melhor presente
Os homens não querem gravatas, meias ou bebidas. As mulheres rejeitam joias, vestidos ou sapatos. Os jovens não desejam celulares nem joguinhos. As crianças não querem nem saber de bolas ou camisas do seu time de futebol (os meninos) e bonecas e estojos de maquiagem. O desejo de todos é um só: ÁGUA! Papai Noel está de saco cheio, pois todos os pedidos que recebe são iguais: ÁGUA! Ele até gostaria de atender a todos, mas não está fácil: quer presentear com água todo mundo, mas onde encontrá-la?
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