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OPINIÕES

A resposta e as explicações do prefeito Laerte


Na edição do último sábado fizemos uma extensa exposição nesta coluna sobre o primeiro ano do prefeito Laerte Sonsin Jr. no comando do município, quando apontamos muita coisa que julgamos erradas, assim como a falta de medidas em vários setores da administração. Geralmente procuramos sempre ouvir a outra parte, mas isso não foi possível, tendo em vista o prazo exíguo (3 dias) que tivemos para a produção da nossa última edição do ano, mas nem por isso deixamos de consultar o chefe do Executivo saltense sobre tudo o que foi dito e abrimos espaço de 1 página neste sábado para que ele se manifestasse, dando-lhe a oportunidade de responder as críticas e apresentar suas explicações.


FALTOU COMUNICAÇÃO

Pela primeira vez no atual governo Laerte expôs muita coisa que já deveria merecer seus comentários, o que comprova que, ao contrário do que ele alega, faltou mesmo comunicação nos primeiros 12 meses do seu governo, não só com a Câmara de Vereadores, mas também com a imprensa. Aliás, com relação a esta, apesar de ele alegar que foram enviados comprovadamente centenas de releases, isso foi feito através do envio de mensagens pelo WhatsApp, o que nem sempre significa o aproveitamento dos assuntos, como acontecia quando os releases eram encaminhados por e-mails. Além disso, como alega o jornalista do Taperá responsável pela divulgação, os assuntos mais importantes foram tratados pelo prefeito e pelo seu vice no Facebook, não havendo o necessário repasse aos jornais.


ANO ATÍPICO

O prefeito alega que 2021 foi um ano atípico e concordamos com ele. A pandemia influiu consideravelmente nas ações da administração e se justificam as dificuldades para avançar em alguns setores, como na criação de empregos, que não se cria de um dia para outro, o que reconhecemos e inclusive nunca deixamos de reconhecer. Diz que está tomando providências para Salto sair do vermelho no que se refere aos empregos, mas vai depender de muito trabalho. Sobre as consultas e exames Laerte procurou justificar, alegando falta de profissionais e reflexos da pandemia. Mas faltou-lhe ações pontuais que poderiam amainar o problema, que se arrasta há anos sem que uma medida efetiva seja tomada.


FALTA DE AUTORIDADE

A acusação de falta de autoridade e de tomada de providências com rapidez também foi contestada pelo prefeito, mas mantemos a crítica que fizemos a esse respeito e não concordamos que já foi o tempo de solucionar as questões “no grito”, como ele alega. Às vezes é preciso resolver “no grito”, quando as medidas são proteladas, como acontecia na época dos prefeitos que solucionavam os problemas adotando ou exigindo as devidas providências. Não aceitamos também o argumento de Laerte, segundo o qual “as ações envolvendo os secretários sempre foram tomadas com rigor e presteza”. Quando fizemos as alegações não exigimos que fossem realizadas ações punitivas antes dos fatos serem apurados, mas que houvesse, pelo menos, a necessária tomada de posição, ou seja: declarações informando que tinha conhecimento dos casos e que iria apurar. Nem isso aconteceu nos casos que havia necessidade do chefe do Executivo mostrar que estava atento.


OMISSÕES

Ele procura também justificar suas omissões, principalmente em relação ao Lar Frederico Ozanam, que até hoje é órfão das autoridades, que deveriam pelo menos demonstrar a intenção de se posicionar diante de uma ação autoritária perante uma sociedade que orgulha os saltenses e que presta serviços inestimáveis aos idosos e pessoas carentes, que não estão recebendo o tratamento que sempre tiveram.

Algumas medidas foram justificadas por Laerte e queremos acreditar que ele não está alheio a problemas como a poluição do Tietê, por exemplo. No entanto, ele falha ao demorar tanto tempo para entregar a Zona Azul a uma outra empresa e a elaborar o edital para a escolha do novo gestor do Hospital. Essas duas medidas estão se arrastando e não há perspectivas de solução imediata, o que é altamente necessário. No caso do estacionamento pago, alega que houve necessidade de vencer trâmites administrativos. Tudo bem, mas durante tanto tempo? No caso do edital do Hospital, a contratação de uma empresa para elaborá-lo, mesmo com a orientação do Tribunal de Contas, é algo inédito que demonstra falta de pessoal capacitado, o sempre existiu antes.


OBRAS PARADAS

O prefeito procurou explicar também a paralisação das obras iniciadas e praticamente concluídas na administração anterior. Diz que houve problemas na conclusão dessas obras, que a tramitação contratual, em tais situações, é extremamente demorada. É mesmo, por isso tem-se que se dar mais velocidade às medidas e isso não está acontecendo. Outra justificativa foi sobre o empréstimo de R$ 21 milhões, que pode até ser aceita, pois é uma forma de realizar a pavimentação de muitas ruas sem a utilização de recursos próprios, além de não haver (segundo Laerte) problemas com o endividamento do município.


PROFISSIONAIS

A sugestão para procurar em outros municípios os profissionais que existem em Salto também foi afastada por Laerte, que dá preferência aos que residem na cidade. Estamos de acordo com a alegação, mas por que até agora não encontrou no município uma pessoa capacitada para ocupar o importante cargo de secretário de Governo, sendo obrigado a recorrer ao seu vice até que apareça alguém com condições? A dispensa de profissionais, como médicos capacitados do Hospital, também foi considerada normal pelo prefeito, mas é evidente que isso causa a queda da qualidade no atendimento da população.


VICE E NOTA 9,5

Sobre o vice-prefeito, Edemilson dos Santos, Laerte afastou a hipótese de ele “mandar mais que o prefeito”, como alguns afirmam. Mostrando-se leal, ele reconhece a importância do seu companheiro de chapa, que realmente está tendo uma participação que outros ex-vices não exerceram. Edemilson conhece realmente os problemas do município, até fez sugestões oportunas como vereador, as quais infelizmente não puderam ser aplicadas pelo atual governo, o que também se tornou motivo de críticas no Legislativo e nas redes sociais. Mas o que seria de Laerte sem Edemilson, pois entre seus secretários e no seu grupo político não há ninguém em condições de dar-lhe o mesmo apoio e a mesma sustentação?

A nota 9,5 que Laerte deu a si próprio, que tantos comentários provocou, também teve sua justificação: diz que não foi para sua pessoa, mas para a administração, incluindo-se o vice, secretários e demais servidores. Já demos nossa opinião, achando que ele mereceria uma nota menor, mas não podemos deixar de reconhecer que está governando a cidade à sua maneira, da forma que considera mais correta e temos que respeitar essa sua opção. Laerte é uma pessoa inteligente, que procura agir da melhor maneira possível e como lhe faltam ainda 3 anos, merece receber um voto de confiança, esperando-se que os erros sejam reconhecidos por ele e consertados. Se for bem, melhor para nós todos, mas este jornal não vai deixar de colaborar com ele, apontando tudo o que considera errado e aplaudindo as atitudes corretas. Como ele disse na abertura das suas declarações, respeita a imprensa e nós também o respeitamos, não só como pessoa, mas também como ocupante de um cargo importante na vida do município.


BOCA-DE-SIRI


BAIXANDO O CACETE


Já não chegam as cacetadas que a gente leva na vida, agora foram colocadas na cidade faixas ameaçando baixar o cacete. A princípio, pensava-se que era pra tudo: para quem não pagasse suas contas, para quem flertasse com mulher casada, cobrasse mais caro por mercadorias, xingasse o Lula ou o Bolsonaro, mas logo veio a explicação: é contra motociclistas que abusam empinando suas motos e “estralhando” o escapamento. Não se descobriu quem vai punir, mas é bom não facilitar, pois não se sabe o tamanho do cacete.

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