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OPINIÕES

As críticas à Saúde e à Educação


Quem assistiu ao vivo ou ouviu a gravação da sessão da última terça-feira da Câmara Municipal de Salto deve ter pensado: Nossa, tá tudo errado nesta cidade? As críticas tomaram o tempo todo do período destinado ao Tema Livre, no qual os vereadores se manifestam sobre assuntos diversos, sejam eles da situação e da oposição (se é que elas existem). Eles apontaram muitos erros e omissões da atual administração de Laerte Sonsin Jr., principalmente os relacionados aos temas mais importantes: a Saúde e a Educação. Analisando com imparcialidade todas elas, vamos verificar que muitas têm procedência, outras carecem de melhores esclarecimentos e podem ou não serem consideradas justas.

Os obuses foram apontados principalmente em direção ao secretário da Saúde, Márcio Conrado, e à secretária da Educação, Ana Noronha Fávero. Com relação ao primeiro, foi lembrado que, como vereador, na legislatura passada, ele exigia muito do governo da época e hoje comete praticamente os mesmos erros. A segunda foi até elogiada pelos que usaram da palavra, em meio das críticas feitas, considerando-a uma moça com bons propósitos, mas que estaria cometendo erros, sendo citados principalmente a falta de manutenção nas escolas municipais e a demora na entrega do material escolar (kits) aos alunos.

Quanto à Márcio, que de flecha virou alvo, pode-se dizer que no que se refere à vacinação da Covid ele tem se saído muito bem, o que não acontecia com seu antecessor, no ano passado, quando havia muita confusão nos agendamentos e em outras providências, que demoraram para serem implantadas, referentes à pandemia. Mas é preciso frisar que ele não pode ser responsabilizado por tudo o que acontece ou deixa de acontecer em sua Secretaria. É o caso, por exemplo, dos atrasos na marcação de exames e consultas, pois esse é um problema praticamente insolúvel, vindo de muito tempo, não lhe cabendo contratar médicos e outros profissionais; que não é sua função preparar o edital para a contratação de um novo gestor para o Hospital Monte Serrat, muito demorada, por sinal, mas sim ao prefeito Laerte; também não lhe cabe culpa se não é contratada a quantidade suficiente de funcionários, pois as contratações sem concurso estão proibidas, sendo necessário realizar concursos, o que só agora está sendo providenciado; assim como não é de sua responsabilidade a utilização das emendas dos vereadores para pagar exames, o que ainda não ocorreu; a falta de testes para a Covid também não pode lhe ser atribuída, mas ele precisa tomar uma atitude para verificar e punir (caso haja culpa) a enfermeira que foi fazer o teste da Covid na casa de um funcionário comissionado, assim como este por aceitar a “oferta”, segundo denúncia apresentada pelo vereador Fábio Jorge terça-feira.

No que se refere à secretária da Educação, pode lhe ser atribuída responsabilidade pela falta de manutenção de escolas tomadas pelo mato. A dúvida é se ela não se empenhou para resolver o problema e a Secretaria responsável (Obras?) não a atendeu, ou se ignorou a questão. Quanto aos kits escolares, é preciso ter uma razão muito convincente para explicá-la, pois ela teve o ano todo para providenciar e não o fez. No entanto, frises-se que ela pode até ter se empenhado, mas dependeu de outras secretarias para consumar a compra. Ela pode argumentar, por exemplo, que teve que esperar a conclusão de licitações, que não devem ter sido concluídas a tempo, pelo não aparecimento de empresas em condições de atender as exigências legais ou por ter havido a apresentação de recursos de quem não foi escolhida. O jeito é começar a pedir o material escolar logo no mês de fevereiro para o ano seguinte e isso deve ser providenciado pela secretária, pois não se pode admitir que no próximo ano o mesmo problema venha a acontecer.

Como se nota, os dois secretários, maiores atingidos pelas críticas, têm suas atenuantes, mas não se pode eximir o prefeito Laerte de também ter sua parcela de culpa, pois é ele quem deve exigir dos secretários as providências necessárias, chamando a atenção, caso não cumpram. Além disso, o poder de decisão só cabe a ele. Certamente vai apresentar suas razões, como pandemia, falta de funcionários, etc., mas essa já é uma outra história.


CÁ ENTRE NÓS


Tem água?

Os munícipes não entendem: tem chovido muito nos últimos tempos, mas o racionamento de água continua na cidade. Esse foi também motivo de críticas por parte dos vereadores, na sessão de 3ª feira. O SAAE justifica, alegando que o racionamento tem que continuar, pois tem chegado muita água, mas não tem onde guardá-la. Há muitos anos sabe-se que Salto carece do armazenamento de água e por isso em alguns meses do ano a água do Piraí se perde porque a capacidade de tratamento também é insuficiente. Não precisa ser muito esperto para saber que Salto precisa – e com urgência – de grandes reservatórios e de uma nova Estação de Tratamento de Água, o que está sendo providenciado pela atual administração. Mas que não demore muito, como tem acontecido no atual governo, pois as providências são para ontem...


PARQUE SECO

Por essa ninguém esperava: a água do Parque secar. Em diversas ocasiões aquele lago foi coberto por plantas aquáticas (alface d’água), com alguns recomendando que fossem retiradas, outros que fossem mantidas, até que se chegou a essa situação, provocada principalmente pela estiagem prolongada. Segundo se informou o lago não foi e não é formado por uma nascente, segundo a Secretaria do Meio Ambiente, mas pela água da chuva e, como não chovia há tempos, a seca aconteceu. Espera-se que com as últimas e com as próximas chuvas (Deus nos ouça!) o lago volte a justificar o nome dado àquele parque.


INTERVENÇÃO

O comentário que fizemos em nossa última edição sobre a passividade dos saltenses diante da intervenção no Lar Frederico Ozanam, surtiu efeitos: o presidente da Associação das Indústrias e radialista da Amiga FM, Tiago Ísola, se propôs a fazer um movimento junto às entidades locais e à população visando despertar a necessidade de se adotar um posicionamento crítico à intervenção, cogitando promover no próximo dia 12, domingo, uma passeata de motos e veículos pelas ruas da cidade protestando contra a medida autoritária. Um vereador, Henrique Balseiros, por sua vez, entrou em contato com este colunista, se dispondo a movimentar o Legislativo visando também dar apoio aos que querem o fim da intervenção. Espera-se que outras pessoas se juntem a esses dois exemplos de cidadania e respeito com uma instituição que merece todo nosso apoio, para que chegue logo ao fim essa invasão odiosa provocada por integrantes dos Conselhos de Indaiatuba e Jundiaí.


REFORMA E CONCURSO

No ano passado o governo municipal ficou o tempo todo prejudicado pela falta de funcionários, pois o Ministério Público conseguiu que muitos cargos comissionados fossem extintos e seus ocupantes demitidos, o que causou graves prejuízos à administração. O prefeito Laerte Sonsin Jr. também não pôde realizar concursos, proibidos por lei federal, em virtude da pandemia. Esperava-se que tudo estivesse pronto para que nos primeiros dias de janeiro fosse encaminhado à Câmara um projeto de reforma administrativa para permitir que novos cargos sejam criados. Esperava-se também que o edital visando a realização de concursos fosse logo publicado, mas até hoje nem uma medida nem outra aconteceram. Vamos adotar a celeridade como prioridade do atual governo, prefeito Laerte?

BOCA-DE-SIRI


Chega de água


Até outro dia água era artigo raro na cidade, mas de repente começou a chover até quase não parar mais e aqueles que costumam reclamar de tudo não deixaram de se manifestar, perguntando por que tanta água. São Pedro, que estava de saco cheio por ouvir tantos pedidos de chuva, agora tem que aguentar o pessoal pedindo para parar de chover. É muita água caindo do céu, mas o problema é que ela, em alguns locais da cidade, não sai de onde deveria sair: das torneiras.

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