OPINIÕES
Que tipo de oposição Laerte terá nos próximos 4 anos?
Aproxima-se o dia em que Salto passará a contar com um novo prefeito, eleito em 15 de novembro último. A partir de 1º de janeiro e durante 4 anos ele dirigirá os destinos da cidade, juntamente com os 11 vereadores que comporão o Legislativo, e a expectativa é grande no que se refere à relação entre os dois poderes, essencial para que o município aufira os benefícios de uma união estável e duradoura. Uma Câmara de Vereadores é importante para o bom desenvolvimento dos trabalhos do Executivo, pois é ela quem aprecia e vota as proposituras que lhe são encaminhadas. Assim como vai ser fundamental para prestar toda a colaboração, poderá também atrapalhar certos planos julgados essenciais pelo chefe do Executivo.
À primeira vista não nos parece que Laerte Sonsin Júnior terá problemas com o Legislativo, pois ele é do tipo que procura o entendimento até mesmo com os adversários políticos e certamente terá um diálogo amistoso com eles, visando o bem de Salto. Não se vislumbra que terá uma oposição maldosa no desejo de lhe criar problemas. A princípio, contará com uma bancada com 5 vereadores e os outros 6, eleitos por outras facções, não parecem estar propensos a agir com rigor excessivo. Kiel Damasceno, Vinícius Saudino e Benedito Macaia não têm o perfil de oposicionistas ferrenhos, podendo, salvo melhor juízo, virem a colaborar quando estiver em jogo o bem da cidade. Edival Preto já foi vereador e sempre demonstrou tranquilidade e equilíbrio e quanto a Fábio Jorge não se conhece bem como político, mas aparenta ser pessoa culta e dotada de bons princípios. Além deles, Antonio Cordeiro é aquele que pode ser o 6º tanto da situação como da oposição, mas ele já revelou que o que for bom para Salto terá o seu apoio, invertendo a posição se não aprovar certas medidas.
Depois do que ouvimos na sessão da Câmara da última terça-feira, uma dúvida surgiu: será que Laerte não terá uma oposição ferrenha em seu próprio grupo político? É que, além de Cordeiro, que antecipou um comportamento independente na próxima legislatura, outros dois que militam na bancada situacionista, a oposição, Cícero Granjeiro Landim e Márcio Conrado, também fizeram questão de frisar que continuarão no próximo governo realizando a mesma oposição que fazem ao atual prefeito Geraldo Garcia. Cícero inclusive afirmou que ninguém terá o direito de dizer que ele estará cometendo traição caso divirja em algumas votações.
Como se sabe, além dos dois, Edemilson também fez oposição cerrada ao prefeito Geraldo nos últimos 4 anos e temgente perguntando se haverá uma mudança de comportamento, agora que eles estão na situação. Edemilson, evidentemente, como vice-prefeito, não precisará se transformar em crítico de Laerte, pois terá oportunidade de dialogar com ele nos bastidores, mas como agirão os outros dois? É até elogiável a atitude que prometem ter, mas isso só raramente funciona em termos políticos. Não será uma tarefa fácil, pois evidentemente Laerte, como todo prefeito, não é imune a erros. Ele terá às vezes posicionamentos discutíveis, mas fica a expectativa de como agirão Cícero e Márcio quando isso acontecer. Estes certamente serão mais brandos em suas críticas, mas se cumprirem a promessa e agirem da mesma forma como agem com Geraldo, as consequências serão imprevisíveis.
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