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QUEM FOI QUEM


Francisco Rigolin, um padre que faleceu aos 44 anos de idade num acidente


Um acidente ocorrido em 19 de setembro de 1993, na Rodovia Fernão Dias, às 6h30, tirou a vida do padre saltense Francisco Rigolin, conhecido por muitos como “Padre Chiquinho”, quando tinha ainda 44 anos de idade. Ele havia passado alguns dias em Salto, participando da Festa da Padroeira e voltava para Belo Horizonte, onde desempenhava suas funções num seminário da Ordem dos Jesuítas. Antes tinha ido para São Paulo, a fim de resolver alguns problemas e às 23 horas do domingo, dia 18, embarcou num ônibus da Viação Cometa com destino à capital mineira.






Padre Francisco costumava participar da Festa dos Caminhoneiros

Ele ordenou-se sacerdote em 1975, quando contava 27 anos de idade e pertencia à Ordem dos Jesuítas, vindo a atuar em diversas cidades do país, tendo frequentado, inclusive colégios em Roma. Nos 4 anos antes de falecer ocupava o cargo de coordenador da Pastoral Estudantil do Colégio Loyola, em Belo Horizonte, onde residia e desenvolvia outras atividades, dentre elas catequeses, trabalhos juntos a estudantes, palestras, avaliações de cursos, exames, além de organizar a Semana Santa dos Jovens, que ocorre todos os anos em Itaici, SP. Também percorria todos os colégios da Ordem para passar novas normas, promover cursos e acompanhar de perto o desenvolvimento de suas atividades.

Em Salto, costumava participar da Festa dos Caminhoneiros, em honra a São Cristóvão, que se realiza todos os anos; participou da inauguração da Igreja de São Francisco, em 1990 e também auxiliava nas atividades religiosas da matriz de Monte Serrat e em outras paróquias saltenses.

Apesar de estar há alguns anos fora da cidade onde nasceu, padre Francisco vinha sempre para Salto, para visitar seus familiares e para participar das festividades religiosas. Segundo o monsenhor Mário Negro escreveu logo após seu falecimento, no jornal Taperá, do qual era colaborador: “Padre Chiquinho foi um autêntico filho de Santo Inácio de Loiola” (fundador da Companhia de Jesus). Monsenhor Mário acrescentou que a Ordem investiu muito nele: além do curso normal, fez pós-graduação e especialização em muitas casas de formação espiritual. “Suas palavras eram claras e convincentes, muito mais ainda eram seus exemplos e testemunhos de vida”, destacou o monsenhor.


O ônibus em que o padre Francisco Rigolin viajava caiu numa ribanceira, após o choque com o Escort

O acidente – Na ocasião em que o lamentável acidente que vitimou o Padre Chiquinho aconteceu, o jornal Taperá publicou ampla reportagem, com detalhes e fotos. Mostrou que o ônibus da Viação Cometa passava pelo município de Itaguara, a 160 km de Belo Horizonte, quando se chocou com um carro Escort, que vinha em sentido contrário, tentando ultrapassar um caminhão. Padre Chiquinho e um outro passageiro foram as únicas vítimas e tiveram morte instantânea, sendo que o sacerdote sofreu traumatismo craniano. Ambos foram jogados para fora do veículo, que passou por cima da proteção metálica e caiu numa ribanceira de cerca de 20 metros de altura, capotando várias vezes. O Escort perdeu o motor e apesar de totalmente destruído, o motorista só sofreu escoriações. Dos 40 passageiros do ônibus, 27 sofreram ferimentos, alguns com gravidade, sendo atendidos em hospitais da região.

Padre Chiquinho, muito querido pelos saltenses, foi sepultado em Belo Horizonte. Seus familiares pretendiam trazer seu corpo para Salto, mas como a Ordem a que ele pertencia possui um cemitério próprio na capital mineira, isso não foi possível. A missa de corpo presente foi realizada em Belo Horizonte, mas outras cerimônias aconteceram, como a realizada na Vila Kostka, em Itaici e a que ocorreu na terça-feira, dia 21 de setembro, na matriz de Monte Serrat.

Familia e homenagem – Padre Francisco Rigolin era filho do casal Pedro-Marta Teixeira Rigolin. Tinha um irmão, Antonio Rigolin, que trabalhou no Fórum de Salto e depois se tornou juiz de Direito e desembargador.

Ele foi homenageado pelo Governo do Estado, que deu seu nome à Escola Estadual localizada na Avenida Eugênio Coltro, Salto Ville. O prédio foi construído pelo Governo Federal, sendo que a inauguração, ocorrida em 12 de novembro de 1994, contou com a presença do ministro da Educação.

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