QUEM FOI QUEM

Etore Birello, fundador e entusiasta da Associação dos Romeiros de Salto

Em 21 de abril de 1953 realizava-se pela primeira vez uma Romaria de Salto a Pirapora do Bom Jesus, uma manifestação de fé e religiosidade que vem se repetindo anualmente, completando 68 anos neste 2021. Trata-se de um evento grandioso que nasceu graças a iniciativa de 4 pessoas, principalmente Ettore Silvio Birello, que foi o primeiro presidente. Juntamente com João G. Leopoldino, Egídio Patelli e Joaquim Andrietta, ele organizou a caminhada rumo à cidade de Pirapora, em louvor ao Senhor Bom Jesus. A romaria conta com a participação de cavaleiros, ciclistas, charreteiros e veículos que acompanham o roteiro, como motos, carros, caminhonetes e até caminhões.

Etore nasceu em 30 de julho de 1914, em Rio das Pedras, onde sua família se fixou, vinda de Treviso, Itália. Fez seus primeiros estudos no Grupo Escolar Tancredo do Amaral e, já adulto, atuou no comércio local, como proprietário de um açougue e posteriormente de um bar, localizado na Vila Nova (Rua Floriano Peixoto). Em seguida teve um outro bar, conhecido como “Bar da Pedra”, na Rua José Galvão, que leva esse nome tendo em vista que sua fachada é revestida de pedras.

Ele sempre lidou com cavalos e em sua juventude participava de uma competição interessante com esses animais, que enfrentavam charretes e bicicletas. Ela se realizava na Rua 9 de Julho, a principal da cidade, no percurso entre a praça principal (hoje denominada Archimedes Lammoglia) e a Praça da Saudade, em frente ao Cemitério Municipal. Nelas Etore se sobressaía, vencendo sempre seus adversários, dentre eles Arthur e Agile Barnabé e o ciclista Ayr Galafassi.

Romaria – A Romaria Salto-Pirapora foi um dos seus grandes amores na vida. Ela surgiu por sugestão de Etore e de João G. Leopoldino, que pediram o apoio de Egídio Patelli, argumentando que Salto, a exemplo de Indaiatuba (que realizava sua romaria em julho), precisava também de uma promoção dessa natureza, pois muitos apreciavam os passeios a cavalo. Era início do mês de abril e ainda naquele mês (dia 21) realizava-se a primeira romaria, que contou com 38 participantes de Salto e 2 de Indaiatuba. O número dobrou no ano seguinte (81, entre cavaleiros e ciclistas, estes participando pela primeira vez do evento). No correr dos anos a participação tem aumentado consideravelmente, sendo incluídas as charretes e outros tipos de veículos, além de uma banda de clarins, que estreou em 1954.

Hoje a Romaria de Salto a Pirapora do Bom Jesus é uma promoção que movimenta a cidade, o número de romeiros cresceu consideravelmente, chegando a mais de 1.000, segundo os organizadores, e muitas famílias dos romeiros seguem pela Estrada dos Romeiros (Itu a Cabreúva) e a seguir até Pirapora, onde acompanham os que participam da caminhada, permanecendo uma noite na cidade e voltando a Salto no dia seguinte. Aqui são recepcionados por um número considerável de pessoas, desfilam pelas ruas centrais e o término acontece em frente à matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, sob o espocar de fogos de artifício.

Etore participou de um grande número de romarias, com sua égua “Faustina”, só deixando de fazê-lo quando suas condições físicas não mais o permitiam.

Família – Ele foi casado em primeiras núpcias com Ercília Salvadori, com quem teve uma filha (Sandra), falecida em 2014. Após 5 anos de casado ficou viúvo e no ano seguinte casou-se com Anna Maria Imene Birelo, com quem teve mais 5 filhos: Heitor, Roberto, Fátima, Antonio Roberto e José Pedro.

Faleceu aos 53 anos de idade em 29 de junho de 1968