QUEM FOI QUEM
Ângelo Miguel trabalhou na roça, olaria e fábricas, mas se consagrou como radialista
Ângelo Miguel do Nascimento foi um dos mais importantes radialistas de Salto, pois atuava tanto na área esportiva como em outros setores da vida da comunidade local. Nasceu em Itu em 3 de junho de 1948, mas se considerava saltense. Só começou como radialista após ter se aposentado do serviço público municipal. Antes havia trabalhado na roça e só quando veio para a cidade, aos 13 anos de idade, começou a exercer outras funções. Inicialmente, ainda menor, trabalhou na Eucatex, depois na York e na Sivat, na linha de produção. Seu último emprego foi no funcionalismo público municipal, tendo ingressado em 1987 na função de fiscal de obras e nele se aposentou.
Apesar de não ter feito nenhum curso para radialista ou jornalista, exerceu seu trabalho em emissoras de rádio de Salto e região com eficiência. Começou na Rádio Vale, em 1990, por indicação de Claudemir Machado, o “Perninha” e Ademir Orlandini, ao radialista ituano Cláudio Carneiro. Este precisava de alguém de Salto para fazer um programa esportivo, a fim de fazer a cobertura das atividades das equipes profissionais da Saltense e do Guarani. Ângelo tinha 3 ou 4 minutos diários para apresentar o noticiário e fazer alguma entrevista, mas aos poucos seu horário foi ampliado. Sua primeira narração de uma partida foi no Centro Esportivo do Jardim Bandeirantes, quando de sua inauguração, em 1991, na partida entre as equipes de futsal de Palmeiras e Corinthians. Depois trabalhou nos Jogos Regionais do mesmo ano, tendo assumido o setor esportivo da Vale em 1992, a convite do diretor, passando a apresentar o programa “Vale Esportivo” diariamente ao meio-dia. Às vezes era convidado para narrar jogos realizados em Indaiatuba, pela Rádio Jornal.
Sertanejo – Assim que começou a trabalhar na área esportiva na Rádio Vale, criou também um programa sertanejo, que era apresentado das 7 às 9h30 e inicialmente também no período da tarde. Nesse programa ele não só apresentava músicas de raiz, chamadas de “caipiras”, mas também o noticiário do que acontecia na cidade. Trabalhava inclusive nos finais de semana, narrando jogos pelo campeonato amador, fazendo transmissões ao vivo e comentários sobre os mais diversos assuntos. Fazia críticas no ar, contribuindo para a solução de vários problemas que a cidade enfrentava e também reproduzia o que era publicado nos jornais impressos, tanto os da capital como os de Salto e região. Transferiu-se para a FM-90, a partir de setembro de 2005, emissora na qual também se destacou.
Chegou a fazer a cobertura das sessões da Câmara Municipal de Salto e também noticiava o que ocorria na área policial, principalmente divulgando os acidentes que ocorriam na cidade. Financeiramente seu trabalho não era compensador, pois ficava permanentemente à disposição da emissora e recebia pouco, mas era um reforço para sua aposentadoria. Em entrevista ao jornalista Leandro Nogueira, para o Jornal de Quarta do Taperá, em 2003, Ângelo confessava que as emissoras locais (Vale e FM-90) tinham muitas dificuldades de se manter e por isso os que lhes prestavam serviços, como ele, não podiam ter o rendimento financeiro que desejariam.
Amor pelo Guarani – Ângelo procurava se manter imparcial em seus comentários,
mas todos sabiam do seu grande amor pelo Guarani Saltense. Ele foi conselheiro, diretor de esportes e de patrimônio do Bugre saltense e sempre prestigiava as atividades do clube.
Família e homenagem – Ângelo era casado com Maria José Araujo do Nascimento (“Zeza”, com quem teve 4 filhos: Graziela, Juliani, Vanessa e Rodrigo.
Ele foi homenageado pela Comissão de Nomenclatura, que propôs seu nome para denominar uma avenida do Residencial Parque Imperial, sugestão aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo prefeito municipal.
Faleceu em 12 de junho de 2008, aos 62 anos de idade.
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