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QUEM FOI QUEM

Desdêmona Ignácio, cronista que escrevia sobre sua cidade e dos que nela se destacavam


Durante 14 anos Desdêmona Ignácio Alberto publicou suas crônicas na página 2 do Caderno 2 do Taperá, página também ocupada por Ettore Liberalesso, com sua coluna “Arquivo”. Sob a denominação de “Encontro Marcado”, ocupava um espaço no qual produzia crônicas que falavam da história de Salto, das entidades, dos que se sobressaíam em diversos setores e também demonstrava toda sua sensibilidade ao abordar o dia a dia da nossa vida. Antes de ser colaboradora do Taperá, militou também no jornal O Liberal, no qual escrevia artigos esparsos, fazendo parte de uma equipe integrada por Raphael Hyppólito, Edmur I. Sala, Carlos Laurenciano, Uziel Carola e Valter Lenzi.


Ela cumpriu o que prometeu ao escrever pela primeira vez no Taperá, em 3 de agosto de 1985, quando apresentou a coluna, que seria, como foi, um encontro breve “no qual possamos assentar nossa cabeça em valores realmente positivos, o de reencontrarmos um pouco de paz e calma tão necessárias ao refazimento, em que estejamos de volta aos bons pensamentos, aos elevados conceitos que não mudam através do tempo porque são impregnados de verdade”.

Em O Liberal Desdêmona se identificava, mas no Taperá preferia assinar suas crônicas com as iniciais J.D. ao invés do seu nome, o que fez durante cerca de 3 anos, só passando a revelar sua identidade no final de 1988, a pedido da direção do jornal.

Desdêmona (ao centro) na comemoração de um aniversário de “O Liberal” (1961)

Antes de militar na imprensa local, ela participava de diversos movimentos que aconteciam na cidade. Foi, por exemplo, uma das fundadoras do Centro de Orientação e Cultura, entidade formada por jovens que desejavam o melhor para Salto e que tomaram a iniciativa, dentre outras coisas, de comemorar o aniversário da cidade e de realizar uma exposição industrial, que aconteceu no prédio onde iria se instalar o Grupo Escolar (hoje Escola Estadual) Cláudio Ribeiro da Silva, ambas na década de 1960. Também atuou no teatro local, como integrante dos Grêmios de Teatro Santa Inês e São José e sempre foi uma frequentadora e incentivadora dos eventos culturais que aconteciam na cidade, antes e durante o período em que escrevia suas crônicas na imprensa local. Colaborava com diversas entidades locais, dentre elas a Cooperativa Operária Saltense, como integrante da equipe que promovia concertos, bailes, shows e outros eventos sociais.


Com funcionários e colaboradores do “Taperá”(no centro entre os 5 à frente) homenageados nos 30 anos do jornal (1994)

Família e homenagens – Desdêmona era casada com João Alberto, companheiro que lhe dava todo o apoio e inclusive a acompanhava em suas atividades culturais.

Foi homenageada em vida pelo Taperá, por ocasião da comemoração dos 30 anos do jornal, em abril de 1994, quando lhe foi entregue um troféu. A Comissão de Nomenclatura saltense também a homenageou, propondo seu nome para uma via pública local, no Jardim Santa Rita, proposta que foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito da época

Faleceu em 24 de julho de 1999, dois dias após ter sido publicada sua última crônica, o que quer dizer que a morte a pegou de surpresa, quando ainda tinha muito a oferecer.



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