QUEM FOI QUEM
nedino Dimas F. de Moraes, dedicado professor e um apaixonado pela educação
Em toda sua existência Salto contou com professores dedicados (a maioria deles, felizmente), que proporcionaram muitos benefícios às crianças, adolescentes e jovens que frequentaram as escolas em busca do saber. Enedino Dimas Ferreira de Moraes foi um deles. Nasceu em Itu em 19 de outubro de 1947 e em Salto viveu até 2 de abril de 2020, quando faleceu. Ele não se restringiu aos ensinamentos nas salas de aula, pois, sempre demonstrando sua paixão pela educação, preocupou-se com o futuro dos estudantes, procurando de várias maneiras orientá-los e incentivá-los.
Como professor da Escola Estadual Professor Joseano Costa Pinto, por exemplo, realizou o projeto “Sexualidade com responsabilidade”, que teve o objetivo de passar ao educando uma concepção correta da sexualidade, de forma saudável e responsável, com ênfase na conscientização dos problemas decorrentes, quando não devidamente planejada. Ele levou em conta pesquisa da Datafolha feita na época (1999), que mostrava que 89% dos pais eram favoráveis à inclusão da orientação sexual nos currículos escolares. Baseado nisso, achava que a educação era o único e verdadeiro meio de se atingir tais objetivos cujos resultados certamente poderiam exprimir dados estatísticos muito importantes. Esse posicionamento não era apenas válido naquela época, mas continua sendo nos dias atuais.
Na opinião da professora Mércia Mara Falcini, Enedino contribuiu para fazer dela também uma apaixonada pela educação, o que também aconteceu com a maioria dos seus alunos, que mantinham com ele um vínculo afetivo. “Como professor, ele muito honrou a profissão”, escreveu a professora Mércia na “orelha” do seu segundo livro, “Aprender Ensinando”.
O também professor, Antônio Oirmes Ferrari, autor do prefácio do segundo livro de Enedino, acentua que o autor, de origem humilde, “aborda com proficiência sua vitoriosa vida profissional no magistério” e em sua obra “bem revela sua vocação e empenho à nobre profissão, que cumpriu com todos os méritos, desde aquele dia já distante em que proclamou para todo o sempre: Serei Profe
Carreira – Enedino em sua meninice, já aos 12 anos de idade, ajudava no sustento de sua família em trabalhos extras, como carregar tabelas com anúncios de filmes exibidos na cidade, trabalhando depois em funções modestas em escritórios de contabilidade e estabelecimentos comerciais locais. Sempre trabalhando durante o dia, fez os cursos básico e médio e partiu para o ensino universitário, graduando-se em Ciências Físicas e Biológicas, em 1973, aos 26 anos de idade. Foi quando decidiu que seria professor, iniciando sua carreira numa escola estadual de Sorocaba. Em Salto sua primeira escola foi o “Coleginho” (Sagrada Família), no qual permaneceu por vários anos. Também atuou na Escola de 2º Grau de Salto, onde ministrou aulas de Biologia, conseguindo motivar os alunos. Teve passagens pelo Cemus II, Escola do Sesi, voltou ao ensino estadual em 1990. Mas não parou, fez o curso de pós-graduação em Morfologia, na área de Anatomia Humana, até meados de 2000, continuando como professor até 2013. Ele também foi sócio efetivo da SBA – Sociedade Brasileira de Anatomia.
Palestras e livros - Sobrando mais tempo, passou a realizar palestras não só em Salto, mas em várias cidades da região, num total de 18 escolas. Também lançou dois livros: o primeiro em 2005, “A Vida na Morte” e o segundo em 2016, “Aprender Ensinando”.
Família – Enedino era filho de Vitor Francisco de Moraes e de Cristina Ferreira de Moraes. Foi casado com a advogada Judite Carolina Campitelli, com quem teve um filho, Marcus Vinícius, que é médico pediatra e que sempre se constituiu no orgulho do casal.
Recentemente a Comissão de Nomenclatura propôs dar se nome a uma via pública de um novo loteamento surgido em Salto, prestando uma homenagem merecida a um mestre que dignificou a profissão.
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