QUEM FOI QUEM
Rubens de Almeida (Macalé), ituano que fez história na música e no esporte saltense
Macalé era o tipo do cidadão que todos admiravam, por ser uma pessoa simpática, afável, simples e sempre com um sorriso nos lábios. Nascido em Itu em 2 de dezembro de 1934 (Dia do Samba), justificou a coincidência da data com sua preferência por esse tipo de música, constituindo-se num intérprete de destaque em grupos amadores, principalmente o Jatosamba, que integrou durante vários anos. Nesse e em outros grupos, era muito admirado por ter criado o “Show da Sineta”, que realizava em apresentações solo durante eventos animados por ele e seus companheiros. Os aplausos espocavam, pois Macalé demonstrava uma habilidade que impressionava quem tinha a oportunidade de vê-lo em ação.
Ele nasceu em Itu, mas viveu a maior parte de sua vida em Salto, cidade que adotou após ter se casado na igreja São Benedito com a saltense Maria Virginia de Arruda Almeida, em maio de 1962, com quem teve 2 filhas, Eda e Elaine. Numa entrevista ao Taperá, em dezembro do ano 2000, ele disse que seu apelido surgiu quando jogava futebol nos campinhos da periferia ituana, como no Bairro Alto, não sabendo explicar sua origem.
A “sineta” – Macalé adotou a sineta, com a qual se apresentava nos shows do Jatosamba, depois de conhecer um instrumento que tinha esse nome na Orquestra Sambrasil, do maestro Chiquito. Na época trabalhava na Fundição Gazola, em Itu e fez um instrumento parecido, que emitia 4 sons diferentes. Foi um sucesso! Ele lembrava na entrevista que concedeu ao Taperá que começou a usar a sineta nos bailes de carnaval do Ituano Clube, onde fez parte da Banda Jota Ramirez durante mais de 20 anos.
No futebol – Macalé brilhou no futebol saltense, após uma passagem vitoriosa pelas duas principais equipes ituanas, a Associação Atlética Sorocabana e o Clube Atlético Ituano. Nesta última agremiação Macalé foi campeão da terceira divisão na década de 1950, jogando numa equipe que ficou na história, pois contava com excelentes jogadores, como Mão de Onça, Mário, Tati, Mickey, Fortaleza, Nin, Jacó e outros. Vindo a morar em Salto, começou a jogar numa equipe local, a A.A. Saltense logo após ter se casado com uma saltense, disputando a 2ª divisão e outros campeonatos profissionais pela “Gloriosa”. Posteriormente atuou também pelo Guarani Saltense, onde também fez história, como jogador e assistente técnico, demonstrando sempre ser uma pessoa respeitosa e por isso se tornou querido pelas duas torcidas rivais. Depois de atuar pelos dois maiores clubes locais, Macalé passou a jogar pelos Veteranos Saltenses, equipe que reunia jogadores que atuaram no futebol local e que se reuniam praticamente todos os sábados e domingos para jogar e depois tomar a indispensável cervejinha. Sua despedida dos campos aconteceu em março de 2004, quando atuava pelo Talento, uma das formações dos Veteranos.
Aliás, foi na época em que defendeu o time dos veteranos que Macalé tomou gosto pela música, pois nas viagens que o clube fazia para cidades da região e até para vários estados brasileiros, os que tinham aptidões para tocar algum instrumentos se reuniam e animavam os demais companheiros.
Homenagens – Ainda em vida Macalé recebeu diversas homenagens, várias delas do pessoal dos Veteranos Saltenses, com quem conviveu durante vários anos. Também foi patrono do Campeonato de Veteranos de 2017, promovido pela Liga Desportiva Saltense e recebeu também homenagem em Itu, por iniciativa do prefeito Lázaro José Piunti e sua esposa, deputada Maria do Carmo Piunti.
Amizades - Na mesma entrevista concedida ao Taperá um ano antes de falecer, Macalé disse que a mensagem que gostaria de passar para as pessoas era sobre as amizades que fez durante toda sua vida: “São as minhas amizades que me fazem viver. Você tem sempre que se dar o respeito, para ser respeitado”, concluiu.
Ele faleceu em 12 de abril de 2008.
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