QUEM FOI QUEM
Alcindo Piva Castilho, um dos primeiros sacerdotes saltenses, foi ordenado em Roma
Juntamente com um outro saltense, Felipe Nery Moschini, o padre Alcindo Piva Castilho foi ordenado em Roma, Itália, em 6 de outubro de 1952. Ele nasceu em Salto, em 2 de fevereiro de 1925; era filho de José Castilho e Annunciatta Piva, realizando seus primeiros estudos em sua cidade natal, no Grupo Escolar (atual Escola) Tancredo do Amaral, e na Escola Anita Garibaldi. Com vocação para o sacerdócio, foi para o Seminário Menor de Pirapora e depois para o Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, recebendo neste, em fevereiro de 1949, a primeira tonsura, que é a cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordinando ao conferir-lhe o primeiro grau de Ordem no clero.
Foi ordenado sacerdote em Roma no dia 5 de outubro de 1952, na Basílica del Gesú, recebendo o sacramento que o jornal local, O Trabalhador, classificou como “a maior glória que um mortal pode aspirar”. Mas o padre Alcindo não voltaria imediatamente ao Brasil, após sua ordenação, permanecendo ainda um ano em Roma. Ele aproveitou para, entre outras atividades naquele ano pós-ordenação, visitar a terra dos seus avós italianos, Lória (Treviso), que o recepcionou para receber “aquele rebento de humildes imigrantes que tinham partido para o Brasil 65 anos antes”, como dizia uma conclamação que convidava a população de Lória para assistir à 1ª missa do novo padre descendente dos italianos.
Em Salto – Em outubro de 1953, finalmente o padre Alcindo voltava para Salto, depois de longa permanência na Europa. Sua chegada foi saudada por representações de várias entidades e pelo monsenhor João da Silva Couto, à entrada da matriz, onde, no dia seguinte, dia 19 de outubro de 1953, um domingo, celebrou sua 1ª missa solene cantada. Em seguida, a comunidade ofereceu-lhe um banquete no Hotel Brasil, localizado na Rua José Galvão, ao qual compareceram cerca de 200 pessoas, tendo sido saudado por autoridades e amigos, que se reuniram mais uma vez, à noite, para, como era comum em ocasiões especiais, entoarem um “Te Deum Laudamos”, um agradecimento a Deus pela volta de um filho da terra, ordenado sacerdote.
No Brasil – Após voltar ao seu país, padre Castilho viveu no Brasil até seu falecimento, passando pelas cidades de Aparecida e São Paulo (Seminário Diocesano, no bairro do Ipiranga, onde atuou como professor e na Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, da qual foi responsável por mais de 40 anos). Ocupou a direção da Unifai – Centro Universitário Assunção por muitos anos, tendo voltando a manter contato com Salto na década de 1990, na qual realizava todos os domingos a “Missa das Sete”, angariando a simpatia dos fiéis, que compareciam em grande número.
Falecimento – Padre Castilho faleceu em 26 de julho de 2010, sendo a missa de corpo presente realizada na matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, com a presença de grande número de fiéis, do representante do cardeal de São Paulo, bispo dom Tomé, além de vários padres e diáconos de Salto e região, destacando-se ainda o comparecimento do monsenhor Dario Bevilacqua, contemporâneo de seminário, diretor da Unifai e seu amigo por mais de 60 anos.
Homenagem – Salto homenageou o padre Castilho, denominando uma de suas vias públicas do Loteamento Central Parque, proposta apresentada pela Comissão de Nomenclatura do município, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito.
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