QUEM FOI QUEM
Romeu Milioni marcou sua passagem no esporte e como dirigente de entidade de classe
A família Milioni revelou pessoas do mais alto nível, que muito contribuíram para o desenvolvimento de Salto, durante várias décadas e ainda continua ativa, com seus descendentes seguindo os passos dos seus antecedentes. Romeu foi um dos que justificaram o bom nome dessa família, que atuou em diversos ramos de atividade em Salto, tendo ele se destacado em pelo menos duas: como esportista e como dirigente de uma das principais entidades da cidade, a Associação dos Aposentados e Pensionistas. Filho de Linda Monari e Dante Milioni, nasceu em Salto, em 11 de março de 1929, tendo realizado seus primeiros estudos no Grupo Escolar Tancredo do Amaral, Escola Anita Garibaldi e Colégio Regente Feijó, de Itu.
A maior parte de sua vida Romeu passou trabalhando em São Paulo e em outros municípios, mas nunca deixou de voltar para sua Salto, onde inclusive se estabeleceu comercialmente. Iniciou suas atividades em São Paulo, no ano de 1947, aos 18 anos de idade, trabalhando como vendedor de tecidos nas empresas atacadistas da cidade, permanecendo na capital até 1959, quando voltou para sua cidade natal. Quando se casou, em 1954, continuou residindo na capital, mas assumiu um outro trabalho, no período noturno e aos sábados e domingos, no Jockey Club de São Paulo, aumentando a renda da família.
Em Salto ele se estabeleceu como proprietário do Bar e Restaurante São João, localizado no centro: início da Rua 9 de Julho, em frente à Praça Paula Souza, onde se situa a Biblioteca Municipal. Três anos depois (1962) vendeu o bar para Walter Nardelli e montou uma distribuidora de frios e laticínios muito conhecido na época, denominada “Buraco da Onça”. Em 1964 vendeu o negócio e foi para Itatiba, para trabalhar na Fábrica de Cobertores Scavone. Em 1965 mudou-se para Jundiaí e passou a trabalhar em São Paulo na Fábrica de Cobertores Guaratinguetá. Mudou-se novamente para São Paulo com a família, onde continuou trabalhando na empresa Guaratinguetá. Voltou para Salto, estabelecendo-se na cidade com esposa e filhos.
No esporte - Como esportista, se sobressaiu como jogador do Guarani Saltense e da Associação Atlética Saltense, numa época em que ambas se destacaram na cidade e região, pois formavam equipes de qualidade, formadas principalmente por jogadores da própria cidade, o que despertava a atenção e o acompanhamento por parte dos torcedores locais, que vibravam com as conquistas tanto do “Bugre”, como o Guarani era apelidado, como da “Gloriosa”, como a Saltense era conhecida.
Ele começou no Guarani, que era seu clube de coração, quando contava apenas 19 anos de idade, em 1949, atuando na ponta-esquerda, numa equipe que contava com jogadores que fizeram história no futebol saltense, como Deto, Zanuni, João Costa, Buscapé, Luiz Preto, Zinho Speroni e outros,, contribuindo para a conquista de títulos regionais e da cidade, este último nos confrontos com a Saltense, pois era também um dos grandes jogadores da época. Após deixar de jogar, tornou-se conselheiro vitalício do Guarani Saltense, além de colaborar em diversas campanhas do clube, o que fez com que fosse homenageado, em reconhecimento ao seu trabalho, com a denominação à Sala de Troféus do clube, muitos dos quais ele ajudou a conquistar.
A rivalidade entre os dois clubes locais era grande, mas Romeu tinha amigos em ambos e por isso aceitou jogar pela Saltense, em 1951, fazendo parte de uma equipe que contava com Quenca, Sordi, Flavinho, Sérgio, Laerte Milanez, Heitor e outros grandes craques. Ele atuou por essas duas agremiações até o dia que resolveu “pendurar as chuteiras”, como se dizia antigamente, participando apenas de jogos dos Veteranos Saltenses, aos finais de semana.
Romeu se sobressaiu também como dirigente de entidade, tendo ocupado, durante 7 anos, a presidência da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Salto. Foi o principal responsável pela construção da sede social desse clube, na Rua Barão do Rio Branco, proximidades do Terminal Rodoviário de Salto. Essa Associação conta com a participação de centenas de aposentados e pensionistas, há muitos anos reunindo seus associados em eventos que marcaram época, além dos seus bailes semanais, atualmente realizados com menos frequência, em virtude da pandemia.
Família – Romeu foi casado com Iara Garcia durante cerca de 59 anos, pois a união do casal ocorreu em 1954. Ela sempre o acompanhava em suas atividades sociais, na Associação dos Aposentados e Pensionistas. Tiveram 3 filhos: Dante, João Carlos, Roberto e Cláudia.
Faleceu em 26 de abril de 2013.
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