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QUEM FOI QUEM

Egídio Patelli teve 2 grandes paixões na vida: Guarani

e Romaria de Salto a Pirapora


Além de sua família à qual ele sempre se dedicou, Egídio Patelli teve duas grandes paixões na vida: o Guarani Saltense Atlético Clube e a Romaria de Salto a Pirapora, com maior vantagem para a primeira. Poucos o conheciam como Egídio Patelli na cidade, pois era chamado de “Júlio Bode”, primeiro em tom de brincadeira, depois o apelido pegou e ele teve que aturá-lo a vida toda, tudo indicando que ele aceitava o tratamento numa boa.

Nascido em Capivari em 1919, veio para Salto aos 3 anos de idade e teve uma vida dura numa época em que eram poucas as opções de trabalho. Chegou a trabalhar como carroceiro, fazendo fretes com sua carroça puxada a cavalos, principalmente transportando as mercadorias que na época chegavam na estação ferroviária. Salto era uma cidade pequena, nas décadas de 1940 e 1950, como ele contou numa entrevista concedida ao jornal Taperá. Morou alguns anos em São Paulo, mas vinha para Salto todo mês, a pedido de sua mãe, onde passava o fim de semana.


Egídio na época em que era proprietário de uma casa de material de construção

Egídio atuou também no comércio saltense, como proprietário de uma loja de material de construção que funcionou inicialmente na Rua Rui Barbosa, em frente ao antigo Cine São José e posteriormente na Avenida D. Pedro II, ao lado da sede da Câmara Municipal de Salto. Antes de falecer passou a direção da loja para seu filho Zande, que a manteve por vários anos.












Participando das obras de construção do campo do Guarani Saltense, na Vila Nova (março de 1949) e dando o pontapé inicial no torneio que levou seu nome (1981)

Guarani – Na época em que residia na capital, contava 22 anos de idade quando despertou seu amor pelo Guarani, pois foi convidado pelo irmão do fundador Esmael de Carvalho, de nome Mozart, a se tornar diretor do clube. Voltando a Salto, integrou-se à agremiação da qual inclusive foi auxiliar do treinador Itagiba Alves Siqueira (Bilu) em 1940. Posteriormente ocupou diversos cargos na Diretoria (da qual inclusive foi presidente, em 1962/63), no Conselho Deliberativo e nas Comissões de Patrimônio que se formaram. Numa foto que mostra bugrinos trabalhando na construção do estádio da Vila Nova e também do alambrado, Egídio aparece como um dos que “pegaram no pesado” para tornar a obra realidade. Foi membro da Comissão de Patrimônio que construiu a sede própria do Bugre e as piscinas, juntamente com Domingos Guerrero, Sérgio Fabbri, Esmael de Carvalho, Romeu Telesi, Benedito Prado e outros.

Contam-se diversos casos pitorescos da atuação de Egídio como um dos mais fervorosos bugrinos na história do clube. Ele defendia o Guarani em todas as ocasiões, assim como a cidade que adotou como sua. Conta-se, por exemplo, que numa reunião na Federação Paulista de Futebol, Egídio participou com seu grande amigo Romeu Telesi e com o diretor João Guido Conti. Foram reivindicar que o Bugre, assim como a Saltense, fosse promovido da 3ª para a 2ª divisão de profissionais e, ao recebê-los, o presidente da Federação perguntou se eles eram do Guarani “de Salto de Itu”. A resposta de Egídio veio rápida e sonora: “de Salto de Itu o seu c....”, proferindo um palavrão que rimou com Itu. Não é preciso dizer que a reivindicação bugrina não foi atendida...

Uma de suas grandes decepções no esporte foi a venda do campo de futebol do clube ao Supermercado Carrefour, tendo achado que isso aconteceu porque foi aprovada pelos bugrinos novatos que não deram a devida importância à história do clube, que conquistou seu patrimônio com grande sacrifício.

Egídio com sua esposa (à esq.) e seus filhos, participando de uma das romarias de Salto a Pirapora

Romaria – Outra grande paixão de Egídio Patelli foi a Romaria Salto a Pirapora, que se realizava todos os anos no mês de abril (suspensas em 2020 e 2021 em virtude da pandemia do coronavírus). Na entrevista que concedeu ao Taperá, ele lembrou que foi convidado por João Leopoldino, a fazer parte da organização da 1ª romaria, sendo, portanto, considerado um dos fundadores, com o próprio João, Etore Birelo e Joaquim Andrietta. No primeiro ano participaram 38 saltenses e 2 indaiatubanos e no segundo o número de cavaleiros dobrou: 80. Ele participou durante mais de 50 anos de praticamente todas as romarias, nos últimos tempos acompanhando-as num veículo em virtude de sua idade avançada, e na entrevista concedida ao Taperá afirmou que só deixou de fazê-lo uma vez durante meio século, quando teve um problema no joelho.


Homenagens – Ainda em vida Egídio Patelli foi alvo de várias homenagens, dentre elas as de suas grandes paixões: Guarani e Romaria de Salto a Pirapora. Além de ser muito querido nas hostes bugrinas, seu nome foi dado a uma das repartições do clube, assim como a um torneio de futebol, realizado em 1981. Foi alvo também da homenagem prestada pela Sociedade Instrutiva e Recreativa Ideal e pelo Guarani, conjuntamente, num evento realizado no Ideal, que lhe entregaram placas de prata. Também foi homenageado pelo jornal Taperá, por seu mérito e tradição, na festa dos Destaques realizado em 2003, no Clube dos Casados.

Seu nome foi dado também a uma das vias públicas de Salto, no Jardim Guarujá, cuja proposta foi apresentada pela Comissão de Nomenclatura, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito.

FOTOS 6 E 7 No mesmo dia, em junho de 1994, foi homenageado pelo Clube Ideal (presidente Hélio Delegá e esposa Mônica) e pelo Guarani Saltense (pelo seu grande amigo Romeu Telesi)
Em 2002 ele foi homenageado pelo Taperá, recebendo um troféu na festa dos Destaques entregue pelo representante da Associação Comercial, Valdir P. Bergantin



Família – Egídio era casado com Luiza Pompeu Patelli, com quem teve 4 filhos: Zeude, Zilma, Zumar e Zande. Faleceu em 26 de maio de 2005, aos 91 anos de idade.


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