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QUEM FOI QUEM

Agostinho Rodrigues foi comunista, vereador e defendia os interesses dos trabalhadores



Logo após o nascimento de Agostinho Rodrigues, na Fazenda da Gama, em Indaiatuba, aos 2 de novembro de 1921, sua família mudou-se para Salto, onde ele viveu toda sua vida. Estudou no Grupo Escolar Tancredo do Amaral e trabalhou na Brasital S.A. como apontador da Seção de Obras e Construções, durante 34 anos. Nesse período ingressou no sindicalismo saltense, tendo sido eleito, inclusive, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, de 1945 a 1947, se destacando como defensor dos interesses e dos direitos dos trabalhadores junto ao patronato.


Já casado e com filhos, voltou a estudar na década de 1960, tendo concluído o antigo curso ginasial no Instituto de Educação Regente Feijó, de Itu, tendo ainda cursado o 1º ano da Escola de Contabilidade Junqueira Ortiz, também de Itu. Era grande aficionado do Esperanto, tendo fundado, em 23 de janeiro de 1982, o Salto Esperanto Klubo, do qual foi o primeiro presidente.

Encerramento em 1984, do curso de Esperanto, fundado por Agostinho, em 1982

“Cassado” – Juntamente com seu companheiro Benedito de Quadros, era um aficionado do comunismo, o que era do conhecimento de todos. Ele integrava o PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, pelo qual foi eleito em 1947, exercendo o mandato de 1958 a 1951. Candidatou-se à reeleição em outubro de 1951 e foi eleito com 188 votos, colocando-se em 4º lugar dentre todos os candidatos, atrás apenas de Hélio Steffen, Joseano Costa Pinto e Benedito de Quadros. No entanto, não tomou posse, pois o juiz eleitoral, dr. José Bento Cardoso, da comarca de Itu, à qual Salto pertencia, impediu sua posse, assim como de Benedito de Quadros, alegando que os mesmos eram integrantes do Partido Comunista do Brasil. Os votos por eles obtidos na eleição de 1951 foram anulados e eles se constituíram nos dois primeiros políticos eleitos a serem “cassados” na cidade. Agostinho abandonou a política e nunca mais se candidatou.


Comunista – Agostinho e Tico de Quadros, como Benedito era conhecido, não negavam sua preferência pelo comunismo, numa época em que isso não era aceito no país, então presidido por Getúlio Vargas, a quem os comunistas chamavam de “agente do imperialismo”. Além de serem impedidos de exercer a vereança, a partir de 1952, também sofreram perseguições durante a ditadura militar, iniciada em abril de 1964. Tanto Agostinho como Benedito, assim como outros saltenses que se consideravam partidários do comunismo, chegaram a ser presos e suas casas invadidas e vistoriadas pelos militares do Quartel de Itu. Nessa época Agostinho já havia abandonado a política, assim como as atividades sindicais, pois não havia condições de atuar livremente. Ele atuou no setor imobiliário de Salto, implantando o loteamento Vila Romão (nome do seu pai), nas proximidades do Jardim Maria José e Terminal Rodoviário.


Família – Agostinho era casado desde 1947 com Adélia Colaço, com a qual viveu até 19 de julho de 1984, quando faleceu. Teve 2 filhos: Agostinho e Sandra.

Foi homenageado pela Câmara Municipal e Prefeitura de Salto, que aprovaram a indicação do seu nome para uma das ruas da Vila Romão.

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