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QUEM FOI QUEM

Benedito F. Pacheco foi um dos primeiros “choferes de praça”, os atuais taxistas, de Salto



A história do automóvel no Brasil começou na década de 1920, quando já havia importação de veículos. A Ford tinha iniciado a montagem dos seus carros em São Paulo, em 1919, com peças vindas do exterior e a General Motors veio a seguir, em 1925, mas a montagem rotineira se acentuou em 1946, quando surgiram algumas pequenas indústrias de autopeças. Foram conhecidos, então, os primeiros modelos de algumas marcas, como o DKW Vemag, Gordini, Karman Ghia, o Fusca (em 1959), Simca, etc.





Pacheco em dois veículos que possuiu: o “Fordinho 29” (década de 1940) e um Ford mais novo (década de 1950)

Antes disso, os veículos tinham que ser importados e os primeiros que chegaram em Salto foram da Ford, o chamado “Fordinho 29” e o “Ford Bigode”, que eram adquiridos já com alguma quilometragem, pois as dificuldades para adquirir um zero km eram grandes. Os primeiros compradores desses veículos foram os “choferes de praça”, denominação dada aos motoristas que faziam o transporte de passageiros a partir da década de 1940. Eles só foram chamados de taxistas 20 ou 30 anos depois. Eram poucos, pois as dificuldades para se comprar um veículo impedia que muitos colocassem à disposição da população o serviço, que era muito importante, numa época em que não havia transporte público no município.

Pode-se citar alguns “choferes de praça”, como os integrantes de duas ou três famílias saltenses, como os Ramos (pai e dois filhos), Morgilo (pai Francisco e o filho conhecido por todos como “Morgilinho” irmãos Miloco, além de um que se tornou bastante conhecido, de nome Benedito Fausto Pacheco.

O motorista com sua esposa e familiares em duas épocas de sua vida

O motorista Pacheco, como era chamado, trabalhou durante muitos anos em Salto, servindo a população. Nasceu em Botucatu em 18 de dezembro de 1898, filho de Pedro Antonio Pacheco e de Generosa Ana Maria. Mudou-se ainda jovem para Capivari, onde conheceu e se casou com Maria de Almeida Leite, em 2 de fevereiro de 1918. Depois veio para Salto e aqui viveu com sua esposa e com os filhos Juracy, Maria, Anthero, David, Durval, Iná, Iracema e Joel.


Trabalhou como “chofer de praça” durante muitos anos, levando os saltenses para cidades vizinhas e principalmente para Pirapora do Bom Jesus. Estava sempre pronto a atender as pessoas que necessitavam dos seus serviços e, numa época em que as viagens eram demoradas, pois as estradas não eram asfaltadas, distraia os passageiros com suas brincadeiras. O motorista, naquele tempo, não se limitava a dirigir o veículo, mas também prestava serviços pessoais, contribuindo para que todos chegassem bem ao destino. Não fazia distinção, atendendo não somente pessoas de posse, como comerciantes, médicos, diretores das indústrias locais, etc., mas também as pessoas simples. Por isso era querido e admirado pela sua maneira eficiente e descontraída e também pelo apoio que dava aos que transportava. Por isso seu nome ficou marcado na cidade como um prestador de serviço dos mais importantes, numa época em que o carro era o único meio de transportes para encurtar as distâncias e levar os passageiros com conforto para os mais diversos pontos da região.

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