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QUEM FOI QUEM

Leone A. Camerra esteve à frente da Sociedade Italiana por cerca de 50 anos



A Sociedade Italiana “Giuseppe Verdi” é uma das mais importantes entidades de Salto, tendo completado recentemente 118 anos de existência e cerca de metade desse tempo teve a dirigi-la o italiano Leone Ângelo Camerra. Nascido em Vincenza em 11 de maio de 1900, veio para o Brasil em novembro de 1923, ainda jovem, depois de se formar em Ciências na Universidade de Cebome. Logo passou a ministrar aulas na Escola Italiana local (depois denominada Anita Garibaldi), além de trabalhar no escritório da Fábrica de Papel de propriedade da Brasital S.A. Nessa empresa galgou postos importantes, chegando a diretor técnico e depois à gerência.


Camerra (último à dir.) na inauguração do Teatro Giuseppe Verdi, com a presença do cônsul italiano, em 1937, tendo ao lado o monsenhor Couto e o prefeito Francisco Teixeira

Casou-se em 26 de julho de 1926 com uma italiana que conheceu em sua cidade natal da Itália, Tereza Vacari, passando a residir numa das casas do Porto Góes, de propriedade da Fábrica de Papel. Filiou-se desde os primeiros tempos em que viveu na cidade à Sociedade Italiana Giuseppe Verdi, tendo ocupado a presidência em substituição a João Batista Vassali, ficando no cargo durante aproximadamente 5 décadas. Em seu tempo, contribuiu para o crescimento dessa entidade que reunia os descendentes de italianos residentes em Salto, cuidando dos muitos detalhes da vida da Sociedade e inclusive participando ativamente da construção do Teatro Giuseppe Verdi, inaugurado em 15 de fevereiro de 1937, com a presença do cônsul e da consulesa italianos.


Durante a 2ª Guerra Mundial, a SIROS ocupou o Teatro Verdi, promovendo bailes; Camerra com os funcionários do escritório da Fábrica de Papel (4º da esq. p/ a dir., em pé)

Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, a partir de 1941 os italianos tiveram uma difícil convivência na cidade, mas Camerra manteve-se à frente da entidade. Apesar de terem cessado as atividades sociais, ele se preocupava com a manutenção do patrimônio, ficando 10 anos (até 1951) apoiando a Sociedade Instrutiva e Recreativa dos Operários Saltenses (SIROS), que utilizava as dependências do teatro para a realização de bailes e outros eventos. Quando tudo voltou à normalidade, a Sociedade Italiana voltou a se constituir em destaque na vida social da cidade, principalmente quando permitiu que não só italianos e descendentes, mas também brasileiros e representantes de outros povos se tornassem associados e participassem da vida da sociedade.


Na Itália – Camerra voltou a sua terra natal em 1969, tendo adquirido uma casa, mas a saudade de Salto e do Brasil foi mais forte e ele regressou ao nosso país aqui ficando até o seu falecimento, em 7 de janeiro de 1972. Dezoito anos depois, em 18 de janeiro de 1990, sua esposa também veio a falecer.


Homenagens – Ainda em vida Camerra foi alvo de diversas homenagens, dentre elas do Rotary Club de Salto (que utilizou como sede as dependências do Verdi) e da União Musical Gomes-Verdi, banda que sempre mereceu o apoio da Brasital S.A., representada por Camerra.

A Câmara e a Prefeitura de Salto também lhe prestaram uma homenagem, dando seu nome a uma das ruas do Residencial Picollino.

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