QUEM FOI QUEM
Francisco Miguel, o “Chico Turco”, foi um pescador profissional que marcou época na cidade
Na verdade, seu nome não era Francisco Miguel, que adotou depois de perder seus documentos ao chegar de uma viagem de navio da Síria, seu país de origem. Filho de Miguel Ascar e Letícia José, nasceu em Buhanha, em 1887, como Chain Ascar, mas adotou o Francisco Miguel, um nome que gostou e um sobrenome do primeiro nome do seu pai. Quando chegaram ao Brasil, ele e seus dois irmãos, não se continham de contentamento ao divisar ainda no mar as terras brasileiras, atirando para o ar chapéus, gorros, agasalhos, etc. e foi assim que perdeu seus documentos.
Ele se fixou inicialmente em Jundiaí, mas veio para Salto em 1915, tendo vivido 60 dos seus 88 anos na cidade. Confundindo os dois países asiáticos, Turquia e Síria, os moradores de Salto passaram a chamá-lo de “Chico Turco” e o apelido pegou, sendo ignorado seu verdadeiro nome. Seu primeiro emprego na cidade foi como “scarpelin” ou cortador de pedra de granito, muito abundante na região, tendo trabalhado em diversas pedreiras.
Quando participou da construção do canal da Light, no Porto Góes, sofreu um acidente numa explosão de dinamite ao “fatiar” um bloco grande de pedra. Passou, então, a procurar outra profissão e, como era exímio pescador, passou a exercer a função profissionalmente, contando com a ajuda de alguns dos seus filhos.
Estabeleceu-se na Ilha Grande, que tinha sido habitada por indígenas e que hoje é ocupada pelo campo de futebol da Associação Atlética Avenida. Ali ele não apenas pescava e vendia peixes, que colocava em gaiolas submersas no Tietê e aquários colocados num salão que ele próprio construiu, mas também vendia produtos de sua horta. Naquela época (de 1930 a 1960, principalmente), a variedade de peixes era muito grande, podendo-se adquirir do “Chico Turco” pintados, dourados, piracanjubas, curimbatás, etc., de vários tamanhos.
Família – A família que “Chico Turco” formou em Salto era muito numerosa. Ele veio para a cidade já casado com Romana Maria Baldin, em Jundiaí, onde residira, em 1911. Com ela teve nada menos que 12 filhos, que formaram numerosas famílias: Julieta, Egídio, Letícia, Laudemos (falecido quando era adolescente), Gentil, Alice, Mercedes, Demétrio, Otávio, Maria Aparecida, Laudemas e Laudemos.
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