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QUEM FOI QUEM

José Galvão foi o pioneiro na instalação da indústria têxtil em Salto



Nascido em Itu aos 19 de janeiro de 1834, José Galvão de França Pacheco Júnior ficou na história da cidade como o pioneiro na instalação da indústria têxtil. Isso aconteceu em 1875, quando passou a funcionar a primeira fábrica de tecidos em Salto, com maquinário importado, cuja construção havia se iniciado em 1873. Essa fábrica tinha 1.230m2 de área construída à margem direita do Rio Tietê, num local bem próximo da cachoeira, onde montou uma turbina, aproveitando a queda d’água como fonte de energia, que depois seria transformada em elétrica. O conjunto passou a denominar-se “Fortuna” e José Galvão era respeitado pelos funcionários, tornando-se um benfeitor da pequena comunidade e das coisas ligadas à igreja.


A fábrica “Fortuna” aproveitava a queda d’água para gerar energia; vista interna da fábrica de José Galvão, que produzia tecidos finos e grossos

Ele construiu as fundações do edifício, que tinha a forma de uma quadrado, sobre uma grande e maciça rocha. Quanto às máquinas, elas tinham sido adquiridas de uma firma inglesa e fabricavam panos finos e grossos, além de desencaroçar, fiar e tecer algodão. A relação de Galvão com os representantes da firma inglesa não eram cordiais, tanto que ele pediu garantia de vida ao delegado de Itu, pois teria sido ameaçado.

Depois da instalação da fábrica de Galvão, surgiu uma outra de tecidos, do dr. Francisco Fernando de Barros Jr., denominada “Júpiter”. As duas foram adquiridas em 1919 pela “Societá per L’Esportazione e per L’Industria Italo-Americana”, com sede em Milão, que era dona também da Fábrica de Papel de Salto e que se transformou em Brasital S.A. Em certa época pertenceram também a José Weissohn.


A Rus José Galvão, quando era muito movimentada (1930) e em meados da década de 1950

“Rua animada” – A própria população saltense, segundo relata Ettore Liberalesso, solicitou à Prefeitura, quando do falecimento de José Galvão, em 30 de março de 1889, que desse o seu nome a uma rua do centro da cidade, especificamente aquela que tinha a denominação de Rua da Estação, a que liga a atual Praça Archimedes Lammoglia à Rua Marechal Deodoro. Isso aconteceu em 1º de julho de 1905 e em 30 de março de 1989 o centenário de Galvão foi comemorado com uma série de palestras, em sua homenagem

A José Galvão era considerada, segundo também o historiador Ettore, uma “rua animada”, apesar de sua pequena extensão (230 metros). É porque era nessa rua que os italianos de Salto comemoravam a chamada “Brecha da Porta Pia”, episódio da luta da unificação da Itália, em 1870. Era feita uma encenação, terminando com uma queima de fogos de artifício que suplantava a de encerramento da Festa da Padroeira. A José Galvão era uma rua movimentada porque nela havia o movimento hoteleiro (Hotel Brasil), cinema e teatro (Verdi), uma escola (Anita Garibaldi) comércio, pequenas indústrias e era ainda passagem obrigatória para os que se dirigiam à Estação Ferroviária ou desembarcavam em Salto rumo ao centro.

Com a desapropriação de um imóvel que impedia o acesso da Rua Floriano Peixoto à Avenida Vicente Scivittaro, isso passou a ser possível a partir da década de 1980, melhorando o trânsito nessa região da cidade.

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