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QUEM FOI QUEM

Henrique Castellari Filho dedicou mais de 70 anos à pintura, escultura, música e poesia



Conhecido como “Henriquinho” por ter o mesmo nome do seu pai, o maestro Henrique Castellari, Henrique Castellari Filho dedicou mais de 70 anos à arte. Era pintor, escultor, restaurador, músico e poeta, mas sua atividade maior foi como pintor e escultor. Ele começou a se preparar ainda criança, pois aos 8 anos de idade seu pai levou-o para estudar com o professor Pery Blackman, num curso de desenho, em Itu. Nessa época ele ainda fazia o antigo curso primário no único estabelecimento de ensino existente na cidade, o Grupo Escolar Tancredo do Amaral. Estudou também com o professor italiano, que residia em Salto, de sobrenome Bersani, melhorando aos poucos seus conhecimentos.




Henriquinho ao lado de trabalhos seus: imagens e busto do dr. Archimedes Lammoglia, na praça principal

Ainda jovem foi para São Paulo e lá fez mais um curso, desta feita com o também saltense Flávio Pretti, destaque como pintor expressionista. A seguir ingressou na Associação Paulista de Belas Artes, na qual fez um curso de desenho e modelagem. Tinha sempre o apoio do seu pai, que mantinha seus estudos numa época em que o custo para manter um estudante era alto. Mas Henriquinho não dependia apenas da ajuda do seu pai, ele procurava custear seus estudos trabalhando. Na época em que residiu em São Paulo, trabalhou como restaurador no acervo da Casa Brasileira, cuidando ainda de peças da Madre Theodora, de Itu, na Pinacoteca do Estado, além de peças de Pedro Alexandrino.

Durante um período, após a 2ª Guerra, Henriquinho não pôde mais viver da arte e por isso teve que se virar fazendo outras coisas, atuando, por exemplo, como pedreiro, carpinteiro, ajudante de eletricista, etc. Só ficou mais tranquilo quando ingressou no Senai.



Ele participou de diversas exposições, como nesta com a pintura Lydia Dotta

Numa entrevista ao jornal Taperá, em agosto de 1995, Henriquinho revelava que sua especialização eram as esculturas de madeira, com preferência pelo estilo barroco, utilizado principalmente numa restauração que fez em igrejas do Rio de Janeiro. Em Salto ele foi responsável por grande número de trabalhos, alguns das quais estão expostos no Centro Comunitário da Paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat, esculturas do monsenhor João Couto, da Menina e a Boneca, em bronze (exposta na Casa da Cultura), imagem de São Francisco de Assis e muitas outras. Tem trabalhos expostos também na Escola Profa. Leonor e Conservatório Municipal que leva o nome do seu pai.



O artista plástico com sua esposa Edna Maria

Poeta – Na mesma entrevista que concedeu ao Taperá, Henriquinho revelou que começou a se dedicar à poesia quando tinha cerca de 60 anos. Na época, quando vinha a inspiração tratava logo de colocar as palavras num papel, guardando cerca de 200 poesias sobre os mais diversos assuntos.

Família – Henriquinho era casado com Edna Maria, que o auxiliava na confecção dos seus trabalhos.

Ele faleceu num dia de Natal: 25 de dezembro de 2004.




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