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QUEM FOI QUEM

Orlando Vitale, de trabalhador braçal a gerente, 40 anos na mesma empresa


Durante várias décadas do século passado Salto contava com duas indústrias têxteis, a Brasital S.A. e a “Fábrica Nova”, esta transformada em Têxtil Assad Abdalla na década de 1930. A denominação de “Fábrica Nova” foi dada por que ela iniciou suas atividades alguns anos depois da Brasital. Durante quase quatro dessas décadas, de 1923 a 1957, Orlando Vitale ocupou a gerência da empresa, depois de trabalhar 6 anos em cargos inferiores. Ele começou como trabalhador braçal em 1917 e graças ao seu empenho e eficiência na função que executava, foi galgando postos mais elevados, pois era da confiança dos proprietários e também tinha um bom relacionamento com os empregados, cujo número era considerável, chegando a quase 2 mil em certa ocasião (décadas de 1940 e 1950).


Orlando (1º à esq., em pé) com seus 10 irmãos e com seus pais Francisco e Adele (ao centro, sentados) e com funcionários do escritório da Têxtil

Orlando nasceu em São Paulo aos 3 de agosto de 1894, filho de Francisco e Adele Vitale. Tinha dez irmãos: Reinaldo, Nelson, Alberto, Renato, Guerino, Isolina, Helena, Domingos, Armando e Tereza. Inicialmente sua família mudou-se para Capivari e depois para Salto, onde ele começou a trabalhar em 1915 na “Fábrica Nova”, que era ainda uma pequena indústria têxtil. Quando ela passou para a família Abdalla, de São Paulo, com a denominação de Têxtil Assad Abdalla, em 1938, aumentou o número de operários, assim como de sua produção.

Orlando em frente de sua casa, no interior da Têxtil, e ele trabalhando ainda doente, em seu escritório

Entidades - No cargo de gerente, ele não só se dedicava à fábrica, mantendo um estreito e constante contato com os trabalhadores, que o estimavam e respeitavam, mas também com a alta direção na capital. Ainda encontrava tempo para se dedicar às principais entidades saltenses da época. Ele foi, por exemplo, presidente da Sociedade Saltense de Socorro Mútuo e da Sociedade Instrutiva e Recreativa Ideal. Também dava todo seu apoio às duas corporações musicais da cidade, a Musical Saltense e a União Musical Gomes-Verdi, que o homenageavam todo 1º de maio (Dia do Trabalhador), passando em frente da sua residência, que ficava no interior da indústria e ali paravam para executar números musicais. Os músicos eram convidados a entrar e se serviam dos doces, bolos, café e chocolate quente, enfrentando o frio que fazia na cidade no mês de maio.

Todo ano a Têxtil comemorava o 1º de Maio no estádio da A.A. Saltense, com competições esportivas e homenagens

1º de Maio – O 1º de Maio era comemorado também com muitos festejos em meados do século passado. Além dos desfiles das bandas pelas ruas da cidade, a Têxtil promovia, no Estádio “Alcides Ferrari”, da A.A. Saltense, competições esportivas e aproveitava para homenagear trabalhadores que mais se destacavam na empresa. Esse evento era todo ano prestigiado pelas autoridades locais e por muitos saltenses que se dirigiram ao local da comemoração.


Com sua esposa Maria , filhas Nair e Nilza

Família – Orlando era casado com Maria Vitale, de tradicional família saltense, desde 20 de outubro de 1923. Com ela teve duas filhas: Nair, casada com Geraldo Boscato de Arruda Sontag e Nilza, casada com Geraldo Sérgio Fabbri. Ele contraiu uma grave doença em 1950, mas ainda viveu mais 7 anos, enfrentando a enfermidade com fibra e disposição, inclusive não se afastando da gerência da Têxtil. Aliás, trabalhou até a véspera do seu falecimento, que aconteceu em 18 de dezembro de 1957.




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