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QUEM FOI QUEM


Ênnio Passafini, um carioca que trocou o Rio de Janeiro por uma Salto tranquila, em 1966



A vinda de um arquiteto do Rio de Janeiro para Salto, em 1966, despertou a curiosidade da reportagem da então Revista Taperá, que desejou saber dele a razão por ter deixado a “Cidade Maravilhosa” para se radicar numa cidadezinha tranquila e com poucos atrativos, como era Salto naquela época. Eu fui encarregado de fazer a entrevista com ele, que apontou três motivos para deixar o Rio: humano, porque em sua opinião numa cidade grande o homem se deteriora na razão direta do progresso civil; habitacional porque o contato com a família é pouco, a não ser em casos excepcionais e porque numa cidade grande cada habitante não passa de mais um na “engrenagem na máquina”. Além disso, ela considerava que Salto era quase sua cidade natal, pois seu pai nela residiu durante cerca de 10 anos e grande parte de sua família aqui residia.




Ênnio entrevistado pelo Taperá, quando chegou a Salto, em 1966

Ennio contou que estudou no Rio de Janeiro nos colégios La Lafayette e Andrews, tendo feito o curso superior na Faculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, onde se diplomou no ano de 1955. No trabalho que executou na cidade onde nasceu projetou e fiscalizou cerca de 20 prédios comerciais e residenciais, de 4 a 12 andares, dos quais destacou a nova sede do jornal Tribuna de Imprensa, além de 42 escolas pré-fabricadas no governo Carlos Lacerda. Realizou ainda diversos projetos em residências unifamiliares em Cabo Frio, Barra Mansa, Teresópolis, etc., no Estado do Rio e em São Paulo a nova sede da instituição “A Pequena Família”, na capital, e Grupo Escolar de Santo André, na Grande S. Paulo.

Paralelamente, foi diretor industrial da Alumínio Ferro Construtora Ltda., realizando obras em Santiago do Chile (novo prédio da Cepal), nova sede do Banco Central, no Rio de Janeiro e dos bancos Moreira Salles e Bank off London, em São Paulo.


Assim que chegou a Salto, no início de 1966, começou a colocar em prática alguns projetos, o primeiro deles da firma Júlio Begossi & Filho. Aos poucos, foi se destacando em sua área, colocando em prática sua capacidade profissional, não só na execução de projetos residenciais e comerciais, mas também na construção de edifícios, na qual foi pioneiro, trabalhando em diversos prédios (os primeiros implantados na cidade), com um outro profissional, o saltense Nivaldo Panossian, ambos sócios da Construtora Passafini Panossian, que durou de 1977 a 1996.



Discursando por ocasião da fundação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos, na Câmara Municipal, em 23 de setembro de 1983

Associação e Lions – Ennio não se limitou às suas atividades profissionais, pois participou durante praticamente todo o tempo que viveu em Salto da vida social da cidade. Ele foi, por exemplo, um dos fundadores e membro ativo durante vários anos do Lions Clube de Salto. Foi também um dos que fundaram a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Salto, do qual foi o primeiro presidente, além de colaborador do Clube de Campo Saltense que o homenageou dando seu nome ao parquinho existente na sociedade.






Com sua esposa Ignês, num evento social

Família e homenagem

Ênnio era casado com Ignês Gross Passafini, com a qual teve dois filhos, ambos médicos: Ênnio Júnior e Arnaldo.

Em virtude de sua atuação profissional e de sua participação em entidades da cidade, ele foi homenageado pela Câmara e Prefeitura de Salto, que aprovaram a denominação do seu nome, sugerido pela Comissão de Nomenclatura, para uma das ruas do Residencial Vila Martins.

Ênnio faleceu aos 72 anos de idade em 11 de novembro de 2001.




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