QUEM FOI QUEM
Joviniano de Souza Freire fazia da profissão de farmacêutico um verdadeiro sacerdócio
Durante o século XX, até fins da década de 1980, os farmacêuticos tinham uma importância muito grande na cidade. É que havia somente um ou dois médicos e eles estavam sempre sobrecarregados, por isso as pessoas necessitadas de atendimento médico procuravam as farmácias e ali sempre encontravam o lenitivo para seus males, o remédio certo para resolver seus problemas. Não só eram importantes os conhecimentos que os farmacêuticos possuíam, mas também valia a experiência que eles adquiriram através dos anos, o que os ajudava a promover a cura dos que necessitavam dos seus serviços.
Um desses farmacêuticos dedicados foi Joviniano de Souza Freire, que era muito prestativo e competente, fazendo da profissão um verdadeiro sacerdócio. Ele socorria a todos com a mesma atenção, principalmente os mais humildes, zelando pela sua saúde. Mas não limitava suas ações apenas como farmacêutico, pois também participava ativamente da vida da cidade. Juntamente com sua esposa, conhecida como “Dona Tonica”, foram beneméritos da Paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat. Em certa ocasião, inclusive, o casal doou à igreja o maior sino existente na igreja, por isso foram considerados “padrinhos” e reconhecidos com a gravação dos seus nomes no bronze, quando da instalação desse sino.
Seu estabelecimento, que funcionava na Rua Dr. Barros Jr., proximidades do Clube Ideal, era um ponto de reunião tradicional, lá comparecendo as mais importantes figuras da cidade, como o prefeito, coletores de impostos, delegado de Polícia, diretores de escolas e de fábricas, além do austero vigário João da Silva Couto, que aparecia de vez em quando para saber as novidades.
Na política – Joviniano gostava da política, mas seu nome figurou pouco na história dessa área importante na vida do município. Não ocupou cargos de maior destaque porque havia muita “concorrência” na época (início da década de 1930). Quando aconteceu a dissolução da Câmara de Vereadores, com a extinção dos mandatos daqueles que tinham sido eleitos em 30 de outubro de 1930, ele foi convidado e fez parte de uma Junta Governativa, composta por 5 pessoas de vida ilibada, juntamente com Augusto Godofredo Kleberg, Vicente Augusto de Carvalho, Paulo Leite de Camargo e Arthur Magalhães de Assis. Essa Junta governou a cidade durante 100 dias, até a posse do prefeito interventor, Major José Garrido.
Joviniano foi um dos membros mais ativos da Junta, atuando principalmente na área da segurança. Em 13 de dezembro de 1930 ele assinou, exercendo temporariamente a função de delegado de Polícia, uma portaria suprimindo o toque de recolher que vigorava a partir das 20 horas, como sinal para o fechamento do comércio, substituindo-o pelo toque de um sino, que posteriormente ele doou para a Paróquia de Monte Serrat, repetindo o gesto praticado anteriormente.
Família – Ele era casado com Antônia de Almeida Souza, com quem teve 8 filhos: Ignácio, Laerson, Moacir, Edmilson, Belardino (“Bibi”), Bernadete, Darci e Cid. Laerson, que faleceu em 1977, seguiu a profissão do pai.
Comments