QUEM FOI QUEM
Rosely Milanez Romitelli se sobressaiu no ensino saltense e como presidente da Casa da Amizade
Não era comum nos primeiros 20 anos de administração municipal as mulheres assumirem cargos nas assessorias dos prefeitos eleitos. Naquela época ainda não existiam as secretarias municipais, o que só aconteceu muitos anos depois e os assessores tinham praticamente as mesmas funções dos atuais secretários. Ela foi escolhida pelo prefeito eleito em 1972, Josias Costa Pinto, para ocupar a Assessoria da Educação e Cultura da Prefeitura de Salto, cargo no qual se manteve por 4 anos (de fevereiro de 1973 a fevereiro de 1977. Ela é saltense, tendo nascido em 17 de agosto de 1934, filha de Luiz Milanez (que, por sinal, foi o vice-prefeito de Josias) e Matilde Telesi Milanez.
Rosely formou-se professora no Colégio Paula Santos (1ª turma) e antes de assumir a Assessoria, atuou como professora, inclusive do Mobral, ensino destinado às pessoas de idade avançada, que necessitavam de um tratamento especial que ela tinha condições de oferecer, pois era uma mulher muito acessível a todas as classes. Numa entrevista que concedeu ao Taperá em 8 de maio de 1998, ela revelou que lecionou em diversas escolas de Salto, mas trabalhou por mais tempo como secretária de escola.
Na época em que atuou na Prefeitura, o ensino saltense foi beneficiado por obras e iniciativas importantes, como a construção de 4 salas de aula no Parque-Escola João Baptista Dalla Vecchia (atual Escola Acylino do Amaral Gurgel); compra do prédio da Abadia de São Norberto, onde se pretendia instalar uma faculdade; compra do antigo Hotel Saturno, onde passou a funcionar o Conservatório Municipal Maestro Henrique Castellari; instalação de 23 classes do Mobral (alfabetização de adultos) e doação de terrenos para a Apae e para a Escola Professora Leonor Fernandes da Silva.
Depois de deixar a Prefeitura de Salto, Rosely continuou ligada ao ensino por um bom tempo. Ela foi, por exemplo, uma das fundadoras do Colégio Terras de São José, no condomínio do mesmo nome, em Itu, que foi inaugurado em março de 1979. Ela se dedicou à formação da escola e quando ela passou a funcionar, assumiu a secretaria, tendo a oportunidade de atrair alunos de Salto e de outras cidades, ficando no cargo até 1989, quando foi promovida a secretária executiva. Até 1997 ela prestou serviços ao Colégio, aposentando-se nesse ano com a satisfação do dever cumprido.
Casa da Amizade – Rosely não ficou parada após sua aposentadoria, pois em 11 de julho de 1997 foi aclamada como presidente da Casa da Amizade das Senhoras dos Rotarianos de Salto, entidade jurídica e formada voluntariamente pelas esposas dos membros do Rotary, clube ao qual seu esposo Pedro Romitelli Neto pertencia. O lema da Casa era “Mais se Beneficia quem Melhor Serve”, estando suas integrantes dispostas a “Dar de si antes de pensar em si”. Comandou na Casa da Amizade diversos eventos sociais, além de promover programas e editar um boletim que recebeu o Troféu Comunicação como o melhor do Distrito 4.310 de Rotary.
“Aquecendo corações” – A idade avançada não impediu que Rosely continuasse atuando ativamente através do Rotary Club de Salto. Mesmo com mais de 85 anos de idade, em 2020, em plena pandemia da Covid-19 ela participou da campanha “Aquecendo Corações”, com Mônica Dalla Vecchia, seu filho João Luiz e os rotarianos de Salto com suas esposas. Foi distribuído um grande número de máscaras e cobertores na cidade, proporcionando um grande apoio às pessoas que sofriam as consequências da doença e da falta de condições para continuar sua vida familiar e no trabalho.
Ela sempre apoiou os mais necessitados, tendo ainda colaborado com diversas outras entidades, como a Apae e a Sociedade São Vicente de Paulo. Aliás, após seu falecimento, os filhos dela doaram a essas duas entidades tudo o que Rosely deixou no apartamento em que residia, na Rua Rodrigues Alves.
Família e homenagem – Do seu casamento com Pedro Romitelli Neto nasceram 3 filhos: João Luiz, Mônica e Cláudia, que lhe proporcionaram 6 netos (4 homens, 2 mulheres).
Ela foi homenageada pela Câmara e Prefeitura de Salto, que aprovaram a indicação feita pela Comissão de Nomenclatura, sendo seu nome dado a uma das ruas do Jardim Jacarandá.
Faleceu em 1º de junho de 2020.
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