QUEM FOI QUEM
Corinto Antonio da Silva foi o primeiro negro a ocupar a presidência da Câmara
Ele ocupou uma cadeira na Câmara Municipal de Salto duas vezes como suplente e duas vezes como vereador eleito. Na primeira vez como suplente ficou apenas 6 dias no Legislativo e na segunda dois meses e meio, mas como titular de uma das vagas ocupou a vereança de 1969 a 1972 e de 1973 a 1976. Foi o primeiro da raça negra a ocupar a presidência da Câmara saltense, em 1970, 1975 e 1976. Fazia parte da facção comandada por Jesuíno Ruy, inicialmente conhecida como Frente Operária, que procurava defender os interesses dos trabalhadores saltenses, uma vez que a maioria dos seus integrantes trabalhava em indústrias locais, a maioria deles nunca teve militância política. Alguns seguiram disputando caros, principalmente o de vereador, mas outros continuaram atuando apenas nos bastidores.
Corinto Antonio da Silva nasceu em Charqueada, Estado de São Paulo, em 9 de fevereiro de 1932, onde cursou o grupo escolar. De origem humilde, ainda jovem foi obrigado a trabalhar, então como modesto ajudante da Estrada de Ferro Sorocabana, depois denominada Fepasa. Aos poucos foi granjeando a confiança dos seus superiores, pelo seu comportamento louvável no exercício de suas funções e recebeu justas promoções. Mudou sua residência para Salto, em virtude de uma transferência que o interessou, e desde logo integrou-se na vida da comunidade, fazendo muitos amigos.
Ele sempre se considerou saltense e logo revelou o desejo de defender os interesses da cidade e da população, que o recebeu de braços abertos, sendo convidado a ingressar na política, juntamente com outros companheiros, com os quais fundou a Frente Operária, candidatando-se a vereador pelo partido escolhido pelo movimento, o M.T.R. Não foi feliz em sua primeira tentativa, tornando-se um dos primeiros suplentes, mas na segunda e terceira eleições sucessivas conseguiu se eleger. Graças ao trabalho desenvolvido como vereador, assumiu a presidência do Legislativo em 1970 e foi eleito presidente para o mandato de dois anos (1975/1976).
Apesar de sua militância política, não deixou o cargo que ocupava na Estrada de Ferro Sorocabana, até sua aposentadoria. Nesse período, procurou participar de todos os movimentos que aconteciam na cidade, demonstrando seu civismo e seu amor pela causa em favor dos mais humildes.
Família – Corinto era casado com Armelinda de Paula Silva, com quem teve dois filhos: Herivelto e Claudemir, que também seguiram seu exemplo, trabalhando na cidade e em diversas atividades.
Homenagem – Após seu falecimento, ocorrido em 1981, quando ele contava com 49 anos de idade, foi homenageado pela Câmara e Prefeitura de Salto, sendo seu nome dado a uma das ruas do Condomínio Zuleika Jabour.
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